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Saúde

07h00min - 24 de Agosto de 2013 Atualizado em 17h39min - 23 de Agosto de 2013

Rede Fhemig é referência nacional no combate à mortalidade materna e infantil

Para reforçar as políticas públicas já existentes, Fundação Hospitalar de Minas firmou parceria com entidades dos setores de enfermagem e obstetrícia

Maternidade Odete Valadares / Divulgação
Maternidade Odete Valadares, localizada na capital, está entre as melhores unidades de saúde do país
Maternidade Odete Valadares, localizada na capital, está entre as melhores unidades de saúde do país

O combate à mortalidade infantil e materna está na base das políticas públicas de assistência à saúde realizadas pelas maternidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Rede Fhemig). Em seu conjunto, as unidades da Fhemig – Maternidade Odete Valadares, Hospital Júlia Kubitschek, Hospital Regional Antônio Dias e Hospital Regional João Penido – oferecem planejamento familiar para casos de alto de risco, pré-natal de alto risco, além de CTI adulto com protocolos específicos para gestante, parturiente e puérpera.

Outro aspecto que caracteriza o atendimento dessas instituições é a capacitação das equipes de obstetrícia que atuam na urgência, bem como a formação de médicos residentes em ginecologia e obstetrícia. Aliadas a outras ações, estas medidas colocam a Rede Fhemig no patamar de referência nacional no combate à mortalidade materna e infantil.

A prática assistencial colocada em ação pelas maternidades da Rede Fhemig ganhou um significativo reforço neste mês de agosto, quando a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) assinou um termo de parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Corem-MG) e a Seccional Minas Gerais da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo) para a redução da mortalidade materna e infantil no Estado.

A parceria tem o objetivo de ampliar os trabalhos para a diminuição de óbitos materno e infantil, por meio da divulgação da nova estratificação de risco da gestante para os profissionais de enfermagem que trabalham na atenção primária e na área da assistência à saúde. Essa classificação passou de duas categorias (Risco Habitual e Alto Risco) para quatro (Risco Habitual, Médio Risco, Alto Risco e Muito Alto Risco), possibilitando assistência mais adequada à mulher e à criança. Os critérios utilizados para a estratificação de risco levam em conta características individuais da gestante como estatura, peso, idade, situação socioeconômica, uso de substâncias psicoativas, como também o histórico de gestações anteriores, entre outros fatores.

Atendimento humanizado

O Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, é o único hospital público de referência para atendimento às gestantes de alto risco da macrorregião Noroeste de Minas Gerais. A unidade possui indicadores de qualidade que se encontram dentro de metas pactuadas. “As taxas de óbito materno estão zeradas há dois anos. (Paralelo a isso), os índices de internações em CTI e de permanência são baixos”, afirma a coordenadora da clínica de ginecologia e obstetrícia do HRAD, Adelaide D’Avila.

Esses resultados são frutos da capacitação médica permanente e do trabalho com foco na humanização de todos os processos que envolvem o parto, especialmente nos casos de nascimentos prematuros. “Procuramos estimular a presença das mães nas unidades de terapia intensiva (UTI’s) neonatais. Como esse bebê foi retirado do ventre materno antes do tempo, o vínculo criado durante a gestação entre mãe e filho acaba sofrendo uma interrupção abrupta, causando sensação de frustração na mãe. Por isso é tão importante que essa mãe esteja presente e participativa nos cuidados com seu bebê que está na UTI, pois diminui a ansiedade inerente à situação e revigora o elo entre a mãe e a criança”, explica a pediatra do HRAD, Francis Jardim.

Outra iniciativa de atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso é o Método Canguru, adotado há vários anos e de forma crescente pela Maternidade Odete Valadares (MOV). O desempenho do hospital na prática do método permitiu o seu credenciamento, pelo Ministério da Saúde, como referência estadual. A metodologia prioriza o contato prolongado (pele a pele) entre mãe e filho, o que proporciona o desenvolvimento do vínculo afetivo, o aleitamento materno, o ganho de peso mais acelerado e a alta hospitalar precoce e segura.

Redução de cesáreas

Para o diretor da MOV, Carlos Senra, o combate à mortalidade materna e infantil passa pela redução do número de cesáreas. “O parto normal é mais seguro, pois reduz os riscos de infecção hospitalar e diminui a incidência de desconforto respiratório do recém-nascido. No entanto, muitas mulheres ainda acabam preferindo a cesárea pela possibilidade de programar o parto. Na MOV, o índice de cesáreas chega a 30% em relação ao total de partos realizados, cumprindo assim o índice recomendado pelo Ministério da Saúde”, afirma.

Outra iniciativa que tem contribuído para a redução do número de cesáreas é a suíte de parto normal da MOV, com quarto PPP (pré-parto, parto e puerpério ou pós-parto). A ambiência agradável, acolhedora e humanizada do espaço é resultado da adoção de técnicas alternativas para o controle da dor (como a presença de doula e o uso de bola suíça, destinada à prática de exercícios físicos), além da presença de condições adequadas para os acompanhantes. Estruturada com base nos pressupostos do parto humanizado, a suíte de parto normal permite que as mulheres fiquem em íntimo contato com os bebês, podendo amamentá-los logo nas primeiras horas após o nascimento.

Importância do pré-natal

De acordo com a gerente da Maternidade do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), Raquel Tavares, identificar precocemente possíveis fatores de risco ainda é a melhor forma de se garantir gestação e parto saudáveis. “No HJK, temos rotinas de atendimento e acompanhamento das gestantes que se encontram em situação de risco, desde sua admissão no pré-parto, como durante o trabalho de parto e no pós-parto imediato e tardio. A assistência às gestantes de alto risco durante o pré-natal propicia um acompanhamento específico e multidisciplinar facilitando o diagnóstico oportuno”, explica.

Para o gerente da Maternidade Viva Vida do Hospital Regional João Penido (HRJP), Leonardo Pandolfi Caliman, o diagnóstico tardio da gravidez é um dos fatores que mais contribuem para uma gestação de risco. “É necessário que se fortaleça a importância do planejamento familiar. Vemos alguns casos, por exemplo, em que a mulher só descobre a gravidez quando as complicações já começam a se manifestar”, pontua. Assim, casos de hemorragias, infecções e hipertensão são os que mais levam ao parto prematuro e ao óbito materno. “O HRJP, por ser especializado em gestações de alto risco, possui uma estrutura completa para recebimento desses casos”, finaliza o gerente.

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