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Copa do Mundo

18h21min - 22 de Maio de 2014 Atualizado em 18h23min

Mineirão recebe simulado de ataque químico e nuclear em preparação para a Copa

Dinâmica realizada por grupo interdisciplinar que envolve 17 órgãos de saúde e segurança reuniu mais de mil profissionais no estádio nesta quinta-feira (22/05)

Referência em segurança e saúde, Minas Gerais recebeu nesta quinta-feira (22/05) o último simulado de ataque Químico, Radiológico, Biológico e Nuclear (QBRN) preparatório para a Copa do Mundo de 2014. A atividade contou com a atuação de mais de mil profissionais e testou o atendimento pré-hospitalar e hospitalar de Belo Horizonte e a integração entre as forças de salvamento em acidentes que envolvem múltiplas vítimas.

A experiência no Gigante da Pampulha começou com a simulação da explosão de um artefato contaminado com substância fictícia “QBRN” na arquibancada e outra na esplanada, atingindo assim 200 torcedores. Em um cenário de catástrofe, o Corpo de Bombeiros iniciou a evacuação do estádio e o atendimento.

Foram acionados os protocolos de QBRN (agentes químicos, biológicos, radiológicos e nuclear), que envolvem a detecção, identificação e descontaminação no local, etapa realizada pelo Exército e pelo Corpo de Bombeiros.  Em seguida, entraram em ação as forças de saúde para o atendimento das vítimas contaminadas, seguida pela classificação de risco em tendas para que os pacientes fossem ser distribuídos pelos hospitais referência de forma organizada.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), os pacientes considerados vermelhos são aqueles que estão em estado grave, que não tem estabilidade, não conseguem andar, e possuem algum problema respiratório ou circulatório. Os pacientes classificados como amarelo também não conseguem andar, mas não têm problemas respiratórios ou circulatórios, enquanto a classificação verde destina-se a pessoas que podem andar.

Encaminhamento hospitalar

Assim que o plano de contingência da saúde é ativado, as vítimas são encaminhadas para os hospitais João XXIII, que fica responsável por casos químicos e radiológicos, Eduardo de Menezes, para biológicos e Risoleta Tolentino Neves e Odilon Behrens para casos de trauma. O atendimento pré-hospitalar será realizado pelo SAMU e pelo Corpo de Bombeiros nas tendas do Posto Médico Avançado (PMA), instaladas próximas à área do acidente. A Fundação Ezequiel Dias (Funed) e o Hemominas também devem permanecer de prontidão. O Lifecenter, hospital credenciado para atender a FIFA, também participou da simulação.

As tendas de descontaminação serão armadas pelo Corpo de Bombeiros cinco horas antes dos jogos e permanecem mobilizadas até cinco horas depois do término do jogo. O coordenador de Urgência e Emergência da SES, Rasível dos Reis, esclarece que toda essa estrutura estará disponível do lado de fora do Mineirão. A FIFA fica responsável pelo atendimento do lado de dentro do estádio. “É estratégico o local onde é montado o PMA, para atender adentro e fora do estádio, incluindo em casos de possíveis manifestações e protestos”, aponta Reis.

Enquanto o atendimento era realizado, o produto foi levado para análise ao laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Todos os militares e agentes de saúde envolvidos na ação usaram roupas especiais, com máscaras de última geração, para atender às vítimas. Fora do Mineirão, outros Postos Médicos Avançados serão montados, segundo a SES-MG: um no Expominas, outras duas no 1º e 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros e outro em Confins.

Segundo o coordenador de segurança radiológica e nuclear em Minas Gerais pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Vanderley Vasconcelos, em grandes eventos, é preciso prever a ocorrência de atentados com material radioativo. “Neste caso, cada uma das instituições tem capacidade de atendimento, mas a integração é fundamental. Por exemplo, na tenda de descontaminação, os representantes da CNEN vão se posicionar na entrada, regulando quem entra, o controle de dose, quem sai e se foi descontaminado totalmente. O mais importante, o maior legado desses simulados, é a integração”, destaca Vasconcelos.

A dinâmica com duração de três horas contou com a presença de representantes do Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Polícia Civil, Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), BHTrans, Instituto Médico Legal (IML), Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), além das secretarias estadual e municipal de Saúde, e da Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (Setes).

Estratégia integrada

Este foi o terceiro exercício deste tipo realizado antes do Mundial e o primeiro no Mineirão, promovido pelo Grupo Interinstitucional de Proteção Pública, coordenado pela Secretaria de Estado de Turismo e Esportes e o Exército Brasileiro, que reúne 17 órgãos municipais e estaduais.

Em junho de 2013, a Praça JK, na Região Centro-Sul da capital mineira, foi cenário da primeira simulação de risco com presença de vítimas contaminadas por agente químico para a Copa das Confederações. Em março deste ano, o metrô de Belo Horizonte, principal acesso ao Expominas, local onde será realizada a Fan Fest, evento das exibições públicas dos jogos do Mundial, foi palco do segundo treinamento.

 “Iniciamos os trabalhos em conjunto no ano passado, que foi um ensaio para a Copa do Mundo. A partir de então, continuamos nos reunindo mensalmente e visualizamos a necessidade de fazer simulados para colocar em prática nossos protocolos e corrigir algumas falhas que possam aparecer”, destaca o coordenador do Centro de Controle Tático Integrado e do Grupo de Proteção Pública pelo Exército Brasileiro, coronel Wagner Silveira.

O Grupo de Proteção Pública foi criado em 2013 e tem como objetivo congregar todas as forças no sentido de preparar BH para um possível evento químico, biológico, radiológico, nuclear, decorrente ou não de atentado terrorista. “Em virtude da complexidade desse tema, o Governo de Minas Gerais está preparando um decreto para organizar a atuação das forças no âmbito do Estado de todos os atores envolvidos”, informa o coordenador do Grupo pela Setes, coronel Wilson Chagas. 

Segundo o coronel do Exército Brasileiro, Wagner Silveira, já foram levantados vários cenários diferentes onde podem ocorrer eventos de massa. “Todos eles foram discutidos, treinados, ensaiados, então estamos em condições de responder à altura diversas situações que possam aparecer. Reuniões envolvendo segurança e saúde acontecem em todas as sedes, mas, com esse objetivo, de testar a dinâmica e a abrangência das ações, Belo Horizonte é uma das poucas”, explica Silveira.

O coordenador de Urgência e Emergência da SES, Rasível dos Reis, explica que estes simulados são fundamentais. ”É melhor a gente estar preparado para algo que pode acontecer, mesmo que de forma remota. Já se percebeu internacionalmente que quando se integra e se trabalha em cooperação a resposta fica mais eficaz”, fundamenta. “Não estamos treinando só para a Copa do Mundo, mas para qualquer tipo de ocorrência com múltiplas vítimas”, conclui Reis.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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