A Penitenciária de Três Corações, no Sul de Minas, desenvolve com as presas uma ação de produção artesanal de objetos de decoração com materiais recicláveis, o Projeto Solar.  “O objetivo é profissionalizar as detentas e dar a elas novas perspectivas de trabalho e renda, além de promover a conscientização ambiental”, explica a diretora de atendimento da unidade, Anelise Santiago de Mendonça.

A iniciativa é desenvolvida por meio de uma parceria da unidade prisional com a Associação pela Solidariedade ao Recuperando (Assolar) e ainda conta com colaborações do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Poderes Executivo e Legislativo e professores, empresas, comunidade e instituições religiosas da região.

Atualmente, 15 presas trabalham no Projeto Solar, confeccionando mandalas, garrafas decorativas, tapetes, quadros e objetos encomendados pelos clientes. Toda a produção é feita a partir de jornais, revistas, garrafas, retalhos e outros materiais doados pela população da cidade.  “Pequenas atitudes sustentáveis diárias como essa ajudam o planeta e o bolso”, ressalta a diretora Anelise.

A renda obtida com a venda das peças confeccionadas é revertida para a manutenção das atividades, geridas pela Assolar. A professora Vanda Oliveira de Melo, coordenadora do projeto, afirma que ele resgata a autoestima das detentas, que se sentem mais valorizadas, além de dar uma oportunidade de profissionalização para elas.

Trabalho e ensino

Atualmente, na Penitenciária de Três Corações, 200 presos trabalham e 310 estudam nos ensinos Fundamental, Médio e Superior. No Estado de Minas Gerais, são cerca de 12 mil detentos trabalhando e 6 mil estudando enquanto cumprem pena nas 131 unidades prisionais sob a responsabilidade da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Ao realizar essas atividades, os internos têm redução de pena: a cada três dias trabalhados ou 12 horas de estudo, um dia é retirado da sentença a ser cumprida.