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Segurança / Defesa Social

17h56min - 18 de Julho de 2008 Atualizado em 16h00min - 01 de Julho de 2013

Penitenciária José Maria Alkimim completa 70 anos de história

BELO HORIZONTE (18/07/08) - Ao som do Hino Nacional executado pelo Coral e Flautistas mirins do programa Fica Vivo! do Núcleo de Prevenção à Criminalidade do Bairro Cabana, capital, e com a notícia do tombamento pelo Patrimônio Público Municipal, foi realizada, na manhã desta sexta-feira (18), a cerimônia comemorativa dos 70 anos da Penitenciária José Maria Alkimim (PJMA), localizada em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em ato ecumênico, houve bênção do padre João Batista e o pastor marcos Aurélio recitou uma oração.

Segundo o diretor-geral Zuley Souza, a penitenciária, com o título de patrimônio municipal, passará por restaurações e terá um programa permanente de conservação. “Estamos em um processo que prevê o tombamento da fachada e das 40 casas que formam a Vila onde, até hoje, moram vários servidores da unidade”, explica. A Universidade Federal de Minas Gerais deverá realizar o levantamento histórico e arquitetônico no espaço de 10 mil metros quadrados com 2 mil de área construída.

O subsecretário de Administração Prisional da Secretaria de Estado de Defesa Social, Genilson Zeferino, destacou a importância da unidade no sistema prisional mineiro. Ele lembrou que o fundador, José Maria Alkmin, era um estudioso da questão e trouxe ao Brasil modelos de gestão que conheceu por meio de viagens a vários países. “Assim, ele concebeu um ambiente prisional onde o preso sofresse o menor impacto, com a laborterapia como carro-chefe. Ao longo de 70 anos, a Penitenciária José Maria Alkimim tem cumprido a missão para a qual foi concebida”, destaca.

Ao fim da solenidade, foi descerrada placa em homenagem ao aniversário da penitenciária, que será fixada na parede frontal do prédio principal da unidade.

A PJMA é a mais antiga do Estado. Com capacidade para 832 presos, abriga, atualmente, 796. Foi pioneira na adoção do trabalho dos detentos como forma de resgate da auto-estima e de reinserção social, prática que vigora até os dias de hoje. A obra, iniciada em 1927 e concluída em 1935, só foi inaugurada em 1938, por decisão do então presidente Getúlio Vargas.

Atualmente, 253 presos da PJMA exercem atividades laborativas, como agricultura, marcenaria, madeireira, olaria, reciclagem, mecânica, panificação, entre outras, dentro e fora da unidade. Uma escola nas dependências da penitenciária oferece aulas de ensino fundamental e alfabetização para detentos.

Passado e presente

A história da PJMA se mistura a muitas outras. Histórias de pessoas que fizeram de lá sua escola, como a de ex-agentes penitenciários que hoje se tornaram diretores-gerais de outras unidades prisionais. O diretor-geral do Presídio Inspetor José Martinho Drumond, Gaubert Warleson Diniz Rocha, conta sua experiência. “Foi muito produtivo trabalhar aqui, uma experiência inigualável. Morei na vila por 27 anos junto com minha família. Meu pai é funcionário administrativo da unidade até hoje. Também fui diretor-administrativo de 2003 a 2006. Portanto, a Penitenciária José Maria Alkimim faz parte da minha vida, da minha formação, da minha moral”, relata.

O diretor-geral do Ceresp Betim, Willian Silva Costa, lembra dos anos de trabalho e convivência com a realidade da penitenciária. “Trabalhei aqui de 1990 até 1994, mas nunca perdi o vínculo com essa que é a mãe de todas as unidades. Meu pai é agente penitenciário daqui desde 1988. Ela é a nossa raiz e nos dá o diferencial para administrarmos outras unidades”, destaca.

Roberto Cássio de Melo Barbosa, diretor-geral do Presídio de Pedro Leopoldo, trabalhou por seis anos na penitenciária. “Quando entrei aqui, em 1994, a unidade era modelo em Minas e continua sendo. O que aprendi aqui me credencia a atuar da melhor maneira possível na função que agora ocupo”, ressalta. Marinho Rômulo Avelar Filho, diretor-geral do Ceresp Gameleira, rememora sua história. “Morei 23 anos na vila. Meu falecido pai ficou 40 anos na parte administrativa, além dos meus irmãos que trabalham aqui atualmente. Foi a melhor experiência que tive, assim como meus familiares”.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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