A exatamente um ano para o início da Copa do Mundo no Brasil, Minas Gerais desponta como o Estado mais bem preparado para receber a grande competição internacional, situação que se confirma com a chegada das delegações que vão disputar a Copa das Confederações. O evento-teste é considerado pela Fifa como o principal preparativo para o Mundial. É na Copa das Confederações que são testadas todas as situações que estão por vir.

Minas Gerais vem se preparando com afinco para a disputa de 2014, com êxitos reconhecidos pela própria Fifa. O Mineirão está completamente revitalizado, já bastante testado em jogos de competições locais e grandes shows. O estádio foi reconstruído dentro do prazo e do orçamento inicialmente definidos. Hoje, é um dos complexos esportivos mais belos e modernos do mundo, por onde vão passar, na Copa das Confederações, as seleções do Taiti, Nigéria, México, Japão e, possivelmente, o Brasil ou a Itália, as duas seleções mais consagradas do futebol mundial – já que o estádio mineiro receberá uma das semifinais do torneio.

Além do Mineirão, o estádio Independência, que será campo oficial de treinamento das seleções agora e em 2014, foi reconstruído. O Sesc-Venda Nova também recebeu melhorias para abrigar as delegações estrangeiras. Isso sem falar na Toca da Raposa, já cadastrada no catálogo da FIFA como candidata a receber uma das seleções da Copa.

Segundo o governador Antonio Anastasia, “o Estado se empenhou na preparação da nossa casa para receber essas duas competições em que milhões de pessoas de todo o mundo voltarão suas atenções para o Brasil”. “O poder público está trabalhando para garantir maior mobilidade urbana, com importantes obras que estão melhorando os acessos às principais vias da capital, ao estádio Independência, um dos centros oficiais de treinamento, e ao Mineirão. Entre essas obras, destacam-se a nova rede viária da região metropolitana e a ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves”, afirma. Por fim, o governador lembra que “a satisfação e o reconhecimento dos visitantes que aportarem em Minas nesse período estarão entre os principais legados da Copa das Confederações, que esperamos repetir na Copa do Mundo de 2014”.

Planejamento

A organização de eventos como a Copa do Mundo não se resume à realização das partidas. Competições internacionais desse porte exigem um enorme esforço de logística, planejamento, integração, além de investimentos em setores que ficam como legado para a população local.

Em Minas, foi criado um Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) das ações de segurança e atendimento a situações de emergência, que já funciona plenamente. Neste centro, estão representados mais de 20 órgãos e instituições, como as polícias Militar,Civil, Federal e Rodoviária, Exército, Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, ABIN e outros órgãos de inteligência, Defesa Civil e Guarda Municipal, entre outros. Todo o monitoramento dos deslocamentos de seleções, comitivas e das áreas de concentração de pessoas para os jogos, além do entorno dos estádios e centros de treinamentos, é feito a partir das câmeras do CICC. Atuando juntos, os órgãos podem agir com agilidade para solucionar as ocorrências e prestar um bom atendimento ao cidadão.

Ainda na área de segurança, foi criado um Batalhão Militar específico para as Copas, com 1.500 policiais, treinados em segurança pública para o turismo, análise de documentos pessoais internacionais, atendimento pré-hospitalar, atuação em estádios e locais de grandes concentrações e intervenção em situações de crise.

Belo Horizonte conta ainda, na Copa das Confederações, com 1.650 voluntários, sendo 850 para atendimento à Fifa e outros 800 para atuar em áreas diversas, como aeroportos, hotéis, pontos turísticos, mercados e locais de grande circulação. Boa parte desses voluntários foi preparada para atendimento em outras línguas, a fim de facilitar o atendimento aos estrangeiros, que na Copa das Confederações não devem superar a casa dos 4% em Minas, mas que na Copa do Mundo estarão em grande número no país. A expectativa é de 600 mil estrangeiros frequentem os estádios das 12 sedes da Copa do Mundo. No período, 180 mil devem passar por Minas. No Mundial, o chamado turista nacional deve chegar a 3 milhões, sendo 380 mil no Estado.

Saúde pública

A realização da Copa também é uma grande oportunidade de intercâmbio em setores importantes, como a saúde. Já foram feitos diversos treinamentos conjuntos, no Mineirão e em Confins, onde situações de crise, incluindo acidentes e pisoteamentos, foram simulados. O trabalho de treinamento reuniu profissionais de diversas áreas, prevendo o encaminhamento de pacientes à rede hospitalar, dependendo da gravidade de cada situação. Esse treinamento contou com a participação do SAMU da França. Para o Mundial, os profissionais das áreas de saúde e de segurança ainda vão receber orientações específicas para os casos de ataques terroristas, com agentes químicos, biológicos e radioativos, entre outros.

Para o atendimento médico ao público em geral, os hospitais João XXIII, Eduardo de Menezes, Risoleta Neves e Odilon Behrens tiveram preparação especial para socorro em caso de catástrofes, com alto grau de assistência simultânea.

O Aeroporto de Confins, principal porta de entrada do turista internacional, será ampliado até abril do ano que vem, segundo estimativas da Infraero. O terminal, com capacidade atual para receber 10, 3 milhões de passageiros anualmente, terá seu porte ampliado para 15,6 milhões de passageiros ao ano, com vistas à Copa. O entorno do aeroporto internacional vem recebendo investimentos para facilitar o acesso dos passageiros. Além da duplicação da LMG 800, que tem previsão de término para junho de 2014, a MG-424 também será estendida, criando outra alternativa de ligação com o aeroporto, num investimento total de R$ 315 milhões. A nova rodovia deverá ser entregue à população em abril de 2014.

Turismo

Quem vem a Minas, além de curtir a Copa do Mundo, também poderá conhecer as cidades históricas e o potencial ecológico do Estado. Para isso, foram desenvolvidos programas de capacitação em gastronomia, hotelaria e outros serviços, tanto na região metropolitana da capital, quanto em algumas das cidades mais conhecidas do nosso interior.  Serão oferecidas 26 mil vagas de treinamento até 2014 para este setor, em muitos casos com capacitação para outras línguas. Esse tipo de ação para a Copa é importante, visto que Minas detém 60% do acervo histórico nacional.

Na capital, há investimentos do Estado, em parceria com a prefeitura e o governo federal, em obras de mobilidade, como o BRT, que deverá ficar pronto no início de 2014, para transportar 800 mil passageiros, em média, por dia. O investimento nesse tipo de equipamento é de aproximadamente R$ 1 bilhão.

Na expectativa de que Minas Gerais possa realizar um grande Mundial, o secretário de Estado Extraordinário para a Copa, Tiago Lacerda, aposta na hospitalidade do povo mineiro e na capacidade de integração entre todos os entes envolvidos. “A Copa do Mundo é uma grande oportunidade de intercâmbio, de capacitação, tanto na área de negócios, como na cultura e nas relações entre diferentes povos. Também é um evento que deixa o legado de um novo tempo para o estado, com obras que vão favorecer a população de um modo geral”, conclui.