As cidades de Unaí, Paracatu e Buritis, no Noroeste do Estado, receberão novas ações e projetos de enfrentamento à violência nos próximos meses. Na reunião da cúpula do Sistema de Defesa Social com lideranças policiais e do Poder Judiciário da 16ª Região Integrada de Segurança Pública (7ª Risp), realizada nesta quinta-feira (22), foram definidas estratégias que contemplam as áreas de integração das polícias, sistema socioeducativo e sistema prisional.

O município de Paracatu, o maior entre as 16 cidades que compõem a 16ª Região Integrada, ganhará nove câmeras do programa Olho Vivo - videomonitoramento que reduz de 30% a 40% os roubos nas áreas onde é instalado. Como destacou o chefe do Estado Maior da Polícia Militar, Coronel Divino Pereira de Brito, este equipamento, que é gerenciado pela corporação, “é eficaz à medida que não só previne a prática dos crimes, mas também potencializa o trabalho repressivo das polícias”. Serão investidos cerca R$ 1,2 milhão na aquisição de câmeras, com recursos oriundos de um financiamento externo do Estado. Durante a reunião, Coronel Brito também anunciou a vinda de um Tático Móvel e uma Base Comunitária Móvel da Polícia Militar para apoio às ações policiais na região.

Já a cidade de Buritis terá sua cadeia, hoje administrada pela Polícia Civil, assumida pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) no próximo ano. De acordo com o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade, presente no evento, a data exata da assunção será conhecida no início de dezembro, quando o cronograma de ações para o ano de 2013 será apresentado no Colegiado de Integração. Com a assunção da cadeia de Buritis, os policiais civis do município, que hoje têm a responsabilidade de guarda dos presos, e os militares, que ajudam na escolta de detentos, serão liberados para exercer seus papeis de prevenção, repressão e investigação.

Ainda dentro da dinâmica prisional, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, se comprometeu a priorizar a construção de uma penitenciária em Arinos, em um próximo financiamento do Estado, para minimizar o longo deslocamento e tempo das escoltas feitas por policiais e agentes penitenciários. “Assim que as forças policiais locais e o Ministério Público conseguirem, com o Poder Executivo, um terreno para esta construção, iniciaremos os projetos para tentar o financiamento”, explica.

Durante a reunião, o secretário também anunciou a data de inauguração do novo Centro Socioeducativo de Unaí, que terá capacidade para acautelar 90 adolescentes em conflito com a lei: fevereiro do próximo ano. Representantes do Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Municipal de Segurança Pública local elogiaram a iniciativa, que possibilitará a internação de adolescentes infratores de Unaí e cidades do entorno em uma unidade próxima de suas famílias. “Com a inauguração de Unaí, Minas terá um centro de internação em cada uma das regiões do Estado”, destacou a subsecretária de Atendimento às Medidas Socioeducativas, Camila Nicácio.

O chefe da Polícia Civil de Minas, Dr. Cylton Brandão da Matta, lembrou ainda que cerca de dez delegados devem chegar à região de Unaí em fevereiro do próximo ano, dando um novo fôlego às atividades da instituição.

Reuniões no interior

Unaí é a 11ª cidade do interior do Estado a receber a cúpula da Defesa Social, que até final do ano irá se reunir com todos os comandantes das regiões da Polícia Militar e chefes de departamentos regionais da Polícia Civil nas 18 Risps do Estado.

A nova metodologia das reuniões da Integração da Gestão em Segurança Pública (Igesp) foi anunciada pelo secretário Rômulo Ferraz em maio, no lançamento do Plano Integrado de Enfrentamento à Violência. Além das reuniões regionalizadas nas Risps do interior, o novo formato da metodologia prevê a realização do Igesp Temático de Proteção Pública, voltado para o acompanhamento das metas definidas no ano para o Corpo de Bombeiros. As Risps de Montes Claros, Ipatinga, Poços de Caldas, Divinópolis, Uberaba, Uberlândia, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Juiz de Fora e Curvelo já receberam as reuniões da Cúpula da Defesa Social, que contam também com o envolvimento da Justiça e do Ministério Público.

O Igesp é um modelo de organização e gestão do trabalho policial para integrar ações e informações de segurança. Iniciada de forma pioneira em Minas Gerais em 2003, a metodologia foi um dos fatores responsáveis pela redução de quase 50% dos índices de criminalidade no Estado nos últimos anos. O modelo contempla áreas de atuação, procedimentos, metodologias e delimitação de territórios geográficos comuns, em níveis operacionais, táticos e estratégicos.