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14h25min - 15 de Maio de 2015 Atualizado em 15h48min

Entrevista com a coordenadora geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira

Entrevista ocorreu, nesta sexta-feira (15/5), no Palácio da Liberdade

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O balanço é um acordo de conquista da categoria, embora o abono nunca foi a forma que nós pedimos de valorização, mas a incorporação dele será na carreira, respeitando a carreira, isso é muito importante. Nós conquistamos o fim do subsídio como forma de remuneração, podendo, no futuro, agregar direitos e vantagens que serão adquiridos. Nós conquistamos os reajustes anuais do piso salarial em todos os anos, no mínimo até 2018. Conquistamos que todos os reajustes serão praticados para todos da educação, não só os profissionais do magistério.

Conquistamos a igualdade de condição com os trabalhadores aposentados, que terão o mesmo que os trabalhadores da ativa terão. Conquistamos 60 mil nomeações, o que vai melhorar muito o nosso quadro que hoje a minoria é de servidores efetivos. Conquistamos o compromisso de se resolver a questão da aposentadoria. Hoje um professor demora até dez anos para esperar a publicação da sua aposentadoria. Então, ao final desse acordo nós esperamos ter aí mais de 70% de aumento no vencimento básico, fora direitos e gratificações que poderão ser discutidos. Um já está acordado que é o adicional a partir de 2017. Conquistamos o descongelamento da carreira, que foi congelada desde 2011, então tem profissionais que poderão ter até 3 promoções no próximo período, isso é um instrumento importante de valorização.

Há também outras negociações em curso?

Esse é o início de um processo de recuperação da educação da rede estadual. Então nós daremos continuidade às negociações relacionadas às distorções de salário e carreira dos servidores das Superintendências Regionais de Ensino, quadro de escola para o próximo ano de 2016, um plano de atendimento e de organização do Ipsemg, que está tudo muito difícil, principalmente no interior do Estado, a eleição para direção de escola que acontece agora em dezembro desse ano fruto também da negociação e os demais pontos da nossa pauta. A gente tem questões sobre a educação pública de qualidade, sobre gestão democrática, sobre direitos e vantagens que não entraram nesse acordo e que continuarão em negociação com o governo, inclusive o acordo já prevê isso, a continuidade de negociação do que não está estabelecido no acordo. A diferença é que nós tivemos um processo de negociação que infelizmente o choque de gestão no governo anterior não soube respeitar a categoria. A gente via sendo impostas resoluções e projetos de lei aprovados na Assembleia Legislativa que trouxeram muitos prejuízos pra gente. O que agora nós poderíamos estar num patamar muito melhor, nós estamos primeiro recuperando aquilo que nós perdemos na última década.

A senhora, recentemente, fez muitas críticas contundentes no seu Facebook ao Pimentel e ao governo do PT. Isso mudou?

Na verdade, o papel do sindicato é um papel autônomo em relação a qualquer governo. Toda vez que o governo fizer algo que afronte a categoria, que desrespeite a categoria, que seja diferente do que a categoria quer, é obrigação do sindicato fazer a crítica e um governo democrático entende o nosso papel.

O governo agora está democrático? A senhora chegou a falar que não.

Aí a pergunta é pro Governo, eu falo por nós.

Qual é o balanço que a senhora faz depois de todo esse movimento? Demorou para pagar o piso, ou seja, aquilo que seria básico mesmo para a categoria?

Minas Gerais demorou sete anos. Minas Gerais demorou sete anos para cumprir uma lei que é de 2008. Muita gente viu a gente fazendo luta e ficava assistindo como se fosse uma luta só de professor. Educação pública de qualidade é uma luta da sociedade. Se nós não tivermos profissionais valorizados, profissionais que não estão doentes todo dia, que não precisam ter tripla jornada de trabalho para sobreviver, toda sociedade ganha com isso. Então Minas Gerais está atrasada há sete anos.

O que representa agora esses avanços? O que isso vai significar na prática mesmo da educação pública?

Na prática significa a retomada do que nós perdemos. Então, esse primeiro momento é o momento de retomada. Nós estamos retomando. O abono não era a forma que nós reivindicamos, mas eles vão se transformar em reajustes na carreira e isso é fundamental para valorizar a formação e o tempo de serviço de cada um. Agora nós precisamos começar a repensar, depois dessa recuperação, num processo de efetiva valorização, para além do piso salarial e políticas que valorizem ainda mais a nossa categoria.

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