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Ciência e Tecnologia

18h16min - 28 de Abril de 2010 Atualizado em 13h47min - 01 de Julho de 2013

Carteira escolar inclusiva é criada com apoio da Fapemig

BELO HORIZONTE (28/04/10) - Respeito à diversidade humana. Esta é a premissa do design inclusivo, também chamado de universal. O termo, conhecido mundialmente, se refere à concepção de espaços, produtos e serviços utilizáveis com eficácia, segurança e conforto pelo maior número de pessoas possível, independentemente das suas capacidades. “Equidade e justiça social através do design estão inseridas na busca de uma sociedade inclusiva que valorize o respeito pela diversidade humana”, defende a designer industrial e arquiteta para crianças Érika Foureaux, que desenvolveu um projeto pioneiro: a Carteira Escolar Inclusiva (CEI).

O produto, que alia design, inovação e inclusão, foi desenvolvido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), dentro do Programa Amitec. A CEI beneficia todas as crianças, portadoras ou não de deficiência física, proporcionando um bom posicionamento, estabilidade e segurança intelectual na realização de tarefas escolares. “A ideia surgiu a partir da experiência de minha segunda filha, Sophia, que tem deficiência física. Em seu primeiro dia de aula, ela observou que com o mobiliário existente em sala, mesmo os adaptados, ela não conseguiria desempenhar suas tarefas em igual condição com as demais crianças.”

Para o desenvolvimento da CEI foi feito um trabalho de pesquisa que envolveu 27 instituições de ensino em Belo Horizonte. “Selecionamos escolas públicas regulares do ensino fundamental que praticam a inclusão e possuíam ao menos um aluno deficiente em classe regular. Em seguida, formamos sete equipes multidisciplinares compostas por arquitetos, designers, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, sociólogos e pedagogos”, explica a designer. A equipe iniciou, então, uma fase de diagnósticos, com relatórios de acessibilidade arquitetônica, de mobiliário e de áreas externas, com foco nas atitudes percebidas pelo grupo frente à comunidade escolar.

O apoio do Programa Amitec, fruto de uma parceria entre a Fapemig, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MG), possibilitou a conclusão do projeto. “A partir do programa, conseguimos o incentivo financeiro que precisávamos para contratar a equipe de engenharia mecânica. Sem esta etapa, o produto não se viabilizaria”. Oito profissionais se dedicaram, por cerca de um ano, a desenvolver soluções que foram desde a mecânica até os processos de fabricação, materiais e logística de produção.

O principal diferencial da cadeira inclusiva é oferecer às salas de aula um móvel que pode ser utilizado por qualquer criança, com deficiência ou não, proporcionando melhor desempenho nas tarefas e no aprendizado. “Isto reforça o sentido real de igualdade, de oportunidades e de direitos. O mobiliário diferenciado ressalta a exclusão por sua aparência vinculada à doença. A CEI, por sua vez, é bonita e de fácil manutenção”, diz. A carteira também é regulável em altura, profundidade e inclinação. Ela pode ser utilizada também por cadeirantes, já que respeita as normas estipuladas pela ABNT para este usuário.

Inovação

De acordo com dados do Censo Escolar de 2005, mais de 34 milhões de crianças estavam matriculadas no ensino fundamental regular nas escolas da rede pública e privada de ensino no Brasil. Desse total, 220 mil eram portadoras de deficiência física. Em Belo Horizonte, conforme o mesmo senso, cerca de 2,1 mil alunos deficientes físicos estavam matriculados em escolas regulares. Segundo Foureax, não existia até então no mercado de mobiliário escolar uma carteira que sirva a todas as crianças, sejam elas deficientes ou não.

A designer também é fundadora da ONG Noisinho da Silva, de Belo Horizonte. A entidade foi criada em 2003 para promover a inclusão de crianças e adolescentes deficientes físicos por meio do design de produtos, equipamentos e objetos, sobretudo no ambiente escolar. Antes mesmo de seu lançamento, a Carteira Escola Inclusiva recebeu vários prêmios, inclusive no exterior. Entre eles, o “Top Social, relevância do Projeto Carteira Escolar Inclusiva”, pela AdvB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, em 2005. Foi finalista do “Prêmio Criança 2006”, da Fundação Abrinq - Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos do Brasil. Foi premiado pelo Handite, feira realizada em Paris com produtos para deficientes, e ainda foi um dos finalistas no “Prêmio IF Awards”, na Alemanha, em 2007.

Programa Amitec

O Amitec tem como principal objetivo estimular a melhoria e a inovação tecnológica das empresas de Minas Gerais através de subsídio financeiro. As empresas solicitantes de serviços de informação, suporte tecnológico, consultoria e inovação, devem estar devidamente cadastradas na Rede Tecnologia de Minas Gerais (Retec), que conta em sua base cadastral com técnicos e especialistas, prontos para resolver problemas tecnológicos das empresas. Cada entidade parceira é responsável pelo aporte de 1/3 do total de recursos financeiros para a execução dos serviços apoiados pelo Programa, que possui quatro linhas de apoio, sendo: consultoria, informação, suporte e inovação tecnológica. Para saber mais sobre o programa, acesse o site www.fiemg.com.br/retec.

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