Recordista em número de medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), Minas Gerais homenageou, nesta segunda-feira (25), estudantes e professores de todo o Estado que se destacaram nas 7ª e 8ª edições da competição nacional. Pelas mãos do governador Antonio Anastasia e da secretária-adjunta de Educação, Maria Sueli Pires, foram entregues, em Belo Horizonte, prêmios referentes aos anos de 2011 e 2012. No total, são mais de 3 mil prêmios.

A Obmep existe desde 2005 e já realizou oito edições. Durante a cerimônia de premiação, que reuniu parte da comunidade escolar estadual na Cidade Administrativa, o governador Anastasia, após entregar os prêmios a três medalhistas da competição, destacou que, nos últimos seis anos, Minas Gerais conseguiu a liderança no ranking total de medalhas e também no número de medalhas de ouro.

“Esses alunos aqui premiados representam um grande orgulho. Aqui, estamos fazendo uma cerimônia simbólica, porque são centenas e centenas espalhados pelo Estado. Eu queria cumprimentá-los, porque foi com o esforço dos alunos, com o apoio de seus professores, que conseguimos chegar a esses indicadores. Fico muito orgulhoso com a referência à qualidade da nossa educação pública mineira, que é, de fato, um dos grandes patrimônios de Minas. O rico capital humano que temos se reflete no primeiro lugar nacional do Ideb e nesse campeonato seguido de olimpíadas, que estamos conquistando”, afirmou o governador.

Desde a 1ª edição da Olimpíada, o Governo de Minas promove uma premiação própria para os estudantes medalhistas. A cerimônia é uma forma de reconhecer o talento dos jovens, o trabalho dos professores e o excelente resultado de Minas Gerais na maior competição do conhecimento do Brasil. A última premiação promovida pelo Governo de Minas aconteceu em 2011 e foi referente à 5ª e 6ª edições. Na ocasião, o Governo de Minas, em parceria com Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), distribuiu 1.556 premiações, sendo mil netbooks e cerca de R$ 2,14 milhões em dinheiro.

“O resultado das olimpíadas é um estímulo. Na realidade, é um grande fermento que se coloca para investirmos ainda mais. Tenho certeza e a mais serena convicção de que, nas próximas olimpíadas, vamos conseguir manter essa posição de destaque, auferindo ainda mais e mais medalhas”, completou Anastasia.

A cerimônia também contou com a participação do gerente de Comunicação da CBMM, J.D. Vital.

Líder do ranking de medalhas

Na 8ª edição da Olimpíada, a última com resultados divulgados, Minas Gerais conquistou 152 medalhas de ouro, 229 de prata e 947 de bronze, atingindo um total de 1.328 medalhas, o maior número de medalhas desde o início da competição. Das mais de 1,3 mil medalhas conquistadas por Minas Gerais na Obmep, a maior parte delas é de estudantes da rede estadual de ensino. Os alunos de escolas estaduais conquistaram 974 medalhas, sendo 117 de ouro, 159 de prata e outras 698 de bronze. Desde o início da competição, em 2005, os alunos mineiros já conseguiram quase 5 mil medalhas. Foram 629 ouros, 1.172 pratas e 3.093 bronzes.

Em seu pronunciamento, o diretor-adjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Pública, Cláudio Landim, enfatizou a superioridade da qualidade do ensino público de Minas, que se destaca em todas as edições da Obmep.

“Há oito anos, pelo menos, Minas é o Estado mais premiado nessas olimpíadas e, observando as premiações, é claro que o ensino público em Minas é muito melhor que nos demais estados, é notável. E esse estímulo ao estudo da matemática tem uma repercussão em toda a escola. A participação não vai ter um impacto só nos medalhistas, mas em todos os alunos da escola, no desempenho de todos”, disse.

Atualmente, a Obmep está em sua 9ª edição, mas os resultados ainda não foram divulgados. Quase 19 milhões de estudantes em todo o Brasil fizeram as provas da Olimpíada na primeira etapa, no mês de junho. As provas da segunda etapa também já foram aplicadas, no mês de setembro, e o resultado final da 9ª edição está previsto para o dia 29 de novembro. Dos 957 mil estudantes brasileiros que se classificaram para a segunda etapa da competição, 110 mil eram mineiros.

Orgulhos de Minas

Das mãos do governador Antonio Anastasia, três medalhistas mineiros receberam seus prêmios, representando as centenas de alunos e professores de todo o Estado. Os alunos que ganharam medalha pela primeira vez receberam um netbook. No total, foram distribuídos mais de 1,3 mil netbooks, sendo 474 aos medalhistas da 7ª edição e 850 para premiados na 8ª edição.

Aqueles que já ganharam o aparelho em edições anteriores receberam R$ 1 mil em dinheiro. Nesse caso, foram 316 prêmios para medalhistas da 7ª edição e 452 para premiados na 8ª edição.

Feliz com os prêmios, mas mais ainda com o reconhecimento da família e das autoridades estaduais, Dávila de Carvalho Meireles, do município de Dores do Turvo, comemorou pela segunda vez a conquista. Para ela, além de um esforço pessoal, a Escola Estadual Terezinha Pereira, onde estuda, teve relevante importância no resultado. “Na segunda fase, a gente tem encontros para preparação. O professor leva para a gente exercícios de provas anteriores, a gente resolve, mostra as dúvidas e o professor explica os exercícios. Essa preparação é que ajuda, porque há um incentivo muito grande para participarmos da prova”, afirmou.

Foi também em sua escola que Dante Henrique Andrade de Oliveira, de 19 anos, encontrou incentivo para conquistar um total de sete medalhas na Obmep. No Colégio Militar de Passos, o agora universitário da USP comemora o resultado e colhe os frutos de seu esforço. “Desde a quinta série a escola incentivou a gente a fazer a prova. Naquele ano, eu ganhei a medalha de prata. Aí eu pensei que, como eu consegui ganhar a prata, se eu estudasse mais eu poderia ganhar ouro. Então, comecei a estudar mais. O colégio disponibilizou bancos de questões para eu treinar e, no outro ano, já consegui ganhar a medalha de ouro. Consegui ganhar ouro em todas as outras edições”, explicou.

Os professores, por sua vez, receberam R$ 1,5 mil. Foram 399 prêmios para professores dos alunos premiados na 7ª edição e 670 prêmios para os docentes que participaram na 8ª edição. Os estudantes medalhistas de ouro do Ensino Médio e os professores desses alunos são premiados, a partir de uma parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), com R$ 5 mil cada um. Nesse caso, estão sendo entregues 48 prêmios para medalhistas e professores da 7ª Obmep e 51 aos premiados na 8ª Olimpíada.

Os prêmios são destinados a estudantes de todas as redes públicas e professores da rede estadual de ensino, exceto na categoria ouro do Ensino Médio, nível no qual alunos medalhistas e professores de todas as redes públicas recebem o prêmio.

Ao representar os docentes premiados, a professora Maria Botelho Alves Pena se diz orgulhosa e recompensada pelo trabalho de ensinar a matemática na Escola Estadual Messias Pedreiro, em Uberlândia. Ela conseguiu projeção nacional por ser uma das poucas docentes do país que conseguiram ser premiadas na Obmep.

“O que a gente faz na escola desde 2005 é fazer com que a olimpíada descubra ou crie talentos, mas que também possa contribuir para a qualidade do ensino da matemática. Não é uma olimpíada trabalhada só com alunos talentosos, é uma olimpíada em sala de aula e fora da sala de aula, pelas redes sociais, pela internet, visando todos os alunos. Todos têm acesso. Alunos que já estão na faculdade, que já ingressaram no mercado de trabalho, voltam para a escola e dão os seus depoimentos para incentivar. Mesmo os que não são premiados, temos a comprovação de que há na trajetória desses meninos, na universidade ou no mercado de trabalho, um reflexo muito positivo”, concluiu.