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Meio Ambiente

20h02min - 13 de Agosto de 2007 Atualizado em 19h40min - 23 de Junho de 2013

Campanha pode melhorar reciclagem de embalagem longa vida

BELO HORIZONTE (13/08/07) – As dificuldades de mobilização e logística para recolhimento e venda das caixas longa vida colocam Belo Horizonte na relação dos municípios brasileiros que acumulam nos aterros sanitários grande parte das caixas Tetra Pak descartadas pela população, assim como outros resíduos que alcançam apenas 3% de taxa de recuperação. “A reciclagem dessas embalagens de leite e sucos ainda é uma realidade um pouco distante das associações de catadores e do mercado”, afirmou a gerente de Saneamento da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Denise Bruschi, que foi mediadora do debate “Embalagens Longa Vida: Qual a sua Responsabilidade”, realizada pelo Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), na última sexta-feira (10).

Aproximadamente 100 pessoas, entre representantes de associações de catadores, Ongs, professores e estudantes, tiveram a oportunidade de discutir sobre as alternativas para aumentar os índices de reciclagem das caixas longa vida. Para iniciar o debate, o engenheiro do Departamento de Meio Amiente da Tetra Pak, Edy Merendino, apresentou os trabalhos desenvolvidos pela empresa, responsável pela fabricação das embalagens cartonadas, feitas de papel (75%), plástico polietileno (20%) e alumínio (5%).

De acordo com os dados apresentados por Edy Merendino, em 2006 foram recicladas no Brasil 46 mil toneladas de embalagens da Tetra Pak – índice que representa 24% do total produzido. Para aumentar os números, a empresa vem apostando na inovação tecnológica. “A Tetra Pak desenvolveu no Brasil a tecnologia de reciclagem a plasma, que permite a separação do plástico e do alumínio contidos na embalagem, após a retirada do papel. Transformados em parafina líquida e lingotes, o plástico e o alumínio voltam para a cadeia produtiva como matérias-primas”, ressaltou o engenheiro.

Segundo a gerente de Saneamento da Feam, Denise Bruschi, a falta de divulgação das novas alternativas de reciclagem, que transformam as embalagens em telhas e placas para a construção civil, contribui para o baixo percentual de reciclagem. “Os órgãos ambientais vêem-se diante de uma questão: se, por um lado a combinação de materiais representa efetiva vantagem para a conservação de produtos, por outro trouxe o problema da dificuldade de reciclagem e reaproveitamento desse resíduo”, completou.

Para Nícia Mafra, coordenadora do projeto Tzedaká, que também participou do debate do CMRR, o desafio é a mudança de comportamento. “É um processo demorado, de mudança de paradigmas e que envolve da fonte consumidora ao descarte correto, ao catador até o comerciante ou diretamente às indústrias de reciclagem”, argumentou. Levantamento apresentado por Nícia Mafra revela que em Belo Horizonte são descartadas por mês cerca de 300 toneladas de caixas da Tetra Pak.

Campanha educativa

Entre as soluções apresentadas durante o debate, o primeiro passo é a realização de uma campanha para a conscientização dos atores envolvidos na cadeia da reciclagem e da população em geral. “Em setembro, com a ampliação da coleta seletiva nas regionais de Belo Horizonte, estamos nos organizando para iniciar uma campanha educativa”, disse Nícia Mafra.

Iniciativas isoladas e com resultados positivos já vêm sendo realizadas em instituições, como o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na capital mineira. Na sede do órgão, os funcionários aprenderam o valor que uma embalagem longa vida possui e os impactos que causam ao meio ambiente quando acumuladas nos lixões e aterros sanitários. “As caixas longa vida do TRE são encaminhadas ao projeto Tzedaká, onde o papel é reciclado”, explicou Nícia Mafra. Neste mês, o projeto, que tem sede em Belo Horizonte, recebeu da Tetra Pak uma prensa especial para a recuperação e transformação do alumínio e do plástico em placas formato A4, que serão aplicadas em produtos ecosustentáveis para capas de blocos, cadernos, agendas, entre outros produtos. “É uma prensa de pequena escala, que será utilizada em caráter educativo”, completou.

Diálogos

O debate sobre a destinação das embalagens longa vida foi o primeiro encontro da série “Diálogos - Sustentabilidade e Resíduos”, que será realizado mensalmente pelo Centro Mineiro de Referência em Resíduos. O evento tem como objetivo estimular a discussão sobre a inovação de processos e produtos que visam reduzir a geração de resíduos. Inaugurado no dia 12 de junho passado pelo governador Aécio Neves, o CMRR é um programa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), em parceria com o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas). Mais informações no site www.cmrr.mg.gov.br.

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