BELO HORIZONTE (05/11/09) - Agricultores familiares de diversos municípios de Minas Gerais vão receber kits com sementes de hortaliças até o final deste ano. A iniciativa, do Programa Minas Sem Fome, do Governo do Estado, vai beneficiar cerca de 165 mil famílias. As sementes já estão sendo entregues nas unidades regionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), que gerencia o programa, para serem encaminhadas aos pequenos produtores, por meio de associações, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), e entidades sociais como creches, escolas, asilos e Apaes, entre outras. A previsão é que a entrega das sementes nas regionais da empresa seja concluída até o final deste mês. A distribuição de sementes de hortaliças é feita uma vez por ano e é uma ação do Projeto Hortas Domésticas.

Segundo o coordenador estadual de Olericultura da Emater-MG, Georgeton Silveira, cada família vai receber um kit com até seis sementes, nas 33 regionais. Cada kit contém sementes de alface, beterraba, abobrinha, cenoura e quiabo, segundo o técnico. Georgeton explica que as unidades regionais de Almenara, Capelinha, Curvelo, Diamantina, Jaíba, Janaúba, Januária, Montes Claros, Salinas, São Francisco e Teófilo Otoni vão receber também, sementes de maxixe, hortaliça bastante consumida nas regiões. “Essas unidades irão receber o maxixe porque é uma maneira da gente resgatar e respeitar as tradições culturais, inclusive as relativas à alimentação praticada no lugar”, justifica.

De acordo o coordenador da Emater-MG, as hortaliças que compõem o kit são as mais consumidas pela população em geral. Ele ressalta que, o objetivo do programa é proporcionar melhor qualidade alimentar para essas famílias. “A produção de hortaliças melhora a qualidade nutricional dessas pessoas”, pontua.

Minas Sem Fome

O Minas Sem Fome é um programa estruturador do Governo de Minas, gerenciado pela Emater-MG, que tem por objetivo buscar a segurança alimentar e nutricional, com redução de pobreza, resgate da cidadania e inclusão produtiva, conforme o expresso no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) de 2007/2023. Criado em 2004, o programa atua hoje em 776 municípios em vários projetos como: implantação de lavouras, pomares, hortas, unidades de processamento de alimentos, tanques coletivos de resfriamento de leite, criação de pequenos animais, capacitação de agricultores e de jovens rurais.

Segundo o coordenador técnico estadual, Frank Martins, somente neste ano, até o mês de agosto, cerca de 234 mil famílias foram contempladas com benefícios do programa. Até o final de outubro 18,6 mil pessoas, entre agricultores, jovens rurais e outros beneficiários, foram capacitados em 1.130 cursos. Outros 1.663 jovens do Projeto Transformar também foram capacitados pelo programa até setembro. Além disso, o Minas Sem Fome já garantiu até o momento, a implantação de 57 tanques comunitários de resfriamento de leite, dos 76 previstos para 2009. Também iniciou a implantação de 14 agroindústrias, conforme convênios firmados em alguns municípios. O coordenador da Emater-MG ressalta que uma mesma família pode receber insumos de diversas ações, havendo repetição de famílias no número de atendidos pelo programa.

“Os projetos do Minas Sem Fome são produtivos e dão oportunidade para que as pessoas possam produzir seus alimentos. Também possibilitam atividades que geram emprego e renda para essas famílias”, afirma o presidente da Emater-MG, José Silva. Ele pontua que o Minas Sem Fome tem investido em atividades mais sustentáveis, como a avicultura e apicultura, pomar e hortas domésticas, agroindústrias e capacitação, e até em projetos que levam água para comunidades rurais do semiárido mineiro. “Não podemos falar em segurança alimentar e na implantação de agroindústrias se em muitas comunidades não têm nem água para o consumo das pessoas”, justifica. Só este ano, o Minas Sem Fome liberou recursos emergenciais para a implantação de aproximadamente 280 sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais, segundo o gestor do projeto na Emater-MG, João Carlos Guimarães.