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11h25min - 26 de Janeiro de 2012 Atualizado em 00h52min - 01 de Julho de 2013

Árvores de diversas espécies vão gerar sombra farta na Cidade Administrativa

Um conjunto botânico com milhares de mudas de árvores variadas foi plantado entre a área do Parque Serra Verde e a Cidade Administrativa, como parte do projeto paisagístico. A mata guarda espécies presentes em todo o Estado, de grande biodiversidade: campos de altitude, cerrado, mata atlântica e transição entre cerrado e mata atlântica. O reflorestamento buscou proteger também as nascentes, localizadas na área vizinha.

A área do estacionamento é um capítulo à parte: o local mereceu atenção especial no projeto, pois as mudas ali plantadas foram escolhidas para que possam gerar sombra farta nos automóveis. “Nós procuramos agrupar as espécies de acordo com os blocos, para que o servidor possa identificar o seu carro pelo estilo da árvore e pela cor das flores”, contam os paisagistas Thiers Matos e Flavia Renault, autores do projeto.

Próximos aos pontos de ônibus estão os mognos, que são árvores monumentais. A divisão entre as áreas é feita pelos oitis, espécie do Nordeste que tem predominância de verde o ano inteiro e não desfolha. E em toda a área existem paus-ferro; mungubas; guapuruvus; jacarandás; braúnas; ipês amarelos; cedros; jequitibás; imbúias; perobas-rosa e até espécies de pau-brasil. Na beira da lagoa grande há dezenas de buritis, que ao crescer formarão uma vereda.

“Essas árvores recebem irrigação, adubação periódica e controle fitossanitário. São mais de 1.300 árvores no estacionamento, que no máximo em cinco anos já estarão dando sombra, fazendo do local uma área muito agradável”, diz Claudio Gomes, que coordena o trabalho dos jardineiros no complexo, junto a Osmar Resende.

“Todo jardim é como uma criança, que precisa receber proteína na infância e ser bem cuidada. Caso contrário, se for subnutrido, pode chegar à idade adulta em condições desfavoráveis”, lembra Thiers. “A irrigação, por exemplo, deve ter uma lógica de funcionamento adequada às espécies, ao mesmo tempo em que não deve incomodar os 16 mil servidores, que transitam em horários variados”, completa Flavia.

As árvores frutíferas também são muitas. Há pés de açaí, jabuticaba, goiaba, pitanga e grumixama, entre outras, que alimentam várias aves. E a diversidade de espécies em geral é imensa. Só de palmeira imperial e palmeira licuri – essa última de madeira farta, que atrai o pica-pau – existem 1.599 espécies plantadas. Há também quaresmeiras, eritrinas, ipês do brejo, ingás.

Rico em calcário, o solo cárstico, presente na Cidade Administrativa, é naturalmente fértil. E o calor característico da região favorece as plantas. Mas como a terra local recebeu várias camadas de brita, por causa das obras de construção dos prédios, a irrigação e adubação necessitam de atenção extra. “Em muitos casos, as plantas não têm as condições ideais para crescer e se desenvolver de maneira natural. O jardim tem limitações nutritivas, e precisa ser adubado mais vezes. Por isso, é preciso um cuidado ainda maior na manutenção”, explica Thiers.

Canteiros gigantescos

Os canteiros de strelitzias são outra atração do paisagismo local. No entorno dos prédios Minas e Gerais há 16 mil mudas plantadas. A beleza das flores cor de laranja atrai também os beija-flores. Ali perto há os canteiros de filodeno. Entre os prédios e o palácio é possível encontrar também o jasmim-manga, cuja folha lembra a da mangueira, e as mais de 20 mil mudas de arandina, uma planta rústica. Outro canteiro gigantesco é o conjunto de agapantos, uma bela flor lilás e branca que circunda todo o palácio do governo, e os jardins com alamandas, próximas aos pontos de ônibus. 

A aplicação do inseticida nas plantas requer sabedoria, como explica Cláudio Gomes. “Nas palmeiras imperiais, por exemplo, só jogo veneno em último caso, porque senão o sabiá vem aqui, come a lagarta e morre, assim como o filhote no ninho dele. Isso é impacto ambiental. Por isso, só aplico em caso de infestações maiores”. Quando é o caso, as plantas recebem o remédio aos sábados e domingos.

As palmeiras imperiais atraem os bichos como pontos de apoio, não como alimento. Mas outras espécies são a base nutritiva de aves. Claudio conta que já viu um tucano perto das embaúbas. Os beija-flores também freqüentam os canteiros de lírios amarelos, próximo ao auditório JK. E as palmeiras licuris, com seus coquinhos, são fonte de alimentação de maritacas e papagaios.

Os paisagistas dizem que o conjunto botânico localizado atrás da lagoa grande, junto ao Parque Serra Verde, será uma atração à parte da Cidade Administrativa em poucas décadas. “Daqui a 30 anos, a sede do governo será vizinha a uma das maiores florestas da capital”, diz Flavia. “Toda essa área verde é um legado para as futuras gerações. Gostaríamos de ver esse jardim tombado, para que não venha sofrer alterações em seu projeto original”, conclui Thiers Matos.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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