Minas por Região
Agricultura

12h36min - 26 de Janeiro de 2011 Atualizado em 08h49min - 30 de Junho de 2013

Cultivo de macaúba em Minas Gerais atrai investidores

BELO HORIZONTE (26/01/11) - O cultivo da macaúba, agora incentivado por lei estadual, pode ganhar impulso em Minas Gerais diante da demanda crescente dos óleos vegetais no mercado internacional. Há um grande futuro para o produto na composição de biocombustível e ainda para atender à fabricação de outros itens de alto valor agregado, inclusive na área de cosméticos.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Alves do Nascimento, destaca que os investidores interessados na produção de macaúba em Minas Gerais, com o objetivo de participar desse mercado promissor, terão mais facilidade em suas atividades com o suporte da Lei 19.485/2011, que está em vigor desde 14 de janeiro. “A lei incentiva o cultivo, extração, comercialização e transformação desta e das demais palmeiras oleaginosas”, explica.

Durante reunião na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com representantes de setores ligados a programas de desenvolvimento da macaúba em Minas Gerais, Nascimento enfatizou que deve aumentar o interesse dos investidores no cultivo da planta no Estado. Participaram do encontro: industriais, representantes de instituições de ensino e pesquisa, de outros órgãos do Estado e de prefeituras municipais.

“Além da política pública de apoio à atividade, há indicadores das excepcionais condições de Minas Gerais para a produção da macaúba num cenário em que o Brasil poderá ser o maior fornecedor mundial do óleo extraído do coco”, observou o secretário.

No Estado, há macaúba nativa em praticamente todas as regiões. Climas e solos diferentes não serão obstáculos para o desenvolvimento dos cultivos dessa planta perene e de grande resistência. Além do óleo, que poderá entrar na composição de diversos produtos com grande agregação de valor, o coco de macaúba fornece material para a alimentação animal. Da fruta, também pode ser extraído carvão, além de outros produtos que não prejudicam o meio ambiente.

Investidores

A empresa Entaban Ecoenergéticas do Brasil, que tem unidades na Zona da Mata e no Sul de Minas, está desenvolvendo um projeto com base nas condições favoráveis para a criação de uma cadeia da macaúba no Estado. Orlando Arruda, diretor da indústria, diz que “o estímulo à produção mineira de macaúba por meio da lei estadual atende à economia e ao desenvolvimento social, porque a atividade tem alto potencial de geração de renda e emprego com sustentabilidade”.

O projeto da Entaban deve possibilitar a mudança do extrativismo para o cultivo do coco de macaúba em Minas Gerais no prazo de cinco anos. Atualmente, a indústria inicia os plantios e orienta os produtores para se organizarem a fim de fornecer coco em grande escala para esmagamento na indústria. O produto seguirá depois para as refinarias de biodiesel do grupo na Espanha. São quatro unidades que fazem o processamento anual de 475 mil toneladas de óleo. Uma quinta indústria do grupo na Espanha deverá acrescentar cerca de 200 mil toneladas à produção atual.

O gerente da Entaban, Leonardo Pimentel, ressalta que a opção pela macaúba em Minas Gerais é indicada com base no potencial de produção da planta em condições diversificadas de solo e temperatura. Segundo o executivo, um hectare de macaúba pode produzir cerca de quatro toneladas de óleo.

Na unidade da Entaban em Lima Duarte, município da Zona da Mata, uma área de mil hectares está ocupada com 1,5 milhão de mudas de macaúba. A empresa desenvolve o projeto de cultivo também nos municípios de Rio Preto e Teixeiras (Zona da Mata), e Bom Jardim de Minas e Andrelândia (região Sul).

Um grande número de produtores rurais mineiros dessas regiões aderiu à produção com o objetivo principal de atender à indústria de óleo, informa o empresário. A proposta da Entaban é comprar a matéria-prima desde que os fornecedores possam garantir volumes para esmagamento que compensem a exportação. Os preços deverão ser compensadores, pois a referência será a cotação do produto pela Bolsa da Malásia, que apontou na segunda semana de janeiro uma variação de US$ 600 a US$ 800 a tonelada.

Sistema de integração

Outra indústria que tem projeto para o desenvolvimento da macaúba em Minas Gerais é a Paradigma Óleos Vegetais. Instalada há seis anos no município de Jaboticatubas, na região Central do Estado, a empresa atua em todos os segmentos da cadeia. Seus trabalhos são realizados com base no mapeamento de maciços nativos de macaúba no município sede e em mais quatro municípios da região: Santa Luzia, Taquaraçu, Nova União e Santana do Riacho.

A Paradigma vem desenvolvendo equipamentos e processos de aproveitamento dos  derivados do coco, como ração animal, carvão vegetal, carvão ativado e outros, além da produção de óleo. Segundo o diretor Marcelo Moreira Araújo, a empresa atende por enquanto apenas ao mercado interno e desde o início de suas atividades adquire o fruto da macaúba extraído por produtores integrados.

Há um grupo de 550 integrados em Jaboticatubas e outro em formação no município de Carmo do Paranaíba (região do Alto Paranaíba). Com a ampliação do número de fornecedores, a Paradigma deverá dobrar a aquisição anual do volume de cocos para seis mil toneladas. A indústria ainda tem, entre outras, a perspectiva de desenvolver produtos de maior valor agregado a partir da macaúba, como óleos para cosméticos, beta-caroteno, óleos alimentícios, farinhas dietéticas, e farelo de alto teor de proteína da amêndoa de macaúba.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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