JUIZ DE FORA (17/11/10) - Filiados da Associação Regional de Produtores Rurais e Feirantes da Agroindústria Familiar de Alimentos (Agrofar), entidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata, assistida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), comemoram contrato de R$ 189 mil com a prefeitura do município. O acordo vai permitir o fornecimento de alimentos como doces, biscoitos e mel para a alimentação escolar. No ano passado, a lei federal nº 11.947 definiu que 30% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação devem ser gastos com a compra de gêneros alimentícios, produzidos pela agricultura familiar.

A compra de produtos da agricultura familiar de Juiz de Fora, permitida pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), atingiu o valor mais alto na região, abrindo mais uma oportunidade de mercado para o segmento e ao mesmo tempo incentivando um maior aumento na produção de alimentos. “Essa é nossa segunda venda. Em março também participamos de uma chamada pública, mas o valor era bem menor”, confirma a vice-presidente da Agrofar, Talita Nogueira.

Mel

Aos 25 anos, a jovem produtora Talita vislumbra os potenciais da apicultura, atividade iniciada há mais de 30 anos, pelo pai Inácio Nogueira. No meio do ano ela conseguiu um financiamento de R$ 18 mil do Pronaf, por meio de projeto elaborado pela Emater-MG, para efetuar a compra de uma máquina de embalar mel em sachê. Atualmente ela presta serviços de embalagem para outros produtores de mel, e já conta com uma funcionária para ajudá-la na fábrica, que montou a pouco tempo. A unidade possui o selo de inspeção municipal e produz cerca de 4 mil quilos anuais de mel.

Como outros oito produtores da Agrofar, Talita Nogueira também foi beneficiada com o contrato da venda de 4,5 mil quilos de mel em sachê para as escolas públicas do município, em outubro. Ela, que há seis anos participa de feiras de produtos agropecuários, aposta que o oferecimento de produtos da agricultura familiar como o mel, vai incentivar a formação de um novo hábito alimentar nos estudantes e vê nisso uma oportunidade de mais mercado para o produto. “As crianças estão se acostumando com o mel nas escolas e as mães passaram também a comprá-lo nas feiras. Para nosso futuro isso é muito bom”, comemora. A animação é compartilhada pelo extensionista de bem estar social da Emater-MG, Cândido Rocha, que presta assistências aos produtores. “Vendas como essas aumentam a renda familiar dos agricultores”, reforça.

Mais Pronaf

No total, 44 famílias foram beneficiadas com o contrato firmado entre a Agrofar e a Prefeitura de Juiz de Fora. O técnico agropecuário, Severino Costa, acredita que a iniciativa está repercutindo até na maior procura por crédito do Pronaf, pois, segundo ele, há uma exigência dos órgãos fiscalizadores para que os produtores façam uma adequação de suas estruturas para comercializar diretamente com o consumidor e participar de programas como o PNAE.

Marieta Campos, da Comunidade de Salvaterra, em Juiz de Fora, produtora de doces feitos com frutas como a banana, abacaxi e mamão é um bom exemplo. Animada com mais esse nicho de mercado para a agricultura familiar, ela já tem planos para ampliar e melhorar a infraestrutura de sua pequena fábrica. “Vou arrumar para participar ainda mais, porque eu quero continuar vendendo. Isso foi uma benção”, emociona-se.

Rita Rezende, da comunidade de Caeté, também está esperançosa com a comercialização de seus produtos para as escolas públicas do município. Produtora de biscoitos, Rita espera alavancar a produção com a aprovação de um projeto junto ao Pronaf para financiar a construção de uma agroindústria de pequeno porte, conforme exigências sanitárias.