Minas por Região
Educação

19h43min - 23 de Setembro de 2011 Atualizado em 02h57min - 28 de Junho de 2013

Curso forma técnicos qualificados na preservação ambiental da Serra do Cipó

SANTANA DO RIACHO (23/09/11) - Flora e fauna exuberantes e belas cachoeiras são alguns dos atrativos que tornam a Serra do Cipó um lugar único. O local que abriga o Parque Nacional da Serra do Cipó e recebe aproximadamente 18 mil turistas por ano ganhará, a partir deste sábado (24), mais um grupo de pessoas qualificadas e habilitadas para contribuir com a preservação cultural e ambiental da região. São  32 estudantes que iniciaram em agosto de 2009 o Curso Técnico em Meio Ambiente, com ênfase em turismo, e que se formam neste sábado. Será a primeira turma de formandos do curso.

O objetivo do curso é qualificar profissionais em nível técnico para a gestão ambiental, com competência para exercer funções de diagnóstico, vigilância, preservação ambiental; planejamento, organização e execução de diversas atividades. O curso é oferecido pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) e funciona na Escola Estadual Dona Francisca Josina, localizada no município de Santana do Riacho, na Serra do Cipó.

Segundo a coordenadora Jaqueline Serafim do Nascimento, o curso foi criado para atender a uma necessidade da região. “Antes não tínhamos nenhum curso técnico na região. Os cursos que eram oferecidos serviam para suprir a demanda das pousadas, qualificando, apenas, profissionais para trabalharem como garçons, camareiras, entre outros”. Para ingressar no curso, que é gratuito, os candidatos passam por uma seleção, que pode ser uma entrevista ou uma prova, na qual os professores tentam conhecer melhor o objetivo do aluno com o curso e o que ele pensa sobre o lugar onde vive.

Em 2010, a escola abriu mais uma turma com 42 alunos e em fevereiro de 2011 a quarta turma, com 48 alunos. A implantação do Curso Técnico em Meio Ambiente na escola tornou- se referência regional, atendendo aos municípios de Jaboticatubas, Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro e Santa Luzia.

Por funcionar em uma região com grande potencial turístico e biodiversidade, para fazer os trabalhos de campo os estudantes nem precisavam sair do município. Para realizar o trabalho de ‘Diagnóstico Geoambiental do Córrego Soberbo’, por exemplo, os estudantes percorreram pontos entre a nascente do ribeirão Soberbo e sua foz no rio Cipó. Visitas técnicas e outras atividades foram realizadas no Parque Nacional da Serra do Cipó.

Além de aproveitar todas as possibilidades que a Serra do Cipó oferece para enriquecer cada vez mais o curso, com o conhecimento adquirido os estudantes do técnico promoviam intervenções na própria escola. “Nós já acompanhamos visitas dos alunos da escola no Parque Nacional da Serra do Cipó e já oferecemos oficinas de conscientização na escola”, ressalta a coordenadora do curso. A Escola Estadual Dona Francisca Josina também oferece o ensino fundamental e médio para mais de 600 alunos.

Meu trabalho, minha realidade

Como trabalho de conclusão do curso, os estudantes elaboraram, individualmente, um projeto de intervenção para o local onde vivem. A ideia era que cada estudante observasse os principais problemas da região onde moram e criassem projetos com problematizações e propostas de intervenção, que buscassem sanar diversas questões de interesse local e regional. Entre as intervenções criadas está o projeto ‘Ecoturismo para a 3ª idade, visitação ao Parque Nacional da Serra do Cipó’. Idealizado pela estudante Edwiges Maria Cruz Araújo, de 67 anos, o projeto tem por objetivo promover atividades turísticas dentro do parque voltadas para o público da 3ª idade. “Comecei a procurar os idosos da Serra e percebi que muitos dos turistas da 3ª idade ficam ‘presos’ nas pousadas. No meu trabalho, proponho trilhas que são de fácil acesso e, até mesmo, um luau em noite de lua cheia e oficinas”, afirma.

Por apresentar uma proposta que contemplou um público pouco visado pela administração do parque, Edwiges foi convidada a trabalhar como voluntária no local. Uma vez por mês, a estudante é responsável por levar o público da 3ª idade a conhecer as dependências do parque e a caminhar por duas trilhas, traçadas, especialmente, para atender os idosos.

Edwiges entrou no curso ‘sem querer’. A ideia inicial era que o filho fizesse o técnico, mas como ele não quis, ela resolveu participar da seleção e passou. O verdadeiro interesse pelo curso só surgiu depois de assistir à aula inaugural. Agora, depois de dois anos como aluna, ela ressalta o que mudou em sua vida. “O curso só me fez crescer e não só no que é relacionado a meio ambiente e turismo. No início, por exemplo, eu não sabia nada de informática e tive que aprender para fazer o meu trabalho final”.

Os projetos de intervenção foram avaliados por uma banca examinadora com conhecimento específico de acordo com área temática de cada projeto. A maioria dos avaliadores era docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Parceria com a UFMG

Por ser um curso pioneiro na instituição e devido ao caráter especial do local onde a Escola Estadual Dona Francisca Josina está localizada, para a implantação do curso a direção contou com uma consultoria de professores da UFMG. “Os docentes ajudaram a montar o material didático do curso e foram parceiros em diversos momentos. Deram algumas palestras para os estudantes e foram convidados para participar das bancas examinadoras”, afirma a diretora da escola, Josefina Maria de Freitas.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

Desenvolvido por marcosloureiro.com

Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves

Rodovia Prefeito Américo Gianetti, 4001
Edifício Gerais, 1º andar
Bairro Serra Verde - BH / MG
CEP: 31630-901
Tel.: +55 31 3915-0262

Telefones de Contato