MONTES CLAROS (17/10/11) - Teve início nesta segunda-feira (17) o Encontro Regional de Montes Claros, que reúne o Governo de Minas Gerais e mais de 150 entidades sociais na discussão de estratégias e políticas públicas para o Norte do Estado. A exemplo do que já ocorreu em junho, na região do Rio Doce, a sociedade civil organizada debate o planejamento governamental e, a partir daí, elege duas prioridades para serem implementadas.

Na solenidade de abertura, a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, destacou a importância do evento dentro das metas traçadas pelo governador Antonio Anastasia. “Este encontro inaugura um novo tempo em Minas Gerais. No Choque de Gestão, priorizou-se as condições de governança e o equilíbrio orçamentário. Depois, no Estado para Resultados, buscamos entregar resultados do governo para a sociedade. E agora, na Gestão Participativa, queremos trazer a sociedade para participar das estratégias de governo”, afirmou.

Os representantes da sociedade civil, formados por ONGs; fundações; conselhos comunitários e municipais do Norte de Minas foram organizados em dez grupos, para discutir as propostas do Governo e debater as prioridades de cada área para a região. Durante o encontro, que se encerra nesta terça-feira (18), serão discutidos projetos nas seguintes redes transversais de desenvolvimento: Saúde; Cidades; Ciência, Tecnologia e Inovação; Defesa e Segurança; Desenvolvimento Econômico Sustentável; Desenvolvimento Rural; Desenvolvimento Social e Proteção; Educação e Desenvolvimento do Capital Humano; Identidade Mineira e também Infraestrutura.

A expectativa dos participantes com o encontro é a maior possível. Representantes de regiões carentes do Norte, o público inscrito busca, dentro da diversidade dos temas, inserir suas demandas entre as prioridades que serão eleitas na plenária final do Encontro Regional.

“A palavra chave para nós aqui é esperança. Estamos muito esperançosos de que essa reunião vá atender aos nossos anseios, não só da nossa comunidade, mas da saúde em geral”, diz Maria de Lourdes Carvalho, da Comunidade Terapêutica Irmã Erlinda, de Janaúba, inscrita na Rede de Saúde. A entidade, que existe há 23 anos, tem como única fonte de arrecadação as doações e o trabalho do voluntariado. “A gente está ansioso, pois temos muito o que fazer, mas não temos como fazer. Infelizmente, dependemos de capital humano e financeiro, e isso são duas grandes dificuldades para nós”, diz ela.

Participante da Rede de Identidade Mineira, Maria Manoelita Caldeira se diz surpreendida positivamente com a iniciativa do Governo. “Eu entendo que não há maneira melhor de conhecer a realidade de uma região do Estado do que vir pessoalmente até o local ouvir o que o povo tem a dizer. Acredito que o caminho é esse. Com investimento e apoio, esse encontro pode render frutos para o povo do Norte”, avalia.

Contemplar a diversidade existente nas várias microrregiões do Norte de Minas é um desafio. Consciente disso, os agentes governamentais procuraram captar essa diversidade, no Comitê Regional do Norte de Minas, em junho passado, incluindo entidades que representem a maior variedade possível de temas. “Nossa expectativa é desenvolver um debate bastante caloroso aqui em Montes Claros. Nas reuniões do comitê, um dos destaques entre as demandas surgiram na área de extensão rural e agricultura. Vimos a importância do trabalho do governo do Estado, por meio da Emater e Epamig, no apoio às comunidades de agricultura familiar”, exemplifica o subsecretário de Planejamento, Orçamento e Qualidade do Gasto, André Reis.

Kátia Luciana Trindade está inscrita na Rede de Desenvolvimento Rural e representa a Associação dos Assentamentos dos Pequenos Trabalhadores de Verdelândia, a 276 km de Montes Claros, uma entidade que representa 25 famílias de trabalhadores rurais. “Para nós é muito importante estar aqui, adquirindo conhecimentos, para podermos trabalhar para melhorar a vida dessas pessoas. Estamos aqui para batalhar pela posse da terra para essas famílias. Além disso, precisamos de abertura de estradas e tratores para a associação”, diz ela.

Coordenadora estratégica do Estado em Rede, a Ouvidora Geral do Estado, Célia Barroso, chama a atenção para a importância de se ouvir a sociedade civil neste processo. “O grande destaque do encontro é essa relação direta das pessoas com o governo. Nós não podemos conceber uma política pública apenas ouvindo: ela tem que ser transformada em ação”, afirma.

Nesta terça-feira, os grupos darão sequência ao debate sobre as diretrizes estratégicas. Ao final do encontro será elaborado um caderno de prioridades estratégicas regionais. Cada grupo irá priorizar até dois projetos por área. Na plenária final, a Ouvidora-Geral do Estado, Célia Barroso, dará posse a um representante e dois suplentes por rede, que irão acompanhar a implementação das prioridades da região.