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Educação

19h36min - 30 de Agosto de 2011 Atualizado em 08h40min - 29 de Junho de 2013

Mais de três mil escolas da rede estadual funcionam a todo vapor em Minas

Das 3.779 escolas estaduais de Minas Gerais, a rotina em mais de três mil não mudou e continua a mil por hora. As aulas não foram interrompidas e os programas, projetos, ações e as várias atividades que foram planejadas para serem executadas, neste ano, estão sendo realizados normalmente, em várias escolas das diversas regiões do Estado.

BELO HORIZONTE (30/08/11) - Das 3.779 escolas estaduais de Minas, a rotina em mais de três mil não mudou e continua a mil por hora. As aulas não foram interrompidas e os programas, projetos, ações e as várias atividades que foram planejadas para serem executadas, neste ano, estão sendo realizados normalmente, em várias escolas das diversas regiões do Estado.

Segundo o último balanço da Secretaria de Estado da Educação (SEE), divulgado na segunda-feira (29), 61 escolas estão totalmente paralisadas, o que corresponde a 1,6% do total de 3.779. No início da greve, no dia 10 de junho, esse número chegou a 145, mas já caiu em mais da metade (veja gráfico abaixo). Já as escolas parcialmente paralisadas somam 758.

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O acompanhamento do número de escolas paralisadas totalmente e parcialmente é feito diariamente pela SEE. Cada uma das 47 superintendências envia, todos os dias, um comunicado com esses dados para a Coordenação das Superintendências, em Belo Horizonte, que é responsável pelo balanço. São, portanto, números oficiais que desmentem a estimativa superestimada divulgada em propaganda do Sind-UTE.

Aulas e atividades

Na Escola Estadual Dona Antônia Valadares, em Divinópolis, região Centro-Oeste do Estado, por exemplo, os cerca de 1.600 alunos estão em sala e, no contraturno, continuam participando dos programas e projetos propostos pela escola.

Para preparar os alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e para os vestibulares, os professores da escola estão reforçando a interpretação e a produção de textos, além de revisarem e trabalharem questões que já caíram em provas anteriores. A estudante Larissa Marriel, de 17 anos, é aluna do 3º ano do ensino médio e se sente preparada, “os nossos professores são muito bons, nos dão amplo apoio, passam exercícios com questões de exames passados e discutem com a gente dúvidas em sala de aula”, ressalta Larissa.

Além das atividades propostas dentro do ambiente escolar, as ações previstas também estão sendo realizadas fora dos limites físicos da escola. Há cerca de dez anos, os alunos da escola levam alegria para crianças de diferentes creches do município, por meio do “Projeto Creche”. Os estudantes visitam as instituições vestidos de palhaços, levam brinquedos e fazem apresentações de teatro, deixando o dia das crianças mais feliz. Nas próximas semanas, os alunos vão se dividir e se organizar para realizar novas visitas. 

Para o professor e idealizador do projeto, Marcos Geraldo Aguiar Lima, a realização de ações como essa é de fundamental importância para o desenvolvimento desses alunos. “Os alunos ficam responsáveis por organizar tudo. Eles ligam e perguntam do que as crianças mais gostam. Depois preparam teatros e pensam em diferentes brincadeiras. Com isso, os alunos aprendem, entre outras coisas, a importância do voluntariado, do trabalho em equipe e da participação em ações que ajudam a melhorar a comunidade onde vivem”, explica.

Solidariedade de um lado, incentivo à cultura do outro. Em Ribeirão das Neves, na Escola Estadual José Joaquim Lages, que atende a 1.450 estudantes dos ensinos fundamental e médio, os alunos desenvolvem atividades voltadas para destaques da literatura infantil e fatos que marcam a história do país.

No 2º ano do ensino fundamental, por exemplo, os alunos fazem uma viagem na obra de Monteiro Lobato. Com o “Sítio do Pica Pau Amarelo” como cenário, os estudantes são estimulados à leitura e à produção de textos. Para cada personagem da história, um trabalho é desenvolvido. Com a cozinheira Tia Anastácia, os estudantes escrevem um livro com sugestões de receitas. “O projeto cria um gosto pela leitura. Alguns alunos ainda não conheciam o trabalho de Monteiro Lobato e o Sítio do Pica Pau Amarelo. Hoje, eles conhecem, adoram e desenvolvem trabalhos sobre a obra. Isso melhorou muito a leitura dos meninos”, explica a professora Alessandra Cristina do Carmo Silva.

Biblioteca

O Ciclo do Ouro faz parte dos estudos dos alunos do 8º ano do ensino fundamental. Fora do horário de aula, os estudantes utilizam a estrutura da biblioteca como apoio às pesquisas propostas em sala de aula. Os alunos são convidados a fazer um percurso de estudo sobre as cidades mineiras que se destacaram durante essa fase da história do Brasil. “Com este trabalho vamos fazer um folheto turístico, com algumas informações sobre regiões importantes e curiosidades dessas cidades”, explica o aluno Mateus Mendes Rodrigues.

No ensino médio, os alunos fazem uma viagem no tempo e voltam ao ano de 1922. Passeiam com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Di Cavalcanti e outros nomes que fizeram história durante a Semana de Arte Moderna. Incentivados pelas professoras de Língua Portuguesa e Literatura, os alunos desenvolvem pesquisas e trabalhos teóricos sobre o movimento. “Eles estudam a importância da Semana para a história da literatura e das artes no Brasil. Os meninos trabalharam pesquisa teórica sobre o tema e agora estão no momento de pintar telas com inspiração nos mestres da Semana de Arte Moderna”, explica a diretora da escola, Jocélia Moreira da Costa Tavares.

As atividades da escola continuam de vento em popa e contam com a participação dos pais. Como em todo final de bimestre, a direção da escola e professores realizam reunião. “Hoje é a data marcada para a reunião dos pais de alunos dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio para apresentação dos resultados do último bimestre. Em nossa escola os pais são muito participativos”, completa Jocélia.

Família na escola

Em Belo Horizonte, na Escola Estadual Sandoval de Azevedo, o envolvimento dos pais na educação dos filhos também é uma prioridade. Conforme previsto no calendário letivo da escola, no próximo mês será realizada a Festa da Família, uma oportunidade de aproximar escola e comunidade. “Nesse dia a escola organiza uma feira que conta com a participação dos pais. Montamos barraquinhas para exposição de produtos daquelas famílias que trabalham com comércio. É aberta a toda a comunidade, são vendidos artesanato e alimentos produzidos por eles”, descreve a diretora Maria Gertrudes Mendes Vieira.

O meio ambiente é outra preocupação da escola. As histórias do Velho Chico fazem parte das discussões em sala de aula e dos trabalhos realizados pelos alunos do quinto ano do ensino fundamental. A professora Valéria Cordeiro prepara os alunos para apresentação na Feira de Cultura da escola, que será realizada na primeira semana de outubro. “Os alunos trabalham com produção de texto, pesquisa, aprendem sobre as lendas do Rio São Francisco que, inclusive, serão tema do teatro apresentado por eles na feira”, descreve Valéria.

Com tanta pesquisa, já tem aluno com os estudos na ponta da língua. Com empolgação, Matheus Alves comenta uma de suas descobertas: “Você sabia que o Rio São Francisco é uma das principais fontes de água doce do Brasil? Acho isso muito importante, já que a água doce é para o nosso consumo”, destaca o estudante.

Também voltados para a conscientização ambiental, a escola desenvolve dois outros projetos. Incentivados pelo professor Marcelo Gardini, os alunos levam para a escola pilhas e baterias que seriam descartadas em lixo comum. Com o Projeto Papa-Pilhas, o material é recolhido na escola e encaminhado a instituições que dão o destino adequado a esses objetos.

O plantio de mudas é estimulado com outro projeto, “Verde que te quero verde”. “Nosso trabalho acontece há cinco anos e já plantamos em torno de 1.500 mudas. Os meninos trazem para a escola caixinhas de leite e garrafas pet que servem de suporte para o plantio das sementes. Selecionamos as sementes, plantamos e as deixamos num local reservado para seu cuidado, que chamamos de berçário das sementes. Ao longo dos meses, os alunos cuidam das plantas e, quando elas crescem, distribuímos para os amigos e comunidade. A proposta dessa vez é levar as mudas que estão crescendo para plantar nas margens do Rio das Velhas”, descreve o professor Marcelo.

Esses são alguns exemplos das escolas da rede estadual que estão com o calendário escolar em dia e que estão desenvolvendo as mais diversas e diferentes atividades extracurriculares que fazem parte da vida escolar.

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