BELO HORIZONTE (09/01/12) - A segunda etapa do vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) termina nesta segunda-feira (9) e os alunos da rede estadual de ensino que participaram dessa fase do exame estão na expectativa pelos resultados. As provas discursivas foram realizadas até sexta-feira (6) e hoje é o último dia em que os candidatos aos cursos de Teatro e Dança fazem provas de habilidades.

Mais uma vez os alunos das escolas públicas estaduais se destacaram no exame. De acordo com a assessoria de comunicação da UFMG, os estudantes da rede estadual representaram 35% dos alunos aprovados para a segunda etapa do vestibular 2012. O índice alcançado permaneceu estável na comparação com o registrado no ano anterior, que foi de 36%.

Na Escola Estadual Maurício Murgel, em Belo Horizonte, cerca de 40 alunos do 3º ano do ensino médio fizeram as provas da segunda etapa da UFMG. João Marcos Maciel é um desses estudantes, que agora aguardam a nota final do vestibular. Ele fez a opção pelo curso de “Cinema de animação e artes digitais” e fala da boa surpresa em ser aprovado para a segunda fase. “Eu acho que vou passar. Se Deus quiser, eu vou passar. A escola ofereceu aulas de aprofundamento de estudos aos sábados, com exercícios baseados em provas passadas do Enem”, destacou.

Aluno da mesma escola, Rafael Porto optou pelo curso de “Controladoria e finanças”. Segundo ele, o ano foi de muito estudo e as iniciativas adotadas pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) para minimizar os prejuízos causados pela paralisação parcial dos professores, que atingiu algumas escolas no ano passado, foram importantes e contribuíram para o bom desempenho no vestibular. “Durante as aulas, os professores deram muitos trabalhos, muitos exercícios e isso ajudou muito. Teve um professor designado de geografia que era excelente. Ele falava de uma forma que todos os alunos aprendiam” comentou.

As aulas para os alunos do 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Maurício Murgel vão até o dia 16 deste mês. A escola teve alguns dias de paralisação e, por isso, os alunos estão tendo reposição dos conteúdos para finalizar o ano letivo de 2011. “Agora, nesse período de reposição, a qualidade das aulas não caiu. A maioria dos colegas tem a consciência de que é importante vir para a aula. Alguns por causa de ponto que estão devendo, outros por causa dos professores, que passaram para os alunos essa consciência sobre a importância da aula”, ressaltou o estudante João Marcos.

A Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) prevê que o resultado do vestibular da UFMG seja divulgado no final de janeiro.

Iniciativas que deram certo

O percentual de alunos da rede estadual de ensino que participou da segunda etapa do vestibular da UFMG é prova de que as ações do Governo de Minas visando o 3º ano do ensino médio deram certo e auxiliaram os estudantes a se destacarem nas avaliações.

“Em 2011, a Secretaria investiu em alternativas para ajudar os alunos que têm interesse em dar continuidade aos estudos no ensino superior. O ‘Aprofundamento de Estudos’, o material do Instituto Henfil, que era voltado para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e os programas veiculados pela Rede Minas são alguns exemplos. Tudo foi feito no sentido de aumentar a oferta de atividades que pudessem beneficiar o maior número de alunos da rede pública”, ressalta a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Raquel Elizabete de Souza Santos.

Só no “Aprofundamento de Estudos”, por exemplo, foram oferecidas mais de 50 mil vagas em 2011. O programa forma turmas no contraturno escolar para estudantes que se mostram interessados. Ofertado em mais de 700 escolas da rede, o Aprofundamento é voltado para alunos do ensino médio e segue a matriz de referência do Enem para orientar os estudos.

Entre as iniciativas voltadas para os alunos do ensino médio também esteve o “Plantão Enem”. O programa, produzido pela Rede Minas em parceria com a SEE, trouxe para os estudantes dicas para as provas do Enem. Os programas foram exibidos ao vivo e ficaram disponíveis no ambiente virtual do “Plantão Enem”. Ao todo, foram exibidos cinco programas.

Outra ação, fruto da parceria com a Rede Minas, foram os “Drops”, quadros de dois minutos com temas específicos de cada disciplina cobrada no Enem, como coesão e coerência em redação ou a distinção entre exercícios de Educação Física. Os 35 “Drops” exibidos na Rede Minas, também ficaram disponíveis no ambiente virtual do “Plantão Enem”.

A SEE também comprou o direito de transmitir, via internet, para as escolas de ensino médio o curso “Enem na sua Comunidade”, elaborado pelo Instituto Henfil, uma ONG paulista. A Secretaria adquiriu uma senha para cada uma das 2.139 escolas de ensino médio de Minas.

O curso abordou as 30 competências das quatro áreas de conhecimento cobradas pelo Ministério da Educação (MEC) no Enem – Linguagens, códigos e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências humanas e suas tecnologias e Ciências da natureza e suas tecnologias.

Graziely Ferreira Queiroz, estudante do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Antero Magalhães de Aguiar, no município de Santa Rosa da Serra, utilizou as ações da Secretaria durante seus estudos. “Eu acessava o site do Instituto Henfil todos os dias. Foi um complemento muito bom, que me ajudou bastante. A minha média no Enem foi 570 pontos. Também fiz vários vestibulares e estou esperando os resultados. Agora vou fazer minha inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu)”.

A partir de uma parceria entre a SEE e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), os cursos do Instituto Henfil também eram exibidos nos 84 Centros Vocacionais Tecnológicos do Estado (CVTs) para os estudantes da rede estadual. Os centros adequaram suas grades de horário para atender os alunos da rede.

Designação de professores

Além dessas iniciativas, para assegurar que os alunos do 3º ano do ensino médio não tivessem seu desempenho prejudicado pela paralisação parcial dos professores, a SEE autorizou que as escolas contratassem professores designados. Os designados tiveram como função repor as aulas perdidas e, em alguns casos, dar aulas de reforço para os alunos.