O governador Antonio Anastasia esteve nesta quinta-feira (24) em São Paulo onde apresentou a cerca de 300 empresários e investidores brasileiros e internacionais o trabalho que tem sido realizado em Minas Gerais nos últimos anos. Um dos principais debatedores do seminário Brasil Summit 2013, organizado pela revista britânica The Economist, Anastasia afirmou que o modelo de gestão implementado pelo governo mineiro tem por base a inovação constante, com o objetivo de apresentar cada vez mais aos cidadãos serviços públicos de qualidade.

O governador participou de um painel moderado pela diretora da equipe regional de analistas da The Economist Intelligence Unit para América Latina, Irene Mia, ao lado do presidente e idealizador do grupo TOTVS, Laércio Cosentino, e do cientista-chefe da IBM Brasil, Fábio Gandour.

“Nós realizamos, ao longo dos últimos anos, um trabalho muito veemente no sentido de apresentar inovações em relação a uma boa gestão, partindo do princípio que uma gestão pública eficiente é um pressuposto para o desenvolvimento econômico e a inclusão social. Esse trabalho se desdobrou em diversas dimensões e em diversos enfoques, quer nas áreas de políticas públicas de natureza social, quer na infraestrutura, na ciência e tecnologia e, é claro, na atratividade de empresas”, afirmou.

Anastasia mostrou um pouco do trabalho desenvolvido nesse novo modelo que envolve a participação do governo, do setor privado e da sociedade civil. Segundo o governador, as parcerias são fundamentais. Ele citou, por exemplo, o trabalho que tem sido desenvolvido peloGoverno de Minas junto com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Minas é o primeiro Estado do mundo a utilizar o chamado Product Space, instrumento de planejamento que mapeia as potencialidades e vocações das regiões.

Com utilização da ferramenta em Minas será possível buscar possibilidades de participação da economia mineira no mercado mundial no médio e longo prazos, por meio de um desenvolvimento econômico sustentado e da redução da desigualdade regional, tendo como base o avanço científico e tecnológico do Estado.

“Trouxemos um produto inovador, o Product Space e, com isso, estamos identificando toda a cadeia produtiva daquilo que é feito em Minas Gerais, quem produz, com qual conteúdo e para onde vai. Assim, nós vamos ter um planejamento de indução e de fomento do setor privado. Saberemos quais são as nossas necessidades, as nossas potencialidades e as oportunidades. O trabalho está sendo concluído e creio que será uma ferramenta extremamente inovadora, dentro de uma coexistência entre o setor público e privado”, explicou o governador, mostrando o esforço do governo mineiro em diversificar a economia do Estado, induzir a agregação de valor aos produtos e gerar cada vez mais empregos de qualidade.

Segundo Anastasia, Minas, assim como outros estados, tem capacidade de inovar e precisa aproveitar os desafios, transformando-os em oportunidades para melhorar a qualidade de vida da população. Para isso, o poder público deve aproveitar de ferramentas do setor privado, adaptando-as, para melhorar a gestão e oferecer melhores serviços. “Nós temos de nos desafiarmos sempre para sermos mais criativos e mais empreendedores para não deixar que a burocracia nos leve a uma situação de esclerose nas políticas públicas no Brasil”, afirmou.

Minas é exemplo

Para a diretora da The Economist Intelligence Unit, Irene Mia, o modelo de gestão pública implementado e os resultados alcançados tem transformado Minas Gerais em um exemplo a ser seguido. “Tudo isso é muito interessante porque é um exemplo da inovação na gestão pública brasileira. Minas Gerais tem sido um exemplo muito bom na atração de investimentos para o crescimento e em atrair esse interesse do setor privado. Isso é muito importante para se criar um ambiente propício à inovação. É justamente isso que é necessário, a inter-relação do setor público com o setor privado. Minas é um caso muito interessante de como criar um ciclo virtuoso. O desafio é replicar esses casos para outros Estados, termos mais Minas Gerais no país”, afirmou Mia.

Segundo Anastasia, todas as mudanças implementadas em Minas Gerais nos últimos anos só tiveram sucesso por causa do planejamento. Para ele, ainda é preciso uma mudança cultural no Brasil em que seja dado mais valor a objetivos e metas. Com planejamento, afirmou o governador, o Brasil poderá avançar muito mais. Nesse contexto, é o planejamento que definirá as políticas públicas fundamentais, as prioridades estratégicas e apresentará resultados concretos à sociedade.

“O desenvolvimento necessita de planejamento. Quando eu falo no planejamento é em todos os segmentos, quer o planejamento urbano e, ao mesmo tempo, o planejamento nas outras políticas públicas. Minas Gerais tem 853 municípios, o maior número de municípios do Brasil. Destes, 500 tem menos de 10 mil habitantes. Se eu não levo a esses municípios oportunidades como escola de qualidade, asfalto para chegar lá, unidade de saúde, habitação, empregos, as pessoas vão migrar para as cidades maiores e para a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Evitar isso, só com planejamento. É preciso priorizar políticas públicas que sejam feitas na base territorial para evitar o desdobramento que leva ao colapso de diversos serviços como na mobilidade e na segurança pública”, afirmou, mostrando com exemplos aquilo que tem sido desenvolvido em Minas Gerais.