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Saúde

17h38min - 25 de Abril de 2014 Atualizado em 17h38min

VÍDEO: Diagnóstico de dengue em Minas Gerais pode ser até cinco vezes mais rápido

Fundação Ezequiel Dias recebeu kits de reagentes que permitirão adotar metodologia mais rápida no diagnóstico de casos especiais da doença

Referência estadual no diagnóstico da Dengue, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) – órgão do Sistema de Saúde de Minas Gerais - recebeu na última semana um importante aliado no diagnóstico da doença. A partir da doação de kits de reagentes feita pelo CDC - Center for Disease Control, de Atlanta, nos Estados Unidos, a Funed poderá fazer o diagnóstico da dengue no equipamento PCR em tempo real. Entre as vantagens da nova metodologia, está a emissão do laudo em até cinco dias úteis, ou seja, cinco vezes mais rápido que o exame adotado atualmente para sorotipagem (isolamento viral), que tem prazo de até 30 dias para conclusão.

De acordo com a referência técnica do Laboratório de Biologia Molecular da Funed, Felipe Iani, o PCR em tempo real, além de mais sensível e específico, é a metodologia de diagnóstico mais moderna que existe no mundo, na atualidade. O PCR detecta partes específicas do DNA de cada sorotipo viral. “O Isolamento Viral, considerado atualmente padrão-ouro para o diagnóstico do vírus da dengue, é utilizado para sorotipar em dengue tipo 1, 2 , 3 e 4 e, assim, identificar qual o tipo de vírus que circula em cada região do estado. Ele tem um prazo de aproximadamente de 25 a 30 dias para a liberação do resultado, pois depende da multiplicação do vírus em células cultivadas. Após o período de incubação, são feitas lâminas com estas células e o vírus é identificado por meio de anticorpos fluorescentes contra cada sorotipo viral. Com o diagnóstico via PCR em tempo real, o nosso prazo será de apenas cinco dias, aproximadamente”, explica Felipe.

A Fundação já possuía o equipamento PCR em tempo real desde 2010, quando foi adquirido para realizar diagnósticos do vírus da Influenza, seguindo, assim, o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde para a análise deste vírus respiratório. A novidade é que com a chegada dos reagentes, o equipamento será utilizado também para o diagnóstico da dengue. “Conseguimos importar, sem custos, os kits de reagentes necessários, após o contato realizado com o CDC, órgão norte-americano que é referência no diagnóstico e controle de doenças potencialmente epidêmicas, que fez a doação. Tais reagentes podem ser adquiridos comercialmente, mas o alto custo encarece e dificulta a adoção do PCR como um diagnóstico de rotina. Os reagentes recebidos serão um aporte a mais para atender a nossa demanda atual que tende a crescer”, destaca o profissional.

Aplicação em casos especiais

Apesar de a metodologia ser a mais avançada que existe na atualidade, Iani explica que essa técnica só será utilizada na Funed em casos específicos de diagnóstico, como os agudos, óbitos e em algumas situações conclusivas, para confirmação do diagnóstico. “O grande avanço é que nós já estamos aptos para realizar o diagnóstico do sorotipo do vírus nessa metodologia. O segundo passo agora é definir e estabelecer critérios, a partir de uma nota técnica, para casos que deverão ser apurados por meio dela. O próprio Laboratório de Dengue da Funed irá determinar qual o método de análise será empregado em cada situação especifica, sempre considerando o controle epidemiológico e a proteção da saúde da população”, afirma.

A expectativa é que na próxima semana, a Funed já comece a liberar resultados no sistema Gerenciamento de Ambiente Laboratorial (GAL) – software de cadastro e liberação de resultados – com essa nova metodologia de diagnóstico.

"Ficamos satisfeitos em contribuir para o SUS com ações inovadoras, que visam possibilitar o cumprimento efetivo de nossa missão organizacional. A equipe está de parabéns e esperamos que estes avanços logo se revertam em resultados concretos para a população, com diagnósticos cada vez mais rápidos e precisos", disse o presidente da Funed, Francisco Tavares.

Métodos de diagnósticos

O diagnóstico da dengue pode ser feito pesquisando tanto o vírus como anticorpos presentes nas amostras dos pacientes com a doença. Na Funed, são realizadas ambas as análises, por meio de várias metodologias. Na pesquisa do vírus, é possível saber qual é o sorotipo, utilizando-se tanto a metodologia do Isolamento Viral quanto oPCR. “Esse tipo de diagnóstico é feito sob uma coleta orientada, para, assim, descobrir qual o sorotipo está circulando em cada região do estado. Outro modo é o diagnóstico de rotina, que é mais frequente e que se faz a pesquisa de anticorpos. Nesse caso, só é possível saber se o diagnóstico é positivo ou negativo, mas não é possível precisar o sorotipo do vírus”, explica a referência técnica e responsável pelo Laboratório de Dengue e Febre Amarela da Funed, Maira Alves Pereira.

Referência

Hoje, a Funed é responsável por realizar o diagnóstico de toda a região Central do Estado, além de fazer o Controle de Qualidade e exames sorológicos confirmatórios dos laboratórios macrorregionais e municipais. Além disso, a Fundação é responsável por coordenar todos os laboratórios da Rede de Laboratórios de Saúde Pública de Minas Gerais (RELSP-MG). Essa rede é composta por cinco laboratórios macrorregionais (Pouso Alegre, Uberaba, Montes Claros, Teófilo Otoni e Juiz de Fora), que são responsáveis por atender às suas respectivas regiões; e sete laboratórios municipais (Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ipatinga, Timóteo, Sete Lagoas e Nova Lima).

Em 2014, a Funed já processou 3.820 amostras de dengue até o final de março. Isso, levando-se em consideração o diagnóstico de rotina. Quanto à técnica de isolamento viral, foram processadas cerca de 500 amostras até o mesmo período. A analista do Laboratório de Dengue e Febre Amarela da instituição, Eliza de Souza Lopes, explica que não é possível precisar uma média mensal de amostras processadas já que em períodos de epidemia a demanda é bem maior. “Como a dengue é uma doença sazonal, a entrada de amostras no primeiro semestre é bem maior que no segundo pela própria característica do mosquito e também do clima”, afirma.

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