Minas por Região

Pronunciamento

14h58min - 12 de Setembro de 2013 Atualizado em 11h27m

Pronunciamento do governador Anastasia durante a entrega da Medalha JK

12 de setembro de 2013 - Diamantina - Minas Gerais

Senhoras e senhores,

Todos os anos, nós nos reunimos aqui em Diamantina, a fim de comemorar o nascimento de Juscelino Kubitschek, um dos nomes tutelares da história de Minas e do Brasil.

Nesta oportunidade, irmanados sob o seu signo de desenvolvimento, honramos importantes personalidades, no reconhecimento de seu mérito, por meio da Medalha que leva o seu glorioso nome.

Juscelino foi um usineiro do tempo. Moldou-o, submetendo-o aos seus inquietos sonhos de desbravador. Fez do tempo o passivo material para forjar o aço das máquinas e ferramentas e transformar o nosso país em imenso canteiro de obras.

Mas não era só o fazedor. Era, do mesmo modo, o pensador político que nos deixou, em seus textos límpidos, as ideias necessárias à consolidação permanente da nossa democracia.

Sua famosa carta a Otávio Mangabeira, sobre a fragilidade da democracia, reafirma-lhe conhecimento clássico de respeitar, com pragmatismo, os limites do governo.

Desprovido de medo, como convém aos homens de Estado, provinha-se daquela coragem discreta, que não se proclama, mas se impõe na face serena, na tomada das posições difíceis, e na negação da prodigalidade. Foi assim que, em hora desafiadora, negou as instruções do FMI, e assumiu a responsabilidade de dar ao Brasil a legislação econômica adequada às suas condições concretas.

Como todos os médicos, Juscelino via o Estado em sua vida orgânica: cada departamento atuando em consonância com o todo.

Foi desse modo que lhe foi possível sair do círculo de giz da administração tradicional do Brasil, mediante os grupos executivos interministeriais, que, sem as peias e amarras do sistema, puderam cumprir as tarefas recebidas.

Esse é um privilégio dos médicos, grupo a que pertence Vossa Excelência, governador Geraldo Alckmin, o que também explica os seus êxitos singulares na liderança do grande povo bandeirante.

Senhoras e senhores,

Desde os alvores do século 18, São Paulo e Minas, desfeitas que foram pelo tempo as causas graves da Guerra dos Emboabas, passaram a reger, juntos, a vida nacional.

Nossa história demonstra que a nação ganha mais com a união de Minas e São Paulo, em seus momentos de aliança para o progresso do Brasil, do que o contrário.

A cidadania não se esquece, para citar tão somente episódios recentes, do ponto de vista histórico, de momentos gloriosos dessa unidade, como foram, por exemplo, a memorável campanha das diretas, e a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República.

Teria sido impossível mudar o país e reconquistar a liberdade e a democracia - com o pleno restabelecimento do estado de direito - sem a presença dos milhões de cidadãos paulistas, e de algumas das melhores lideranças do vosso Estado nessa belíssima luta.

A mudança é também a essência do momento singular que a Nação vive agora, tanto sob a égide política, quanto do ponto de vista econômico e social.

Toca-nos uma fase de imensos desafios e grandes oportunidades, que, para ser vencida com sucesso, depende de novo pacto federativo que, aliás, disse muito bem em seu discurso o Dr. Paulo Célio, prefeito da cidade de Diamantina, um renovado entendimento entre os estados da federação, para que o Brasil cresça mais - e de forma permanente, eficiente e sustentável.

Estas terras, pejadas de sangue e diamantes, foram das primeiras – e daí vem a tradição de brasilidade e desenvolvimentismo de Juscelino – a se revoltar contra as exigências e os desmandos políticos e econômicos da Coroa lusitana.

JK, que neste histórico Seminário preparou-se para o seu futuro promissor, no Governo de Minas e na Presidência da República, soube conciliar, e muito bem, a boa gestão pública com o incentivo à iniciativa privada, modernizando o país com grandes empreendimentos, capitais e tecnologia.

Naqueles anos gloriosos para o desenvolvimento brasileiro, Minas e São Paulo, irmãos desde o nascedouro da nossa capitania, viram crescer os seus negócios, sua produção, sua economia, na energia e no transporte, na siderurgia, na substituição de importações, no advento da indústria automobilística.

Bastou-nos a construção de Brasília, e os grandes eixos rodoviários, para que, com a repercussão imediata desses atos, o povoamento de nossa geografia se concluísse.

Precisamos, agora, Governador Geraldo Alckmin, somar novamente esforços, para que o Brasil avance, com dignidade, no conceito das nações mais desenvolvidas do mundo.

É preciso e muito racionalizar a gestão pública, estender o crescimento para além da expansão do crédito e do mercado interno; retomar as exportações; desenvolver tecnologia própria, inovar métodos e processos e fazer as reformas que o Brasil necessita.

Com boa saúde, educação, transporte, será possível melhorar as condições de vida da população. E ainda outra tarefa primordial é remover as amarras que dificultam o investimento na modernização de nossa infraestrutura, e que prejudicam a competitividade da Nação.

Minas Gerais e São Paulo avançaram muito, nos últimos anos, com relação à gestão pública e à dinamização de suas respectivas economias.

Nossos estados, do ponto de vista econômico, se confundem, em algumas regiões de fronteira, como se fossem a extensão um do outro, e há cidades mineiras e paulistas que estão muito mais unidas, entre si, do que com municípios de seus respectivos estados.

Minas e São Paulo, Governador Geraldo Alckmin, nosso eminente orador oficial, têm, até mesmo pelas dimensões econômica, política e demográfica, imensas responsabilidades no contexto nacional.

Creio que é essa responsabilidade e o amor pelo Brasil - que com certeza nos unem também a outros estados e lideranças - que nos convocam a novo esforço, nesse particular momento da vida nacional, para promover o desenvolvimento econômico e social da Nação, e a melhoria das condições de vida não apenas da população de nossos respectivos estados, mas de todo o Brasil.

Estimado Governador Geraldo Alckmin, no afago dessa paisagem, sob a pá dos grandes moinhos que fazem o vento iluminar as montanhas, nós lhes damos as boas vindas a este solo abençoado e mágico em que nasceu JK.

Muito obrigado.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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