Minas por Região

Pronunciamento

21h00min - 23 de Março de 2015 Atualizado em 17h39m

Pronunciamento do governador Fernando Pimentel no lançamento da campanha Afroconsciência

Lançamento "Afroconsciência: Com essa história a escola tem tudo a ver" - Palácio Tiradentes - 23/3/2015

Boa tarde a todos e a todas.

Prometo ser breve, mas peço licença para começar saudando algumas presenças ilustres, queridas, começando por essas duas magníficas companheiras, a ministra Nilma Lino Gomes e a minha querida amiga secretária Estadual de Educação Macaé Evaristo. E, nessas duas queridas amigas, saudar com muito carinho todos os educadores e educadoras presentes aqui hoje e, mais especialmente, todos nossos irmãos e irmãs afrodescendentes, que nos dão alegria dessa presença aqui.

Eu vou contar uma rápida história e registrar - talvez eu nunca tenha dito isso em público - um sentimento muito forte de emoção que eu tive, e que me voltou aqui agora, querida ministra, ouvindo a sua fala, ouvindo a fala da Macaé.

Em 2012, eu era ministro de Desenvolvimento e do Comércio Exterior. Eu acompanhava a presidenta Dilma em todas as viagens oficiais dela. Eu acompanhei a presidenta a uma viagem à África, quando estivemos em vários países, inclusive na Etiópia, quando participamos de um encontro da União de Países Africanos, no qual a presidenta foi oradora oficial.

A presidenta foi convidada graças à presença que o Brasil tem na África, ao trabalho que o presidente Lula desenvolveu.

Nessa viagem, como em quase todas as outras que eu fiz com a presidenta, ela sempre reserva um espaço para o roteiro cultural. Na Etiópia, tivemos a oportunidade de visitar o museu onde está o esqueleto do primeiro ser humano identificado na Terra, que é a Lucy, a famosa Lucy, que viveu dois milhões e meio de anos atrás.

Então ficamos muito emocionados. A presidenta fez um comentário singelo, mas que me marcou muito. Ela disse: “Olha Fernando, o primeiro ser humano que pisou neste planeta era mulher e negra”. E ela registrou isso como que dizendo que a mãe dos seres humanos estava ali na nossa frente, mulher e negra, valente, guerreira.

Nossas duas guerreiras estão aqui hoje e eu fico emocionado de compartilhar com elas e com todos vocês esse orgulho. A Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais é a primeira secretaria de estado a assinar esse protocolo,  a desenvolver essa ação junto com nossa querida ministra Nilma, lançando a campanha Afroconsicência e, junto com a Unesco, divulgando o trabalho que foi feito e começando de fato a nos engajarmos numa prática, numa ação consistente, efetiva de combate à desigualdade racial, de combate ao racismo, à discriminação.

São mais de três mil escolas, mais de três mil e seiscentas escolas, são mais de cem mil professores, são mais de dois milhões e cem mil alunos que vão estar engajados nesse trabalho com resultados efetivos junto com o governo federal e com o nosso livrinho, com o nosso guia, que é o Estatuto da Igualdade Racial, de 2010, que foi aprovado e sancionado e, a partir dali, tornou-se de fato um instrumento traçando políticas públicas dos estados, dos municípios e do governo federal.

Que alegria, que emoção a gente sente nesse ato, e também que esperança, e aí eu encerro dizendo que nós temos uma tarefa: enfrentar e combater o fato de que mais de 80% das mortes dos jovens brasileiros são de jovens negros. 80% de cada 10 jovens que morrem no país de morte violenta são de jovens negros. Isso é uma tragédia, uma chaga.

Isso torna atuais aqueles versos de Castro Alves, que nós todos aprendemos na escola: “Auriverde pendão de minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança...antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha!”.

Esses versos têm de ir para o passado. Não podemos transformar, manter como mortalha, o pendão auriverde do Brasil, que são os nosso jovens meninos e meninas negros. Nosso compromisso é acabar com a essa chaga e não tem outra forma de fazer isso do que enfrentar, a partir da educação, das escolas e do trabalho didático pedagógico, e resgatar essa imensa dívida e acabar com essa vergonha, que é a morte violenta de 80% nossos jovens negros.

Estamos aqui assinando um compromisso para o futuro, que vai transformar os versos de Castro Alves apenas numa lembrança do passado.

E com uma emoção muito forte de estar aqui diante de duas queridas amigas guerreiras da causa dos afrosdescentes, que é a causa de todos nós, a causa da humanidade, que eu encerro desejando a todos um excelente final de tarde.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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