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14h52min - 23 de Agosto de 2012 Atualizado em 08h44min - 30 de Junho de 2013

Crianças mineiras reforçam combate à violência contra mulheres

Projeto ‘Maria da Penha vai às Escolas’ vai atingir cerca de onze mil estudantes neste ano

O combate à violência sofrida por mulheres ganhou um reforço importante em Minas Gerais. Milhares de crianças de escolas da rede estadual de ensino vão conhecer, de forma diferente, a Lei Maria da Penha. Nesta quinta-feira (23), o Governo de Minas, por meio das secretarias de Desenvolvimento Social (Sedese) e de Educação (SEE), lançou o Projeto ‘Maria da Penha vai às Escolas’, iniciativa que vai atingir cerca de onze mil estudantes neste ano, com perspectiva de chegar, gradativamente, nos próximos anos, aos mais de 3 milhões de alunos das escolas estaduais de Minas.

O lançamento do projeto ocorreu, simultaneamente, em escolas de 19 cidades mineiras. Em Belo Horizonte, centenas de crianças da Escola Estadual Coronel Vicente Torres Júnior, localizada no bairro Vera Cruz, participaram do evento, que também reuniu diretoras, professores e representantes da Sedese e da SEE. “É um projeto de conscientização e formação cidadã para que essas crianças evitem práticas de violência contra as mulheres no futuro e, também, para que tomem conhecimento dos seus direitos e das formas de denúncias”, disse o secretário Desenvolvimento Social, Cássio Soares, ressaltando a forma conjunta do Governo de Minas de executar projetos.

A ação busca despertar nos jovens a importância das questões ligadas aos direitos humanos, especialmente as que envolvam o combate à violência contra a mulher. Entre as ações previstas estão a distribuição do gibi “As Marias em: Maria da Penha vai às escolas” (material didático que aborda, de maneira lúdica, a questão da violência doméstica e intrafamiliar sofrida pelas mulheres) e capacitações para os professores sobre estratégias metodológicas para utilização do material. “A formação plena dos estudantes tem a ver também com os direitos sociais. Com certeza, esta preparação dará oportunidade para mudar o cenário que estamos vivenciando hoje”, destacou a subsecretária de Desenvolvimento de Educação, Raquel Elizabete.

A primeira tiragem do gibi, que já está sendo distribuída, conta a história de uma professora que resolveu levar a Lei Maria da Penha para dentro da sala de aula. Com uma linguagem leve e criativa, o material informa sobre os tipos de violência e as punições. Além disso, tem um caça-palavras que desperta a atenção dos estudantes para temas como igualdade, respeito, lei, entre outros.

A subsecretária de Direitos Humanos, professora Carmen Rocha, ressaltou a necessidade de desenvolver conceitos como respeito, igualdade e diálogo no processo educacional. “É uma questão de médio e longo prazo, mas será difícil mudar nossa realidade se não começarmos pelas crianças. Nada melhor que o conhecimento para que elas possam participar desse processo de mudança e o projeto Maria da Penha vai às Escolas é uma ferramenta para desenvolvermos esses conceitos”.

Titular da 13ª Vara Criminal especializada em violência doméstica contra a mulher de Belo Horizonte, o juiz Relbert Chinaidre participou da solenidade e elogiou a iniciativa do Governo de Minas. “Precisávamos de algo como esse Gibi para levar o conhecimento da Lei aos alunos. Espero que o projeto consiga transpor os muros das escolas e chegar aos lares”, ressaltou.

Premiação

Para envolver e despertar a atenção dos estudantes, o governo de Minas realizou, de abril a maio deste ano, um concurso para escolher a mascote do projeto. Alunos de várias escolas estaduais participaram da iniciativa e os três vencedores foram premiados nesta quinta-feira. O desenho de uma loba-guará, criada pelo estudante Júlio Ferreira Neto, da Escola Maria das Dores de Souza, de Juiz de Fora, foi o vencedor. “Gosto muito de desenhar e sempre me interessei por lobos. A professora passou o trabalho, mas eu nem esperava que fosse ganhar. Fiquei muito feliz”, comemorou o aluno, que vai usar o prêmio de R$ 2 mil para ajudar a família.

Victor Eduardo de Oliveira, aluno da Escola Estadual Conselheiro Afonso Pena, de São Gotardo, foi o segundo colocado. Ele desenhou uma pomba e ganhou R$ 1.500, dinheiro que será investido nos estudos. “Pensei em algo que pudesse simbolizar a paz entre o homem e a mulher e a pomba representa isso. Com o dinheiro, vou comprar um notebook”, contou o garoto, que sonha em ser cientista.

O mesmo pensamento tem a aluna Jéssica Fantini Lopes, da Escola Estadual Coronel Vicente Torres Júnior, de Belo Horizonte, que ficou em terceiro lugar e faturou R$ 1 mil. “Vou juntar para o meu futuro”, disse a jovem, que pretende ser decoradora. Ela desenhou a face de uma mulher. Os três desenhos serão utilizados nas próximas edições dos gibis, a partir de janeiro de 2013.

Violência contra a mulher

O Governo de Minas desenvolve várias ações para combater a violência contra as mulheres. O Centro Risoleta Neves de Atendimento (CERNA), por exemplo, realizou, no primeiro semestre deste ano, 594 atendimentos, um crescimento de 37% em relação ao número do mesmo período de 2011. O CERNA oferece atendimentos psicológicos, jurídicos e sociais gratuitos para mulheres vítimas de violência doméstica.

Além de poder recorrer diretamente a serviços como os oferecidos pelo CERNA – que funciona na rua Pernambuco, 1000, bairro Savassi – qualquer pessoa pode acionar o Disque Direitos Humanos (0800 031 11 19) para denunciar violência contra mulheres e outros públicos vulneráveis.

Nos primeiros sete meses deste ano, o serviço – que atende a todo o Estado e é gratuito e sigiloso – recebeu 92 denúncias de crimes contra mulheres – número cinco vezes maior do que o registrado em 2011, quando 18 relatos foram feitos.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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