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Educação

18h49min - 02 de Setembro de 2011 Atualizado em 00h13min - 28 de Junho de 2013

Dentro da escola, estudantes se tornam empreendedores e criam miniempresa

BELO HORIZONTE (02/09/11) - Cálculo dos gastos, preocupação em não estourar o orçamento e busca por lucratividade. Nos últimos meses, essas foram algumas das preocupações da estudante de 16 anos, Bruna Lacerda Andrade. A aluna do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Leopoldo de Miranda, em Belo Horizonte, assumiu a função de diretora financeira da Milkbag, empresa fictícia que atua no ramo da produção de carteiras para dinheiro confeccionadas a partir da caixa de leite.

A dedicação ao trabalho fez a estudante ser a Vendedora Destaque do Programa Miniempresa, ação que busca estimular, entre os alunos do ensino médio, o interesse pela prática do empreendedorismo. A empresa criada pelos alunos da escola também ganhou na categoria Produto Destaque, em premiação realizada, na noite dessa quinta-feira (1º), pela associação educativa sem fins lucrativos Junior Achievement, organizadora do programa.

Para a escolha do produto da empresa, Bruna e seus colegas de escola observaram critérios como inovação e preocupação ambiental. “Não existe um produto assim no mercado. Além de ser sustentável, parte da matéria prima, caixa de leite, é fácil de conseguir”, comenta a estudante. A produção das carteiras ocorria dentro da própria escola no contraturno das aulas.

Para obtenção do capital de giro, foram disponibilizadas ações da Milkbag para que os estudantes comprassem e tivessem o seu percentual de participação nas tomadas de decisões.

“Para que a gente tivesse uma noção da gestão de uma empresa, da administração dos recursos, nenhum produto utilizado na confecção das carteiras poderia ser doado. Até os estudantes que levavam as caixas de leite para a produção do material recebiam um valor simbólico em dinheiro de R$ 0,01”, explica Bruna.

O resultado de todo esforço foi compensador e também foca suas atenções na responsabilidade social. A Milkbag conseguiu vender 120 carteiras a R$ 15,00 e R$10,00, arrecadando um total aproximado de R$ 1.400,00. Parte do dinheiro obtido com as vendas, 8%, foi doada a um lar de idosos da capital. Em uma situação real, esse percentual corresponderia ao valor a ser repassado ao governo em forma de impostos. O restante arrecadado com a venda dos produtos foi distribuído entre os acionistas da empresa.

“O trabalho valeu muito mais pelo simbólico do que pelo dinheiro. Tive a oportunidade de aprender como funciona uma empresa”, explica Vinícius Rodrigues de Castro, de 15 anos, um dos acionistas.

Premiação

A premiação dos destaques do Programa Miniempresa foi realizada no auditório do Instituto de Educação de Minas Gerais. Outras duas escolas estaduais também foram contempladas pelo bom desempenho no programa. Nove escolas, entre públicas e particulares de Belo Horizonte, participaram do programa.

Na Escola Estadual Maestro Villa Lobos, o foco foi a criação de um produto de limpeza. Os alunos do ensino médio, com a miniempresa Biominas, criaram um detergente biodegradável. A iniciativa agradou aos consumidores, pois a empresa foi a ganhadora do troféu na categoria Maior Rentabilidade. Nas premiações individuais, a escola também teve destaques nas categorias Característica Empreendedora, com a aluna Helen Cristina Silva, e em Vendedor Destaque, com Luana Batista Vimeiro.

A Escola Estadual Três Poderes foi premiada nas categorias Característica Empreendedora, com o estudante Hadba Chalub Santos, e Vendedor Destaque, com Vinícius Luciano. Com a miniempresa J.Bag, a escola produziu bolsas utilizando o tecido jeans.

Jovens empreendedores

O programa tem foco no estímulo às ações empreendedoras entre os estudantes do ensino médio. Na prática, eles têm experiência nas áreas econômicas e de negócios, além de criarem e coordenarem as atividades de uma empresa fictícia. Cada miniempresa formada é composta por cerca de 20 alunos de uma escola, que não pertencem, necessariamente, a uma mesma turma.

Da criação à comercialização de produtos, os estudantes passam por 16 encontros semanais com uma jornada de três horas e meia de ações teóricas e práticas em que desenvolvem habilidades de práticas empreendedoras. Durante o período, os alunos estruturam a empresa, definem os produtos a serem comercializados, elaboram estratégias de marketing e realizam todo o processo de ação no mercado.

O trabalho tem a coordenação de monitores que atuam em áreas específicas dentro de uma organização. Esses profissionais trabalham em empresas e aproveitam o programa para repassar suas experiências. Durante o período de realização do projeto, os alunos têm a oportunidade de conhecer as atividades desenvolvidas em setores que são comuns a muitas empresas, como: Recursos Humanos, Marketing, Finanças, Produção e a Presidência.

Com o encerramento do projeto, as escolas interessadas podem dar continuidade aos trabalhos da miniempresa. O programa é realizado uma vez ao ano e as escolas que desejarem participar devem entrar em contato com a Junior Achievement (www.jamg.org.br), associação responsável por fazer a seleção. A nova edição do programa está prevista para ter início entre os meses de março e abril de 2012.

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