Pesquisadores, técnicos, produtores e estudantes discutiram o gerenciamento de custos na atividade leiteira durante o Encontro sobre Gestão da Pecuária, realizado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, nesta quarta-feira (29/4). Na ocasião, os presentes conheceram os resultados do projeto de assistência técnica e avaliação econômica da produção de leite em propriedades familiares, conduzido pelo pesquisador da Epamig Djalma Pelegrini.

O estudo, realizado em 29 propriedades familiares no entorno de Uberlândia, entre fevereiro de 2012 e outubro de 2014, prestou assistência técnica e analisou os sistemas de produção de leite em parceria com a Emater-MG, Prefeitura Municipal de Uberlândia, Cooperativa Agropecuária de Uberlândia (Calu), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Durante o período, visitas técnicas e dias de campo permitiram a interação entre pesquisadores, técnicos e produtores. O estudo apontou que cerca 40% dessas propriedades precisam melhorar a produtividade para obter uma gestão sustentável. “Conseguimos, com nosso trabalho, que alguns produtores passassem a suplementar suas vacas com rações e praticar duas ordenhas diárias. Contudo, o maior benefício aos produtores foi a adoção do registro de receitas e despesas”, acrescenta o pesquisador.

No encontro também foram discutidas outras ferramentas de gestão para a análise de despesas e receitas nas propriedades rurais e para a identificação dos sistemas de produção de leite mais eficientes, bem como as melhores estratégias de cruzamento para os rebanhos.

Os participantes receberam uma cartilha que contém informações sobre a metodologia e os resultados levantados na microrregião. De acordo com o presidente da Calu, Cenyldes Vieira, o diagnóstico feito pela Epamig auxiliará os programas de assistência ao produtor desenvolvidos pela cooperativa. “Esse levantamento vai nortear o pecuarista que precisa melhorar sua escala de produção”, afirma.

Para o casal Inez e Robson Borges, que há oito anos produzem queijo frescal em Uberlândia, fazer o fluxo de caixa e buscar mais conhecimento contribuiu para a perceberem como poderiam economizar sem comprometer a produção. “Estamos mais seguros na tomada de decisão e satisfeitos com a nossa produção. No segundo semestre vamos chegar à nossa meta de 80 kg de queijo por dia”, comemoram.

De acordo com o gerente da regional da Emater-MG, Gilberto de Freitas, a região tem um forte mercado consumidor de queijo e derivados do leite. Portanto, quebrar o paradigma da gestão pode contribuir para que o produtor consiga buscar a diversificação de sua produção com segurança. “O produtor precisa saber quanto custa o seu leite para conseguir reivindicar o preço do produto no mercado”, comenta.