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17h11min - 18 de Junho de 2014 Atualizado em 17h18min

Orquestra Jovem se apresenta no Centro de Internação Provisória Dom Bosco

O concerto contou com um repertório variado, com músicas de autores brasileiros, como Tom Jobim, Luiz Gonzaga e Ary Barroso, e canções eruditas

Nesta quarta-feira (18/06), a Orquestra Infanto-juvenil Doutor Milton Dias - um dos núcleos da ONG Orquestra Jovem das Gerais - se apresentou no Centro de Internação Provisória Dom Bosco, no bairro do Horto, em Belo Horizonte. O show foi o primeiro de uma série que vai acontecer em outros centros de internação de Minas.

O concerto contou com um repertório variado, com músicas de autores brasileiros, como Tom Jobim, Luiz Gonzaga e Ary Barroso e canções eruditas como o Bolero de Ravel e o Barbeiro de Sevilha, entre outras obras conhecidas. A orquestra possui cerca de 30 integrantes com idades entre nove e 17 anos, que tocam diversos instrumentos desde o contrabaixo até o fagote. O show teve uma duração de 40 minutos e foi assistido por jovens em conflito com a lei, que estavam acompanhados de visitantes.

O coordenador da ONG e maestro do recital, Renato Almeida, realizou um concerto didático, onde apresentou para os espectadores todos os instrumentos e as características de cada um. Como, por exemplo, os instrumentos de corda onde os tamanhos irão influenciar no tom emitido. Os violinos possuem um som mais agudo, já o contrabaixo um som mais grave.

A iniciativa foi proposta pela ex-servidora da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), Maria de Lourdes Vieira, que atualmente é Analista Institucional da ONG Orquestra Jovem das Gerais.

“Desde quando saí da Suase e comecei a trabalhar com a ONG, em outubro do ano passado, já tinha a intenção de levar esse trabalho para mais perto dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. Foi então que eu procurei a Camila Fontes, gerente de oficinas da Suase, para fazer a proposta e de cara ela já topou. Temos planos de levar essa apresentação para todos os centros socioeducativos da Região Metropolitana,” afirma Maria de Lourdes.

O encerramento foi em clima de Copa e contou com a apresentação da música Aquarela do Brasil do compositor mineiro Ary Barroso. Raissa Júnia Silva Rezende, uma das musicistas da orquestra, é a responsável por tocar o contrabaixo. Ela contou que era a primeira vez que tocava num ambiente desse e que a intenção do grupo era levar uma boa energia e momentos alegres para os jovens internos.

“Espero que tenhamos transmitido para todos um pouco do nosso trabalho e essa felicidade que sentimos quando tocamos. É muito importante para nós mostrar a esses jovens, que vieram do mesmo lugar que nós, uma reflexão sobre nosso atos e como todos têm uma segunda chance,” disse Raíssa.

Segundo a Diretora de Atendimento da unidade, Rosália Pacchi, essa atividade pôde mostrar para os adolescentes internados no centro que eles têm outras oportunidades, outras perspectivas de vida: “Eu espero que nossos jovens vejam que não é impossível mudar de vida, que basta apenas tentar. Esses meninos que estão aqui hoje se apresentando vieram da mesma situação deles, de comunidades carentes, e estão mostrando que escolhas diferentes é o melhor caminho.”.

A apresentação era a primeira do tipo para vários dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa. Um deles disse que nunca tinha visto um recital e que o show trouxe um clima muito bom para o dia. “Os meninos estão de parabéns, o concerto deixou o ambiente descontraído. Eles tocam muito bem e me mostraram que há outras opções de vida, que podemos mudar nossos caminhos. Gostei muito quando eles tocaram a música do Falamansa, me deu vontade de dançar.”

A diretora-geral do centro, Cristiane Maria Silveira Coelho, agradeceu muito pela iniciativa de poder levar música aos jovens: “Esse concerto mostrou que todos temos algum talento e que devemos tirar de nós mesmos o que temos de melhor. Além de expor para os adolescentes daqui que é possível sonhar.” Ela relatou ter sido procurada por um dos adolescentes depois da apresentação para saber como ele fazia para participar da orquestra: “Fiquei muito feliz com a atitude dele. Isso põe em cheque que não podemos deixar a vida nos levar, podemos escolher que caminho seguir.”.

ONG Orquestra Jovem de Contagem

A orquestra foi criada em 1997 pelos músicos Renato Almeida e Rosiane Reis. A instituição tem como objetivo promover o desenvolvimento cidadão através da arte, cultura e educação. Localizada no bairro Glória em Contagem, atende atualmente cerca de 250 crianças e adolescentes. Mais de 1400 jovens já foram beneficiados pelo projeto durante esses 17 anos de funcionamento, que já realizaram apresentações em vários países e ganharam diversas premiações.

A ONG oferece várias oficinas de instrumentos de cordas, sopros, e percussão às crianças e adolescentes de comunidades em situação de vulnerabilidade social da Região Metropolitana de Belo Horizonte. E sobrevive graças ao apoio de diversos parceiros, como empresas privadas e também por intermédio da Lei Rouanet e da Lei Estadual de Incentivo a Cultura.  No final do mês, a Orquestra Infanto-juvenil Doutor Milton Dias viaja numa turnê de 15 dias pela França e Itália, apresentando o seu repertório de música popular brasileira e erudita.

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