Minas por Região
Educação

12h49min - 19 de Agosto de 2015 Atualizado em 12h50min

Estudantes e educadores debatem em encontro o que a escola pode melhorar

Encontro da Virada Educação aconteceu em Governador Valadares e Uberlândia, reunindo representantes de municípios das regiões

Secretaria de Estado de Educação promoveu nas cidades de Governador Valadares e Uberlândia a Virada Educação Minas Gerais, com rodas de conversas com professores e alunos de escolas das duas regiões.  Eles discutiram o que a escola tem de bom e em que ela pode melhorar, por meio de dinâmicas e debates em grupo.

Em Governador Valadares, participaram das discussões 80 educadores e 58 estudantes. A maioria dos participantes é de escolas que fazem parte da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Governador Valadares, mas as rodas também contam com alunos e professores das SREs de Guanhães e Caratinga.

Davi Gonçalves Ferreira, professor de Matemática na Escola Estadual José Teixeira Franco, no distrito de Expedicionário Alício, no município de Aimorés, espera que as escolas do campo ganhem espaço com esse diálogo. “Como estamos em uma escola voltada para a zona rural, infelizmente o currículo não abrange as necessidades dos nossos alunos. Então, se temos um currículo diversificado, voltado para a zona rural, ajudaria bastante”, afirma o educador.

O professor Davi ainda destaca a participação dos alunos nessas discussões. “Gostei da nova maneira de fazer a reunião em si, ouvindo professores. Gostei também de terem trazido alunos, que são parte fundamental no processo de melhoria da qualidade da educação de Minas Gerais”.

Os estudantes do Vale do Rio Doce também deixam sua marca nas discussões. Wemerson Silva, que faz o 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Joaquim Monteiro, viajou 60 quilômetros entre o seu município, Marilac, e Governador Valadares para participar da roda. O que ele trouxe para a discussão e acredita que é necessário para melhorar a educação em Minas Gerais é exatamente o que a Virada quer dar para os jovens: a oportunidade de serem ouvidos.

“Às vezes o aluno não tem voz ativa na escola e, para mim, isso não é certo. Nós temos que andar todos juntos, de mãos dadas, porque o caminho é longo e, com outra pessoa, ele fica mais curto. Por isso sugeri o projeto de inserir em todas as escolas um grêmio estudantil. Além disso, aqui nessa roda nós aprendemos com as diversas opiniões que ouvimos e poderemos sair daqui com um diagnóstico e formas de conseguir melhorias”.

Uberlândia

Mãos coloridas de tinta, rap, grafite, encenações, música e muita conversa.  A etapa da Virada Educação, em Uberlândia, reuniu 50 estudantes e 82 educadores  de 19 municípios da região. Os educadores foram chamados a discutir como o estudante vê o professor e como o professor vê o estudante. 

A estudante do 2° ano do ensino médio, Cintia Mara Siqueira Leite, apontou os pontos positivos da escola onde estuda, na cidade de Cruzeiro da Fortaleza. “Na minha escola, há preocupação com a orientação vocacional e com a intervenção pedagógica, porque os estudantes buscam muito se prepararem para o Enem”, enfatizou a aluna da Escola Estadual Cândida Cortes Correia.

Para a adolescente de 16 anos, que pretende cursar Psicologia, a escola, de uma forma geral, precisa melhorar na didática e no compromisso dos professores.  “Às vezes o professor chega em sala de aula e não demonstra tanto aquela confiança, e o aluno percebe isso, que o professor pode não ter planejado a aula, que não tem confiança naquilo que está passando. Ou às vezes fica muito preso no livro. É  preciso puxar o aluno para sair daquele tradicionalismo da aula toda em textos e livros”, observou Cíntia. Empolgada com a iniciativa da Virada, ela e seus colegas já criaram um grupo no WhatsApp para debater ideias sobre educação e escola. 

Com 27 anos de sala de aula, o professor de Língua Portuguesa, André Luiz Soares, acredita que o professor tem dificuldade de assumir o que o estudante realmente pensa dele. “Ele sempre acha que o menino o vê com bons olhos. O objetivo da dinâmica é ter um levantamento da visão real, não da visão ideal. E a visão real é que o aluno não nos aceita da forma que a gente se impõe a ele. O estudante vê o professor como chato, que está despreparado, que não traz um incentivo, só pensa em executar uma tarefa, e o estudante rejeita tudo isso”.

Sobre como o estudante vê o professor, André Luiz acredita que há uma visão negativa também. “O professor vê o aluno como desinteressado, preguiçoso, desrespeitoso, não é o que eu vejo, mas é o que o grupo pensa. Eu já vejo o estudante como um ser aberto e, muitas vezes, vítima de situações da sociedade e ele não tem um referencial, nem na escola”.

Virada Educação Minas Gerais

A Virada Educação Minas Gerais passará ainda por 14 territórios de desenvolvimento do Estado. Ao todo, foram inscritas 3.660 pessoas para estes eventos, sendo 1.820 estudantes e 1.840 professores. A participação dos estudantes e professores não é obrigatória. Para estas rodas, a SEE conta com o apoio do Unicef, que desenvolveu a metodologia e irá levar o movimento para outros 84 municípios do semi-árido do Estado de Minas Gerais que fazem parte do projeto Selo Unicef.

Com a intenção de ser um movimento contínuo, a Virada terá um momento de encontro e celebração, que vai acontecer no dia 19 de setembro, quando as escolas estaduais vão realizar debates, exibições de filmes, curtas-metragens e apresentações artísticas e culturais, dentre outras iniciativas a serem programadas pelas próprias escolas.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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