Ao participar da abertura do Fórum de Infraestrutura e Logística, nesta sexta-feira (7), em Belo Horizonte, o governador Antonio Anastasiaressaltou a importância do aprimoramento da infraestrutura em Minas Gerais, para o desenvolvimento do Brasil, já que o Estado, por sua posição geográfica e estratégica, serve de ligação entre as regiões do país. Idealizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o fórum reúne, em encontro inédito no Auditório Juscelino Kubitschek, na Cidade Administrativa, grandes nomes da política e economia. O evento mobiliza cerca de 200 líderes empresariais e as principais personalidades do setor público e privado de diversos setores de atuação.

Segundo Antonio Anastasia, dentre os 27 estados brasileiros, o tema da logística e da infraestrutura tem uma grande interação com Minas Gerais, onde está implantada a maior malha rodoviária e a segunda maior malha ferroviária no Brasil. Além disso, lembra Anastasia, o Triângulo Mineiro abriga as maiores empresas distribuidoras do país.

“Aprimorando a logística em Minas, pela sua posição mediterrânea, é Goiás que se favorece, é a Bahia que se favorece, é o estado do Rio de Janeiro, é o Mato Grosso, ou seja, todo o Brasil, do qual nós, pela condição central, acabamos servindo. Queremos ter uma passagem de qualidade, entre o norte e o sul e o leste e oeste. Portanto, é um tema muito importante. A melhoria acelerada da nossa infraestrutura é pressuposto para o nosso crescimento, para a prosperidade, para a inclusão social e para a integração deste imenso Brasil”, disse.

Inspiração de JK

Aos dar as boas vindas aos participantes, o governador de Minas lembrou a importância do ex-presidente mineiro Juscelino Kubitschek, considerado o governante mais empreendedor entre os presidentes do país. A atuação de JK na vida pública foi marcada pelo binômio energia e transporte, que modificou a estrutura do país, transformando-o em uma nação industrializada e urbana.

“O desempenho que Juscelino realizou como homem à frente do seu tempo deve inspirar a realização deste seminário do Lide aqui em Belo Horizonte. Então é uma coincidência feliz e proposital a realização desse seminário na capital mineira, neste auditório”, afirmou.

O 1º Fórum de Infraestrutura e Logística debate questões, diretrizes e soluções para a área da infraestrutura e suas vertentes. Entre os palestrantes estavam o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, o ministro dos Transportes, César Borges, o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, e o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Djalma Morais.

Minas como exemplo

Durante a solenidade de abertura, várias lideranças destacaram o papel de Minas Gerais para o desenvolvimento do Brasil. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o tema da infraestrutura é importante para a competitividade da indústria mineira e do país. Ele afirmou que Minas Gerais “tem dado um grande exemplo ao Brasil, de uma gestão moderna, eficiente e voltada para resultados, além de enfrentar de maneira muito forte todas as dificuldades do momento que o país atravessa”.

“A questão da infraestrutura é fundamental para atrair investimentos para o Brasil e desenvolver novos negócios. E Minas Gerais, como um estado central, que faz uma ligação muito importante com os estados do sul, do norte e nordeste, tem ainda mais responsabilidade com a questão da infraestrutura nacional”, afirmou.

Já o presidente do Lide, João Dória Jr., disse que Minas Gerais “é um sustentáculo do país do ponto de vista da seriedade, do desenvolvimento econômico, do trabalho social e da governança”. “A bandeira de Minas é uma bandeira que inspira o Brasil. E é esta razão que nos motivou a realizar aqui este Fórum de Infraestrutura e Logística”, completou.

Perdas de R$ 8 bilhões

O empresário considerou um “caos” a questão da logística no Brasil, razão pela qual o debate é fundamental. “Nós temos, hoje, portos sucateados, estradas federais esburacadas, ferrovias insuficientes, aeroportos ultrapassados, falta de armazéns, riscos energéticos, excesso de burocracia, impostos em cascatas, imposições sindicais, infraestrutura precária. Este é o quadro do Brasil. A soma desses fatores está gerando, apenas neste ano, R$ 8 bilhões de perdas no país só com os prejuízos com o frete apenas da soja e do milho”, alertou. 

O governador de Goiás, Marconi Perillo, defendeu uma maior participação da iniciativa privada nos investimentos em infraestrutura, já que o setor público não tem recursos suficientes para as melhorias. “Se quisermos ser um país competitivo, temos que investir pra valer em infraestrutura e logística. Sem esses investimentos, temos que terceirizar, privatizar mesmo. É preciso buscar eficiência, profissionalismo.  O setor privado já provou que, em muitas áreas, é muito mais capaz, obtém muitos melhores resultados do que o setor público”, afirmou.

Também participaram da mesa de abertura do fórum o ministro dos Transportes, César Borges, o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, o presidente da Câmara Municipal, vereador Léo Burgues, o empresário Alberto Salum, representando a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o presidente do Lide Logística, Afonso Celso de Barros, e o presidente do Lide em Minas, Gustavo César de Oliveira.