O governador Antonio Anastasia disse, nesta quinta-feira (12), durante o 8º Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília, que é preciso trabalhar para a criação de um ambiente de competitividade e de inovação no Brasil. Realizado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), desde 2006, o evento reuniu empresários e líderes de entidades de representação da indústria de todo o país.

"Precisamos permitir que nossas empresas tenham um processo de produtividade a nível internacional. Hoje temos um quadro que não permite que o país avance da forma que deveria. Para isso, temos de aprimorar vigorosamente a questão da gestão pública no Brasil, promover reformas, como a tributária, por exemplo, devolver os tributos para a sociedade e empresas em forma de serviços de qualidade. O processo gerencial atual do Brasil obstaculiza a competição e a gestão empresarial em nosso país", ressaltou.

Anastasia foi um dos debatedores do painel “Competitividade: desafios para as áreas de educação e inovação”, ao lado do secretário executivo do Ministério da Educação, Henrique Paim; do presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter; do diretor de Operações do Senai, Gustavo Leal; do professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Conselho de Governança de Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, e de David Sérgio Kupfer, representando o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A moderadora do painel foi jornalista Leilane Neubarth.

A importância de temas como competição, desburocratização e gestão para tonar as empresas brasileiras mais inovadoras foram discutidos pelos participantes. Na opinião dos debatedores, o país está, hoje, mais proativo no que diz respeito à inovação. Entretanto, segundo Jorge Gerdau, ainda existe uma logística cara, além de fatores que encarecem a produção e oneram a produtividade, inviabilizando a competitividade.

Qualidade da educação

Os debatedores do Enai 2013 abordaram, ainda, evoluções, problemas e desafios da educação no Brasil. Alteração curricular, formação de professores e incentivos que despertem o interesse na educação profissionalizante foram pontos discutidos. Para o governador Antonio Anastasia, a educação é um dos assuntos mais relevantes para o futuro do Brasil e está diretamente ligado ao tema do desenvolvimento econômico.

"Estamos em um processo evolutivo. Antigamente, na República Velha, a educação pública era de qualidade, mas extremamente elitista. Hoje, temos a universalização do ensino. Durante esse processo, o sistema se agigantou e a qualidade e a atratividade da carreira diminuíram. Dentre todas as políticas públicas, a educação é a mais importante para o futuro do país. É preciso pensar e agir para melhorar o tema relativo à qualidade, este é o nosso grande desafio. A falta de mão de obra qualificada, em tempos de crescimento econômico, é um grave problema", destacou o governador.

O diretor de Operações do Senai, Gustavo Leal, também enfatizou a necessidade do grande salto de qualitativo que o sistema de educação brasileiro precisa dar, além da importância do ensino profissionalizante. "O jovem enfrenta um mundo do trabalho cada vez mais exigente e seletivo. O desafio dessa nova modelagem do ensino no Brasil é a educação profissional, que dialoga com o setor produtivo e prepara as pessoas, com oferta de cursos técnicos de boa qualidade", disse Gustavo.

Encontro Nacional da Indústria

Com o tema “O Brasil e os desafios da Economia Global”, este ano o Enai propôs avaliar os cenários político e econômico do país, como a indústria nacional se posiciona diante das incertezas do mercado internacional e qual a atratividade da nossa indústria em nível mundial. O evento propicia aos seus participantes conhecer as tendências tecnológicas e econômicas das principais indústrias que movimentam a economia global, contribuindo para as tomadas de decisão do empresariado brasileiro sobre temas que têm efeitos sobre a atividade produtiva.

Considerado o mais representativo evento empresarial da indústria brasileira, o Enai tem como objetivo refletir e discutir alternativas para o fortalecimento da indústria nacional e a criação de novas fontes de dinamismo econômico no país. Conta com representantes das 27 federações estaduais da indústria e de seus sindicatos, das associações setoriais da indústria, de empresas, além de entidades governamentais e acadêmicas, entre outras interessadas nos rumos e no desenvolvimento da indústria brasileira.