CAETÉ (18/08/11) - A partir de setembro, produtoras da Associação de Artesanato e Produtos Caseiros de Morro Vermelho, em Caeté, na região Central do Estado, irão fornecer quitandas para escolas municipais. As produtoras estão sendo beneficiadas pelo Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae), que garante que 30% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação sejam destinados à compra de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar. Os produtos serão entregues em dez escolas.

A produção da associação é bastante diversificada. Divididas em pequenos grupos, as associadas produzem doces, quitandas e peças artesanais feitas com palha de milho e fibra de bananeira. A equipe das quitandeiras, formada por quatro mulheres, é a que participa do Pnae. Elas produzem biscoitos, bolos, pão caseiro, entre outros.

Os alimentos serão fornecidos semanalmente para as escolas e a primeira remessa deve ser entregue no início de setembro. “Essa é uma oportunidade muito boa de trabalho para nós”, diz a presidente da associação, Maria das Graças Pinheiro, que também faz parte do grupo de quitandeiras. De acordo com ela, é possível que o número de produtoras envolvidas na produção de quitandas para as escolas aumente. Ainda segundo Maria das Graças, isso vai depender da demanda.   

O principal incentivo para a participação das produtoras no Pnae veio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Prefeitura de Caeté. “O Pnae é, de certa forma, uma garantia de mercado para os produtos da associação”, diz a extensionista do escritório local da Emater-MG, Shelen Mainente de Souza. As atribuições da empresa no programa são bem amplas e abrangem assistência técnica, mobilização de agricultores, emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), orientação e elaboração de projetos e capacitação dos agricultores em boas práticas de produção.

Até junho de 2011, cerca de 4.200 agricultores foram beneficiados como Pnae em 380 municípios de Minas Gerais. De acordo com a Emater-MG, a meta é chegar ao número de 6.411 beneficiados até o fim deste ano. 

Também visando impulsionar as vendas dos produtos da associação, o escritório da Emater-MG em Caeté promoveu um curso de capacitação sobre técnicas de venda e como lidar com o público. O treinamento foi realizado em julho deste ano.

Incentivadas pela Emater-MG, as associadas decidiram vender seus produtos na feira livre do município logo após o curso. A feira é promovida todo sábado numa área próximo ao centro da cidade. A prefeitura forneceu duas barracas para o grupo e a Fundação Israel Pinheiro doou outras duas barraquinhas. No mesmo espaço, cinco famílias de agricultores orientados pela empresa também comercializam hortaliças. A iniciativa acabou dando certo e rapidamente o local se tornou um importante ponto de venda para as produtoras. Segundo a extensionista Shelen de Souza, a feira deu mais visibilidade ao trabalho do grupo. “Antes, pouca gente conhecia os produtos delas. A feira tem ajudado muito na divulgação”, explica a extensionista.

Para a presidente da associação, a iniciativa vai ajudar no crescimento do grupo. “Com esse ponto, nós conseguimos melhorar nossas vendas e podemos investir mais na atividade”, diz Maria das Graças Pinheiro.