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Agricultura

13h11min - 03 de Dezembro de 2010 Atualizado em 16h16min - 28 de Junho de 2013

Emater-MG vence em duas categorias no Prêmio Furnas Ouro Azul

A Emater-MG conquistou dois primeiros lugares no Prêmio Furnas Ouro Azul. Na categoria Empresa Pública, o vencedor foi o Projeto de Recuperação e Preservação de 40 Sub-bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes do Rio São Francisco. E o projeto do Grupo Guaxinim foi considerado o melhor na categoria ONGs e Associações Comunitárias.

BELO HORIZONTE (03/12/10) - A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) conquistou dois primeiros lugares no Prêmio Furnas Ouro Azul. Na categoria Empresa Pública, o vencedor foi o Projeto de Recuperação e Preservação de 40 Sub-bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes do Rio São Francisco, desenvolvido em conjunto com a Ruralminas. E o projeto apresentado pelo Grupo de Ação Ambiental Guaxinim, organizado pelo escritório local da Emater-MG em Arcos, no Centro-Oeste do Estado, foi considerado o melhor na categoria ONGs e Associações Comunitárias.

As ações e intervenções empreendidas pela Emater-MG e pela Ruralminas nessas sub-bacias hidrográficas selecionadas, na porção mineira do rio São Francisco, tiveram como resultado o controle dos processos erosivos e dos efeitos da degradação ambiental, além de aumentar a disponibilidade e a qualidade das águas superficiais. “Outro ponto positivo foi o envolvimento dos produtores rurais na transferência de tecnologias inovadoras de conservação, preservação e recuperação dos recursos hídricos, contribuindo assim para assegurar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental das sub-bacias”, ressalta o coordenador técnico estadual de Meio Ambiente, Enio Resende.

Ao todo, nas 40 sub-bacias, foram implantadas 7.518 bacias de captação de enxurradas, 8.512 hectares de áreas suscetíveis a processos erosivos ou em degradação protegidas por terraços e readequadas ambientalmente 668,8 quilômetros de estradas vicinais. Enio Resende explica que as ações promovem a retenção das enxurradas e do material sólido carreado pelas chuvas, que se não contidos provocam o assoreamento dos rios. As sub-bacias, por reterem a água por mais tempo, facilitam a infiltração no solo, o que garante maior disponibilidade hídrica para culturas. A água retida funciona ainda como reservatório para uso do gado, mesmo depois de cessado o período de chuvas. 

O projeto vencedor na categoria Empresa Pública se destaca ainda por apresentar grande potencial multiplicador, servindo de referência para aplicação em outras sub-bacias hidrográficas. “As medidas adotadas estão sendo eficazes na conservação da água, contribuindo para a revitalização das sub-bacias trabalhadas. E o mesmo pode ser feito em outras sub-bacias, dada à forte mobilização das comunidades envolvidas, à abrangência e capilaridade territorial e ao caráter demonstrativo das práticas de conservação ambiental implantadas”, resume Enio Resende, coordenador técnico da Emater-MG. 

Além dos técnicos da Emater-MG e Ruralminas, o projeto envolveu a participação efetiva das prefeituras, da Agência Nacional de Águas (ANA) e dos produtores rurais.

Projeto Guaxinim

O Grupo de Ação Ambiental Guaxinim, com a coordenação da equipe da Emater-MG em Arcos, foi criado em 2009, com o lema “Agir sem denunciar para educar e sustentar”. “Foi a forma mais fácil de conseguir adesão dos fazendeiros nas ações”, relata Zenaido Lima da Fonseca, engenheiro agrônomo da Emater-MG e responsável pelo detalhamento do projeto, premiado na categoria ONGs e Associações Comunitárias.

O estopim para o desenvolvimento do projeto foi a descoberta de um depósito de lixo que encobria uma das nascentes do rio São Domingos, na zona rural de Arcos. Também nesse projeto, o efeito multiplicador das comunidades envolvidas foi fundamental para o sucesso das ações. “Os filhos dos agricultores e agricultoras das áreas afetadas estudam na escola. Assim, contagiando as crianças pela ação prática educativa atingiríamos os pais no processo de consciência e questionamento de suas atitudes”, explica Zenaido.

Depois de rastrear o trajeto feito pelo lixo pelos córregos até o rio, os moradores foram mobilizados para a limpeza, que contou com o auxílio da Prefeitura de Arcos. “Ao todo foram retiradas 4,6 toneladas de lixo”, conta o engenheiro agrônomo. Além de melhorar o aspecto do local, o mais importante: livre dos detritos, a água voltou a aflorar na nascente.

Em outra ação, o Grupo Guaxinim, com auxílio técnico da Emater-MG, coletou amostras de água consumidas em diversas propriedades da região, que se revelaram impróprias para o consumo. “No meio rural do município, 80% das moradias utilizam fossas negras: buracos no chão onde as fezes são depositadas. Constatamos que as cisternas ou poços artesianos ficam, na maioria, a uma distância média de 10 metros da fossa negra. Há casos em que a fossa negra está a seis metros da casa e logo depois na parte mais baixa, a cisterna. O resultado é a contaminação do lençol freático”, detalha Zenaido.

Feito esse diagnóstico, foi realizado um amplo trabalho de saneamento rural, com foco na substituição das fossas negras por fossas sépticas biodigestoras, com o apoio técnico da Embrapa. “Nosso objetivo é substituir gradativamente todas as fossas negras”. 

O Grupo Guaxinim, com atuação constante no município de Arcos, empreende ainda ações para aumentar a disponibilidade da água no ambiente, com incentivo à construção de bacias de captação de águas superficiais e proteção de corpos d´água (nascentes, córregos, lagos e rios), além da valorização de frutos do Cerrado, com o objetivo de preservar a biodiversidade, um dos fatores que contribuem para a recuperação e conservação dos corpos d´água.

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