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Educação

14h03min - 02 de Março de 2012 Atualizado em 02h50min - 01 de Julho de 2013

Competição destaca dobradinha entre ciência e tecnologia em projetos que beneficiam a sociedade

Rede estadual de ensino de Minas será representada por três equipes em um dos eventos de robótica mais importantes do mundo

Três equipes compostas por estudantes da rede estadual de ensino participam, neste final de semana, de uma viagem pelo mundo da ciência e da tecnologia. Eles participarão da Etapa Nacional do Torneio First Lego League (FLL), um dos mais importantes torneios de robótica do mundo. O evento será realizado entre 3 e 4 de março, em São Paulo.

A grande final brasileira reunirá 45 equipes de todo o país, formada por estudantes com idades entre 9 e 15 anos. A competição terá como tema ‘Food Factor’ e o objetivo é fazer com que os jovens pensem em alternativas para evitar problemas de saúde às pessoas por conta da ingestão de alimentos.

Durante a competição, as equipes enfrentarão três grandes desafios: projeto de pesquisa, projeto do robô e o desafio robótico. O desafio consiste em 15 tarefas que devem ser executadas em um prazo de dois minutos e meio, por robôs construídos pelas próprias equipes.

Além do projeto de pesquisa, os desafios da arena simulam atividades que envolvem a segurança alimentar, como remoção de pragas, despoluição de nascentes, transporte refrigerado, higiene e aproveitamento das bactérias boas.

Composta por dez estudantes de seis escolas da rede estadual de ensino da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Itajubá, a equipe ‘Blecaute Uai’ levará para competição um projeto no qual desenvolveram um lacre para frangos congelados. “O lacre mostra para o consumidor se o alimento foi descongelado e congelado novamente. É um quebra-cabeça, que se o frango for descongelado fica todo embaralhado”, conta a mentora da equipe, Deise Maria Pizarro Ramos.

A ideia do lacre surgiu durante a pesquisa, que contou com visitas à granja e supermercados da cidade, além de entrevistas com nutricionais e engenheiros alimentares. A estudante do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Maria Lima de Jesus, no município de São José do Alegre, Thayana Karolini Costa, ressalta a importância do projeto para a sociedade. “Resolvemos criar uma coisa que pudesse mostrar ao consumidor se o produto deve ser ou não consumido, porque os casos de intoxicação alimentar estão aumentando. Ele é um saquinho plástico no qual colocamos um quebra cabeça montado. Quando o frango é descongelado a imagem que está junto dele desmonta”.

A estudante também fala sobre sua expectativa. “Estamos muito nervosos e a expectativa é grande. O nosso projeto é simples e a ideia é bem estruturada, e isso dá segurança. Para as competições de arena, por exemplo, montamos um robô que em uma viagem consegue cumprir várias missões. Isso ajuda reduzir o tempo, que é um dos critérios de pontuação”, acrescenta Thayana Karolini Costa.

A ansiedade da jovem é partilhada pelos componentes de outras duas equipes formadas por estudantes da rede estadual: a W-Tec e a X-Factor. Os dois times são formados por alunos da Escola Estadual Dr. Luiz Pinto de Almeida, em Santa Rita do Sapucaí.

Segundo a mentora da equipe X-Factor, Luciana de Carvalho Machado Pires, a preparação dos estudantes para a etapa nacional foi intensa. “O grupo se reuniu nas férias de janeiro, no feriado de Carnaval e nos finais de semana. Além disso, estávamos vindo para a escola todos os dias”.

O projeto de pesquisa que a equipe irá apresentar será uma etiqueta adesiva que funciona como termômetro irreversível. A etiqueta deve ser colada na embalagem do frango e, quando o alimento é descongelado e alcança a temperatura de 8°C, a etiqueta mancha. De acordo com Luciana, ao atingir essa temperatura o alimento não é próprio para consumo. “As nossas pesquisas mostraram que nessa temperatura o nível de microorganismos aumenta e o produto pode causar danos à saúde. Depois que a etiqueta mancha, mesmo que o produto seja congelado novamente, ela não volta ao normal”. Esse tipo de termômetro na forma de adesivo já existe, mas é utilizado em altas temperaturas.

O trabalho da equipe não ficou restrito à competição. Os estudantes foram às ruas para alertar a população da cidade sobre o risco de consumir frangos que foram descongelados e congelados. “Nós fomos aos supermercados e distribuímos panfletos sobre intoxicação alimentar. Tudo para alertar o consumidor. No panfleto também tinha um resumo do nosso projeto e nós perguntávamos às pessoas o que elas achavam da iniciativa e se ela era viável. Colhemos mais de 500 assinaturas apoiando o projeto”, conta a estudante do 8º ano e integrante da equipe X-Factor, Laiza Costa Vicentini.

Já a equipe W-Tec desenvolveu um trabalho voltado para a conservação de frutas. Além da pesquisa, a preparação do projeto contou também com experimentos. “Nós nos preocupamos com o desperdício de alimentos, por isso criamos um saquinho composto por permanganato de potássio e silicato de alumínio. Esse saquinho faz a captura do gás etileno, que influência no amadurecimento das frutas. Fizemos experimentos com mamão e banana prata. Conseguimos prolongar a vida do mamão, por exemplo, de 10 a 15 dias”, revela o colaborador da pesquisa, Florisvaldo Silva.

A integrante da equipe e aluna do 9º ano do ensino fundamental, Ana Carolina Calhâu Pereira, está confiante na classificação para etapa internacional. “A expectativa é muito boa. Acho que vamos passar dessa fase. Nós treinamos muito e a ideia é muito boa”.

Durante a etapa nacional, todos os times são analisados por juízes da First, que consideram como critérios de avaliação: a performance do grupo ao trabalhar em equipe, a pesquisa de campo realizada e solução apresentada, o projeto desenvolvido para o robô e o cumprimento das missões estabelecidas no desafio do robô.

As três melhores equipes da competição serão classificadas para as etapas internacionais da FLL: o World Festival, em St. Louis, EUA; o Open European Championship, em Mannheim, na Alemanha; e o Robots in Paradise, na Flórida, EUA.

O Torneio Nacional FLL é promovido pelo Instituto Aprender Fazendo (IAF), representante da ONG First no Brasil, e apoiado pela ZOOM, distribuidora exclusiva da LEGO Education.

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