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Copa do Mundo

08h00min - 04 de Março de 2014 Atualizado em 20h18min - 28 de Fevereiro de 2014

Faltam 100 dias para a Copa de 2014! Minas já está no clima do Mundial

Mineirão é o estádio mais testado das cidades-sede. Profissionais de várias áreas falam sobre preparativos e oportunidades já criadas pelo torneio

A terça-feira (4) é dia de folia em todo o Brasil. E não é só por causa do Carnaval, uma das principais festas da cultura brasileira. Hoje, o país do futebol começa a contagem regressiva, faltando 100 dias para a Copa do Mundo. Na reta final, o Estado já acerta os preparativos finais para a maior competição esportiva do mundo, com investimentos em infraestrutura e qualificação de pessoal em áreas como saúde, segurança e turismo. Os mineiros já sentem, no ar, a expectativa do torneio.

O governador Antonio Anastasia acredita que Minas Gerais está muito bem preparada para receber o evento internacional. “Belo Horizonte é uma das 12 cidades do país escolhidas para ser sede do mundial e onde teremos seis jogos. Ao mesmo tempo, o estádio Mineirão, concluído há mais de um ano, testado diversas vezes em grandes eventos, está em plenas condições de oferecer um belíssimo espetáculo para o público que lá irá assistir aos jogos e para os que preferirão acompanhar pela televisão”, avalia.

Para o secretário de Estado de Turismo e Esportes, Tiago Lacerda, o planejamento foi fundamental para cumprir todas as ações previstas. “Realizamos com eficiência entregas que variam desde obras de infraestrutura até capacitações nas áreas de saúde, segurança, turismo, idiomas e outros. Temos hoje o estádio mais testado das cidades-sede para a Copa do Mundo e somos referências na área de segurança. Durante todo o processo de preparação para o Mundial em Minas Gerais, reunimos vários profissionais de todos os segmentos e poderemos contar com uma mão de obra qualificada e comprometida”, destaca Lacerda.

O pontapé inicial para o planejamento do evento em Belo Horizonte foi a reforma do Mineirão. Depois de 1.060 dias de obra e 909 dias fechado, o Gigante da Pampulha reabriu as portas ao público dentro do prazo estabelecido, no dia 21 de dezembro de 2012. Em seu primeiro ano de operação (2013), o estádio não foi somente um dos destaques na Copa das Confederações, como foi fundamental na trajetória vitoriosa do Cruzeiro Esporte Clube, que conquistou o Campeonato Brasileiro e fechou 2013 com um faturamento bruto de bilheteria superior a R$ 40 milhões, o maior de sua história. Além disso, o estádio foi palco da conquista inédita da Taça Libertadores da América pelo Clube Atlético Mineiro, que levou à arrecadação de R$ 14 milhões em um único jogo, a maior da história do futebol brasileiro.

Na Copa do Mundo, o Mineirão receberá quatro jogos na primeira fase, sendo três deles envolvendo cabeças de chave: Argentina, Bélgica e Colômbia. O outro confronto terá a participação da Inglaterra, seleção campeã mundial. Na fase mata-mata, Belo Horizonte sediará uma partida das oitavas de final do torneio e um duelo da semifinal. Craques internacionais como Lionel Messi, Rooney, Kompany, Hazard, Gerrard e Lampard irão pisar no gramado do Gigante da Pampulha.

Para Francisco das Chagas de Queiroz, presidiário que trabalhou nas obras do estádio, fazer parte da construção de um palco da Copa foi inesquecível. “Trabalhar no Mineirão foi um privilégio. Nunca imaginei atuar em uma obra tão grande. Lá pude conviver com pessoas diferentes, conhecer gente nova, com outras culturas. Cerca de 80% dos operários vieram do Nordeste. Adquiri um aprendizado imenso”, disse. Entre os momentos vividos no canteiro de obras e após a conclusão da reforma, o belo-horizontino, que está preso há 19 anos e quatro meses e cumpre pena de 66 anos no Presídio José Maria Alkmim por assaltos a bancos, destaca a oportunidade de conhecer astros como Ronaldo e Pelé. “Foi uma emoção. O Pelé mostrou-se muito humilde, cumprimentou a todos e até pegou na minha mão”, conta orgulhoso.

Legado de melhorias em infraestrutura será permanente

Além da reforma no Mineirão, o Governo de Minas modernizou o outro importante estádio de Belo Horizonte, a Arena Independência. O local, que servirá como Campo Oficial de Treinamentos das seleções que jogarem em Belo Horizonte durante a Copa, teve capacidade ampliada de 10 mil para 23 mil pessoas através de investimento feito pelo Governo de Minas no valor de R$ 149 milhões.

As obras de infraestrutura também deixarão outro legado do Mundial. A melhoria das rodovias MG-424 (16,8 quilômetros) e LMG-800 (8,15 quilômetros) vão beneficiar, além de turistas e visitantes, cerca de 3 milhões de pessoas de nove municípios mineiros na região do aeroporto: Belo Horizonte, Conceição do Mato Dentro, Confins, Jaboticatubas, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano. Entre as intervenções no trecho está a construção do contorno de Lagoa Santa e de uma nova ponte sobre o Rio das Velhas, o que vai facilitar o acesso à região da Serra do Cipó, sem passar por dentro de Lagoa Santa.

Motorista de vans há 10 anos, José Teixeira mora na região do São Benedito, em Santa Luzia, uma das cidades beneficiadas pelas obras das rodovias. Teixeira, como é mais conhecido, foi um dos pré-selecionados pela Fifa para prestar serviços como motorista durante o maior evento esportivo do mundo. Agora, ele aguarda os próximos passos e torce para efetivar o contrato com a entidade máxima do futebol.

“Na Copa, haverá gente de todos os cantos do Planeta aqui no meu Estado. Mais do que trabalho, receber esses jogos e essas pessoas será motivo de muito orgulho pra mim e isso não tem preço. Vai marcar a minha vida”, comenta Teixeira. Ao falar dos benefícios que a Copa poderá lhe render, o motorista afirma que será um bom complemento na renda, com o qual poderá fazer alguns reparos na casa onde mora e viajar com a família. Além disso, constar em seu currículo o trabalho para a Fifa poderá garantir outras oportunidades em grandes eventos.

Capital mineira será dotada de mais mobilidade urbana

A Copa do Mundo também expandiu as oportunidades para Belo Horizonte ampliar e modernizar sua infraestrutura urbana. A principal obra é o BRT (Bus Rapid Transit), sistema de transporte de alta capacidade de Belo Horizonte. Batizado como Move, o novo sistema atende a uma das principais reivindicações da população, a melhoria do transporte. Ao mesmo tempo, será utilizado para o deslocamento dos visitantes durante a Copa, em especial para acesso aos estádios e aos principais locais de eventos. Além disso, estão gerando empregos diretos e indiretos.

Vicente de Paulo Batista, 36 anos, trabalha na obra do Move há 2 anos e 6 meses. Encarregado de obras, ele coordena uma equipe de 50 pessoas e se sente realizado ao ver os trabalhos prontos, como os vários viadutos no trajeto da linha Antônio Carlos - Pedro I. Batista acredita que a Copa do Mundo foi responsável pelo aumento dos postos de trabalho e também pela sua própria oportunidade de emprego e de promoção.  “A Copa foi fundamental. Desde que Minas Gerais foi selecionada para ser sede do torneio, modificou muito, o Estado melhorou com obras de infraestrutura”, afirma.

Vicente menciona, ainda, que sua irmã também conseguiu trabalho devido às obras, em uma cozinha industrial que serve refeições para empresas de construção. O encarregado afirma estar ansioso para ver como vai ser o BRT. Morador do bairro Jaqueline, será um dos usuários do novo sistema de transporte, com corredores livres e mais amplos e ônibus mais espaçosos.

Para o secretário municipal extraordinário para a Copa do Mundo, Camillo Fraga, os investimentos que estão sendo feitos na cidade trarão benefícios não só para o período do Mundial, mas de forma permanente, como um legado à sociedade mineira. “A expectativa com a chegada da Copa do Mundo cresce a cada dia. O mundo inteiro está focalizando nossa cidade e estamos preparados para receber todos os visitantes, de forma a fazer justiça à fama da hospitalidade dos mineiros e belo-horizontinos”, ressalta.

Preparação das equipes de segurança e saúde também se destaca

Minas Gerais se destaca, ainda, na preparação de suas forças de segurança e saúde para a realização da Copa do Mundo da FIFA 2014. Em 2013, foi o primeiro Estado a inaugurar o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), estrutura que integra 25 instituições de segurança e que desempenhou um papel fundamental durante a Copa das Confederações, auxiliando no monitoramento das manifestações e chegada das delegações e autoridades.

Minas também tem investido na qualificação dos profissionais que atuam no Grupo Interinstitucional de Proteção Pública, sendo pioneiro na realização de simulados de Defesa Química, Biológica, Radiológica, Nuclear e Explosiva (DQBRNE). Ao todo, 6.572 capacitações na área de segurança já foram realizadas no Estado, incluindo diversos módulos como Gerenciamento de Crises, Análise do Terrorismo e Operações de Inteligência de Segurança Pública.

Há 19 anos, Luiz Andrey Teixeira Duarte, o sargento Duarte faz parte da corporação da Polícia Militar de Minas Gerais. Líder de célula do Time Tático do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e professor na Academia de Polícia Militar, o sargento participou de algumas capacitações para tornar sua atuação mais eficiente. Para ele, a experiência de trabalhar num evento desse porte será um marco em sua carreira. “Trata-se de um ganho pessoal e uma prestação de serviço diferenciada, pois a Copa representa a projeção do país no mundo inteiro. Fazer parte das equipes especializadas é uma realização profissional e a demonstração de como o Estado se preparou para proteger o cidadão e responder de uma forma qualificada aos anseios da sociedade”, afirma.

Polícia Militar de Minas Gerais criou uma estrutura pioneira para atuação na Copa das Confederações, denominada Batalhão Copa, que atuou em todas as áreas de interesse relacionadas diretamente ao evento, como estádio, aeroporto, áreas do Public View Event (PVE), Campo Oficial de Treinamento, terminais de mobilidade urbana e áreas turísticas. Para a Copa do Mundo, será empregado novamente esse batalhão com efetivo em torno de 2.400 homens.

Resgate e assistência

Na área da saúde, a Coordenadoria Especial da Copa do Mundo da Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (Setes) atua em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) na promoção de cursos e simpósios que envolvem todos os serviços ligados à assistência e proteção da população. O objetivo é unificar a linguagem dessas áreas, tais como hospitais públicos de urgência e emergência (Hospital Risoleta Tolentino Neves, Hospital João XXIII, Hospital Odilon Behrens e Hospital Eduardo de Menezes), SAMU, Corpo de Bombeiros e seus serviços de resgate, Defesa Civil e Polícia Militar.

O Governo do Estado realizou dois simulados de saúde: um em Confins, sobre pouso de emergência com vítima fatal, outro no Mineirão, sobre pisoteamento. Juntamente com a pasta de Defesa Social, a SES realizou também uma capacitação e um simulado em atendimento às vítimas de substâncias químicas, biológicas, radiológicas e nuclear, QBRN. Sobre a metodologia hospitalar de atendimento em catástrofe, a SES elaborou o Projeto Saúde na Copa.

O médico do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Leonardo Pampolini, ressalta o nível de maturidade que a saúde pública em BH alcançou até agora. “Acredito que a rede de atendimento de urgência e emergência em BH passou por um amadurecimento enorme, em todos os aspectos, no qual os atores falam a mesma língua, todos sabem e cumprem bem o seu papel numa cadeia intrincada de processos coordenados entre si, e houve um fortalecimento da cultura de preparo para catástrofes e desastres, ao invés da tradicional resposta descoordenada e confusa que mina a capacidade de resposta e o bom resultado das ações, em caso de um grande evento catastrófico ou com múltiplas vítimas”, explica.

Capacitação vai melhorar atendimento a turistas esperados

De acordo com o Ministério do Turismo, a expectativa é que 197 mil estrangeiros e 430 mil brasileiros circulem por Belo Horizonte durante a Copa do Mundo. Para garantir a conhecida hospitalidade mineira, o visitante será acolhido ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, com informações no Centro de Apoio ao Turista (CAT) a ser instalado no local. Os projetos desenvolvidos com foco no turismo visam, entre outros objetivos, melhorar a infraestrutura local para garantir um atendimento de qualidade para quem visita a cidade.

Para que isso aconteça, cerca de 15 mil cursos de capacitação envolvendo parceiros do Estado (SESC/SEST/SENAT) serão oferecidos até a Copa do Mundo. Até o momento, mais da metade já foram realizados. Sinvaldo Rodrigues Coelho de Paula, almoxarife, viu na Copa do Mundo uma oportunidade para mudar de rumo ingressando no curso de segurança e de garçom no Senac. “Depois de me qualificar, percebi que, mais que fazer parte do maior evento esportivo do mundo, estava mudando o traçado da minha vida”, declara.

Lucas Conduru Davis é turismólogo e trabalha em uma agência de viagens de receptivo. Com a Copa do Mundo, a empresa pretende entrar de vez no mercado de esportes e criar um departamento específico para o ramo de viagens e eventos esportivos. “As copas são uma oportunidade muito saudável para o trade turístico mineiro verificar e corrigir os gargalos operacionais, expandir os negócios e promover a cidade”, prevê.

A Copa das Confederações serviu para a empresa entender como funciona a operação específica de um evento esportivo desta magnitude. “Além de termos faturado mais de 100% em comparação a junho de 2012, adquirimos experiência para a Copa do Mundo e temos a expectativa de faturar cinco vezes mais do que nas Confederações”, afirma Lucas.

Para o governador Antonio Anastasia, a capacidade e o histórico de bons anfitriões dos mineiros vão conspirar a favor do turista. “Estamos muito confiantes de que a hospitalidade, a gastronomia, o patrimônio histórico e cultural do Estado e o famoso estilo mineiro de bem receber serão fatores determinantes para termos um belo espetáculo”, destaca.

Trabalho voluntário atrai estudantes durante o mundial

A estudante de Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Thaís Cristina Marquezine Caldeira, frequenta as aulas de inglês do Plug Minas e também enxerga a Copa como uma oportunidade de crescimento. A participação neste curso lhe rendeu a chance de participar da Fan Fest na Copa das Confederações. “Durante os jogos, pude conversar com pessoas de vários lugares e perceber o quanto já tinha aprendido”, conta. Thaís já fez sua inscrição para ser voluntária na Copa do Mundo.

Michel Augusto, 19 anos, estuda, trabalha com a mãe em um trailer de lanches e, apesar da pouca idade e tempo disponível, faz da ação voluntária um objetivo de vida. Quando soube do programa Brasil Voluntário, do governo federal, coordenado e executado pelo Governo do Estado em Minas, ele vislumbrou que poderia unir sua meta com o futebol. Durante a Copa das Confederações, com um megafone em punho, ele orientou torcedores e jornalistas nas rotas específicas para pedestres em direção ao Mineirão. “Vejo que a função do voluntário na Copa é tão importante quanto a do policial, do bombeiro, do jogador e do torcedor”, acredita.

Michel já se inscreveu novamente no programa e espera ser chamado para atuar na Copa do Mundo. Ele gostaria de mostrar aos turistas as qualidades de Belo Horizonte, como o clima agradável, a culinária saborosa e as opções para diversão. Quando perguntado do por que, a resposta é simples: “Eu amo Belo Horizonte, é onde nasci e jamais quero sair”, conclui.

Opções de entretenimento e lazer não vão faltar

Em Belo Horizonte, a Copa do Mundo também acontece fora das quatro linhas. Durante o mundial, inúmeras opções de entretenimento estão sendo preparadas para receber os turistas e torcedores em geral e mostrar o que Minas tem de bom.

Para o vocalista da banda de pop rock mineira Tianastácia, Podé Nastácia, opções não faltarão para quem vier a BH acompanhar os jogos. “Eu acho que principalmente em Minas Gerais a gente tem muito a oferecer. Na parte da cultura então... Se pegarmos a história musical de Minas, temos o Clube da Esquina, o Sepultura, o Tianastácia, o Skank, o Jota Quest, o Pato Fu, entre outros. E na dança, a gente tem o Grupo Corpo, o Primeiro Ato, o Galpão... Quem vier para Minas Gerais vai ter muitas coisas bacanas, bem diversificadas, principalmente com relação à cultura”, acredita Podé.

Apaixonado por futebol, o atleticano Podé comentou sobre o desempenho da Seleção Brasileira dentro dos gramados durante o Mundial. “Já tem 64 anos que a Copa não vem pra cá. E a gente perdeu para o Uruguai em casa, em 1950. Então é uma chance da Seleção se redimir e conquistar a sexta Copa do Mundo”, destaca. “O Brasil é o país do futebol, então acho que só tem coisa boa nessa história da Copa do Mundo aqui no Brasil”, afirma.

O baixista da banda, Beto, enxerga os benefícios da Copa do Mundo além dos gramados. “A expectativa é grande, não só em Minas Gerais, mas no Brasil todo, porque o esporte talvez seja o principal elo entre os povos. Aquela cena do povo cantando o hino no início dos jogos, aquela emoção, aquela verdade, tudo aquilo é importantíssimo para o povo brasileiro; essa união, não só dos povos, mas dos brasileiros. Eu acho que tudo é positivo”, declara.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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