Minas por Região
Educação

15h40min - 06 de Dezembro de 2007 Atualizado em 07h44min - 25 de Junho de 2013

Avaliação revela que aluno de escola pública lê melhor em Minas

A avaliação do Proalfa/2007 revelou que as crianças de 8 anos de idade estão lendo melhor na rede pública de Minas. Na avaliação de 2006, a taxa de alunos do 3º ano do ensino fundamental no nível recomendável de leitura era de 45,% e subiu para 58,1% este ano. Por outro lado, houve redução do percentual das crianças que não sabem ler ou não lêem bem. As taxas de alunos que estavam nos níveis baixo e intermediário caíram de 33,4% para 24,3% e de 21,4% para 17,6%, respectivamente. A capacidade de leitura dos alunos das escolas públicas de Minas Gerais teve um crescimento médio de 6,5% de 2006 para 2007, sendo mais expressivo na região Norte e nos vales do Jequitinhonha e do Mucuri, que apresentaram média de crescimento de 7,6%, superior à média do Estado, com destaque para a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Janaúba, que apresentou a maior variação positiva de proficiência (17,7%). Em 41 das 46 SRE, o desempenho dos alunos da Rede Estadual foi superior ao dos da Rede Municipal.

Esse é, em resumo, o resultado apurado pelo Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), implantado em 2005 pela Secretaria de Estado da Educação (SEE), para identificar os níveis de aprendizagem em relação à alfabetização, à leitura e à escrita dos alunos matriculados nos segundo, terceiro e quarto anos do Ensino Fundamental. O Proalfa é parte da estratégia da SEE para alcançar a meta de fazer que em Minas toda criança saiba ler e escrever até os 8 anos de idade.

Segundo a secretária de Estado da Educação, professora Vanessa Guimarães Pinto, a análise dos dados do Proalfa 2007 indica que a estratégia da Secretaria vem apresentando bons resultados: “Mais importante que o crescimento médio da proficiência em todo o Estado, que foi bastante significativo, é verificar que as regiões de menor desenvolvimento socioeconômico, como o Norte, o Jequitinhonha e o Mucuri, vêm respondendo positivamente ao esforço diferenciado que estamos fazendo lá.” Para a Secretária, o resultado demonstra que o fracasso escolar não precisa ser uma imposição inexorável da pobreza: “Toda criança pode aprender a ler e escrever, pode ser bem sucedida na escola, se oferecermos a ela as condições adequadas”, afirma, destacando que a política do Estado tem sido a de investir pesadamente na redução das desigualdades regionais, a partir da educação.

O resultado do Proalfa mostrou que foram muito significativos os ganhos no aprendizado dos alunos, entre diferentes anos. Para a professora Vanessa Guimarães, isso demonstra que as políticas adotadas pela Secretaria de Educação para melhoria da qualidade de ensino têm surtido efeito. Ela destaca que, mais do que os valores absolutos das médias, importa perceber o quanto tais médias cresceram no intervalo de um ano.

Entre 2003 e 2005, por exemplo, a proficiência média do 4º ano do ensino fundamental no Brasil, segundo o SAEB, cresceu 1,7%, subindo de 169,4 para 172,3, o que representa uma evolução anual média de +0,86%. Já em Minas Gerais, a proficiência evoluiu 6,8% na segunda série e 6,5% na terceira. Embora não seja possível uma comparação linear, o crescimento verificado em Minas Gerais representa, para o intervalo considerado, uma evolução quase quatro vezes superior à média verificada nos últimos dados disponibilizados pelo SAEB.

Para a Secretária de Educação, o ponto de partida para a melhoria do desempenho dos alunos da rede estadual foi a ampliação, em 2004, da duração do Ensino Fundamental, de oito para nove anos, que permitiu o ingresso das crianças em toda rede pública de Minas aos seis anos de idade, com mais tempo para aprender. Desde então, a Secretaria investiu pesadamente na capacitação de professores, realizou três congressos estaduais de alfabetização - em cada edição, reuniu cerca de 3 mil professores e especialistas das escolas estaduais e representantes de prefeituras municipais - e implantou em todas as escolas o plano de intervenção pedagógica, a partir dos resultados das avaliações, como âncora do processo de planejamento focado no desempenho dos alunos.

Em 2007, com base nos dados apurados pelo Proalfa de 2006, a Secretaria realizou intenso trabalho de reforço junto aos alunos que apresentaram baixo desempenho, inclusive com a contratação de professores/alfabetizadores, quando necessário. O resultado dessa providência foi que esses alunos já apresentaram, no Proalfa 2007, um crescimento da proficiência em percentuais mais elevados que a média geral.

De uma maneira geral, embora os dados do Proalfa / 2007 revelem que todas as crianças matriculadas na escola pública aprenderam mais, o índice de crescimento foi maior na rede estadual. No 3º ano (crianças de oito anos) da rede estadual, o crescimento foi de 8,55% e no 2º foi de 6,16%, enquanto na rede municipal o índice foi de 5,05%, no terceiro ano, e 4,23%, no segundo.

Proalfa

Minas Gerais é o único estado que produz dados específicos sobre os níveis de alfabetização dos alunos de toda a rede pública. O estado é precursor na construção de instrumentos de avaliação testados e aperfeiçoados, cujos resultados estão aptos a serem utilizados pelos gestores e professores na melhoria do processo de alfabetização. O Proalfa foi desenvolvido através do trabalho integrado entre a SEE-MG, o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e o Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e é um poderoso instrumento de políticas públicas transformadoras na área de Educação já que permite mapear exatamente onde estão localizados o sucesso e o fracasso dos alunos por rede, por município e por escola.

O Proalfa realiza dois tipos de avaliação: uma amostral e outra censitária. A avaliação amostral (2º e 4º anos) produz indicadores de alfabetização para subsidiar o processo de intervenção pedagógica na escola; a censitária (3º ano – crianças de 8 anos) é uma avaliação nominal, que identifica o nível em que se encontra cada aluno e possibilita intervir em sua aprendizagem de forma pontual e individualizada, se necessário.

Principais resultados

Os resultados do Proalfa são mostrados em uma escala de proficiência (escala pedagógica que quantifica a qualidade da alfabetização) que varia de 0 a 800 e apresenta de forma ordenada e contínua o desempenho dos alunos dos três anos de escolaridade avaliados.

Veja imagem do Quadro Comparativo em anexo (Imagem 1)

-queda nas taxas de alunos nos níveis baixo e intermediário

-Aumento na taxa de alunos no nível recomendado

Proficiência

1 - A proficiência média dos alunos das escolas públicas de Minas Gerais, no segundo e no terceiro anos do Ensino Fundamental, cresceu 6,8% e 6,5%, respectivamente, de 2006 para 2007.

Veja o quadro da Proficiência média da Rede Pública, por ano, série e variação percentual em anexo (Imagem 2)

Veja o gráfico da evolução da proficiência média do Proalfa, por ano e série em anexo (Imagem 3)

2 - O crescimento foi maior na rede estadual (6,16% e 8,55%, respectivamente) do que na municipal (4,23% e 5,05%).

Veja o quadro da Proficiência média da Rede Estadual de MG, por ano, série e variação percentual em anexo (Imagem 4)

Veja o Gráfico da Evolução da proficiência média do Proalfa da Rede Estadual (MG), por ano e série em anexo (Imagem 5)

Veja o quadro da Proficiência média da Rede Municipal de MG, por ano, série e variação percentual em anexo (Imagem 6)

Veja o Gráfico da evolução da proficiência média do Proalfa da Rede Municipal, por ano e série em anexo (Imagem 7)

3 - O índice de melhoria da proficiência dos alunos de baixo desempenho, que foram avaliados separadamente, foi de 25,5% de um ano para outro, sendo mais alto na Rede Estadual (28,7%) do que na Municipal (23,1%).

Proficiência por ano de escolaridade

Proficiência no 2º ano

O índice médio de alunos com desempenho considerado Recomendável (*) no 2º ano subiu de 57,9% em 2006 para 69,8% em 2007. O crescimento mais expressivo foi na Rede Estadual, na qual o índice passou de 63,9% para 74,6%. Na rede Municipal, o índice subiu de 53,9% para 61,5%.

(*) Os alunos já conseguem ler frases e pequenos textos.

O índice médio de alunos de desempenho Baixo (*) caiu de 12,0% para 7,6%; a queda foi mais expressiva na Rede Estadual (9,5% para 5,3%, ou seja, 44,2% de redução) do que na Municipal (13,7% para 11,5%, ou seja, redução de 16,1%).

(*) Os alunos têm habilidades muito iniciais no processamento da leitura.

No nível de desempenho Intermediário, o índice médio do Estado caiu de 30,1% para 22,6% (queda de 24,9%), sendo também mais expressiva na rede estadual (de 26,7% para 20,1%) do que na Municipal (32,4% para 26,9%).

(*) Os alunos já conseguem ler palavras.

Proficiência no 3º ano

O índice médio de alunos com desempenho Recomendável no 3º ano (*) subiu de 45,2% para 58,1% (crescimento de 28,5%), sendo o crescimento mais expressivo na Rede Estadual (subiu 35,1%, passando de 48,7% para 65,8%) do que na Municipal (subiu 23,7%, passando de 42,7% para 52,8%).

(*) Os alunos lêem frases e pequenos textos e começam a desenvolver habilidades de identificação do gênero, do assunto e da finalidade dos textos; são habilidades iniciadas, mas ainda não consolidadas.

O índice médio de alunos com desempenho Baixo no 3º ano (*)caiu de 33,4% para 24,3% (de 30,8% para 18,9% na Rede Estadual e de 35,2% para 28,1% na Municipal).

(*) Os alunos lêem apenas palavras.

O índice médio de alunos com desempenho Intermediário no 3º ano (*) caiu de 21,4% para 17,6% (de 20,6% para 15,3% na Rede Estadual e de 22,15 para 19,2% na Municipal).

(*) os alunos lêem frases e pequenos textos.

Proficiência no 4º ano

Não há base de comparação com 2006, pois o teste foi aplicado pela primeira vez em 2007. Na média geral do Estado, 24,5% dos alunos apresentaram desempenho Recomendável, 44,8% desempenho Intermediário e 30,7% desempenho Baixo. O desempenho médio da Rede Estadual foi melhor do que o da Municipal: 26,7% dos alunos ficaram no nível Recomendável na primeira, contra 20,4% na segunda.

Entre os alunos de Baixo Desempenho, que foram avaliados separadamente, 13,1% tiveram desempenho Recomendável, 59,1% desempenho Baixo e 27,8% Intermediário.

(*) Recomendável: Os alunos apresentam habilidades de leitura como inferir informações em textos, estabelecer relações de causa e conseqüência, formular hipóteses sobre o assunto de um texto a partir do título, dizer a quem se refere um pronome, uma elipse ou uma expressão definida como antecedente, em textos curtos.

(*) Intermediário: Os alunos apresentam habilidades iniciais, mas não consolidadas, de leitura, como inferência, identificação do assunto ou tema de um texto.

(*) Baixo: O alunos lêem frase e pequenos textos e começam a desenvolver habilidades de identificação do gênero, do assunto e da finalidade de textos.

Regionalização

O índice médio de proficiência apurado para o Estado, no 3º ano do Ensino Fundamental, foi de 519. Em 25 das 46 Superintendências Regionais, o índice alcançado foi superior à média.

A SRE que alcançou o maior índice foi a de Campo Belo; o menor foi alcançado na SRE de Pirapora.

Em 41 SREs o índice de proficiência da Rede Estadual é maior do que o da Rede Municipal; em cinco, ocorre o inverso.

O crescimento médio da proficiência no Estado foi de 6,8% (491,2 em 2006 e 524,5 em 2007). O crescimento foi superior à média geral do Estado em sete das doze Superintendências do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri; a média de crescimento dessas doze SREs também foi superior à média do Estado: 7,6%.

A Superintendência que apresentou a maior variação positiva de proficiência foi Janaúba, com crescimento de 17,7%; em seguida, vêm: Januária (16,9%), Araçuaí (14,7%), Diamantina (12,9%), Campo Belo (12,6%), a Metropolitana C (11,7%), São João del-Rei (11,6%), Patrocínio (11,4%), Teófilo Otoni (11,4%) e a Metropolitana B (11,1%). Houve queda do índice em apenas duas SREs: Leopoldina (-1%) e Curvelo (-1,6%).

Em apenas 177 municípios mineiros, a rede municipal teve desempenho melhor que a rede estadual na avaliação do 3º ano do Ensino Fundamental. A maior diferença entre as proficiências médias das redes foi observada no município Engenheiro Navarro (SRE de Montes Claros), de 174,0 pontos, e a menor diferença foi observada no município de São Gonçalo do Pará (SRE de Divinópolis), de 0,1 pontos.

MUNICÍPIOS ONDE TODOS OS ALUNOS APRENDERAM

Em 18 municípios todos os alunos do 3º ano da rede pública sabem ler e escrever

Municípios com escolas da rede estadual e municipal

1 - Divino das laranjeiras – SRE Governador Valadares

2 - Estrela do Indaiá – SRE Pará de Minas

3 - Piedade de Caratinga – SRE Caratinga

4 - Quartel General – SRE – Pará de Minas

5 - Santo Antônio do Amparo – SRE Campo Belo

Municípios atendidos apenas pela rede estadual

1 - Lajinha – SRE Manhuaçu

2 - Grupiara – SRE Monte Carmelo

Municípios atendidos apenas pela rede municipal

1- Arapuã – SRE Patos de Minas

2- Bandeira do Sul – SRE Poços de Caldas

3- Cachoeira da Prata – SRE Sete Lagoas

4- Córrego do Bom Jesus – SRE Pouso Alegre

5- Dores do Turvo – SRE Ubá

6- Areado – SRE Poços de Caldas

7- Cana Verde – SRE Campo Belo

8- Estrela Dalva - SRE Leopoldina

9- Fama – SRE Varginha

10- Rio Manso – SRE Metropolitana A

11- São José do Alegre – SRE Itajubá

44 DAS 46 SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS DE ENSINO APRESENTARAM CRESCIMENTO NAS MÉDIAS EM RELAÇÃO AO PROALFA 2006

Veja no quadro em anexo a Classificação das SREs segundo a variação (%) da proficiência do 3º.do Ensino Fundamental da Rede Estadual entre o período de 2006 e 2007 (Imagem 10)

PROALFA, 2007, 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:

Veja as ESCOLAS ESTADUAIS QUE MAIS SE DESTACARAM no quadro em anexo (Imagem 9)

Do total de 2449 escolas estaduais que participaram do ProAlfa, 310 tiveram 100% de seus alunos com desempenho recomendável no 3º ano do Ensino Fundamental, o que corresponde a 12,7% das escolas avaliadas. A Tabela 10 mostra as escolas que mais se destacaram, não apenas pela porcentagem de alunos com desempenho recomendável, mas também pela alta proficiência média de seus alunos. A melhor escola é a EE Governador Juscelino, localizada no município de Sete Lagoas. Além das 310 escolas com 100% de alunos no nível recomendável, outras 202 tiveram 100% dos alunos com desempenho intermediário ou recomendável (totalizando 512 escolas – 20,9% do total de escolas avaliadas – sem alunos no nível baixo de desempenho).

Veja o quadro de Municípios com 100% de alunos de Escolas Estaduais no nível recomendável (que sabem ler e escrever bem) em anexo (Imagem 10)

Veja o quadro das Melhores Escolas Estaduais no 3º ano do Ensino Fundamental em anexo (Imagem 11)

Veja o quadro das Melhores Escolas Estaduais no 3º ano por SER em anexo (Imagem 12)

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