Minas por Região
Agricultura

20h37min - 07 de Julho de 2011 Atualizado em 00h22min - 30 de Junho de 2013

Epamig apresenta três cultivares de feijão recomendadas para Minas Gerais

BELO HORIZONTE (07/07/11) - A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) realizou, nessa quarta-feira (6), no município de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, um dia de campo para lançamento de três novas cultivares de feijão recomendadas para Minas Gerais. O evento foi realizado na fazenda Vale Alegre, onde já existem áreas plantadas com as cultivares BRSMG Majestoso, BRSMG Madrepérola e BRSMG União. As novas cultivares foram desenvolvidas por meio do Programa para o Melhoramento Genético do Feijão para o Estado de Minas Gerais, envolvendo Embrapa, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA), além da Epamig.

Durante as estações de campo, os produtores conheceram características das três novas cultivares de feijão, além de tecnologias para manejo da cultura do feijoeiro, nutrição mineral para altas produtividades, tecnologias em aplicação, melhoria da eficiência e da qualidade da pulverização e controle biológico de fungos.

Segundo o pesquisador da Epamig Zona da Mata e integrante do Programa de Melhoramento, Trazilbo de Paula Júnior, essas cultivares têm alto potencial de rendimento e resistência às doenças. As cultivares Majestoso e Madrepérola pertencem ao grupo comercial de feijão carioca e a cultivar União ao grupo comercial manteigão (jalo).

As cultivares foram testadas em mais de 43 ambientes diferentes de Minas Gerais. A cultivar Majestoso apresenta alta produtividade, excelente sanidade – de acordo com os pesquisadores - e ciclo de 90 dias. A Madrepérola, também considerada cultivar de alta produtividade, tem o grão bege claro e mantém essa coloração mais clara por um período maior que a maioria das cultivares comerciais com tipo do feijão carioca. De acordo com Trazilbo, cultivares de grão carioca escurecem muito cedo. “Com um mês ou dois meses depois de colhidos, o grão tem aparência de velho, de material colhido há um ano”. O agricultor que mantinha semente guardada para vender, no intuito de ter mais tempo para negociar, é obrigado a seguir o preço sugerido pelo cerealista por ter um grão desvalorizado no mercado.

Trazilbo afirma que a Madrepérola foi desenvolvida justamente porque o feijão carioca tem a possibilidade de conseguir linhagens que escurecem lentamente. “O Madrepérola consegue ficar de oito meses a um ano com o grão bem claro, como se fosse grão recém-colhido. Isso dá margem para o agricultor trabalhar melhor preço com o cerealista. Esse é um exemplo de como a pesquisa foi ao encontro a uma característica típica de qualidade de grão, agregação de valor”, explica.

A cultivar União se destaca pela precocidade, por possuir ciclo de 77 dias. Além de ter grão maior, é também resistente à ferrugem e mancha angular. Essas cultivares têm potencial para atingir 3.500 a 4000 kg/hectares.

Estimativas apontam que em áreas novas de cultivo o custo de produção de feijão irrigado fica em média R$ 3.500 por hectare. Isso quer dizer que uma produção de 50 sacas comercializadas ao preço de mercado atual, cerca de R$ 100/saca, geraria uma receita de R$ 5.000, cobrindo o investimento feito pelo produtor.

Melhoramento do feijão 

Minas Gerais é o segundo maior produtor de feijão do Brasil, perdendo apenas para a produção do Paraná. O Estado tem aumentado o rendimento das cultivares devido ao plantio de outono/inverno, da terceira safra. Trazilbo avalia que, na época da seca, o produtor, que cada vez mais investe em tecnologia, é beneficiado com uma safra de alta produtividade. “Atualmente, a média brasileira está entre 800 kg/hectare e 900 kg/hectare, estando Minas Gerais com produtividade entre 1.100 kg/hectare e 1.200 kg/hectare, principalmente por causa dessa terceira safra e das cultivares disponibilizadas ao longo dos últimos anos.

Com a formalização de convênio entre Epamig, UFV, Ufla e Embrapa, desde 2002, foram desenvolvidas e lançadas cultivares melhoradas de feijão para Minas, sendo a cultivar BRSMG Talismã a primeira. Em seguida a Ouro Vermelho e as três novas cultivares lançadas por último.

Para o produtor de feijão, Virgílio Queiroz, que já introduziu em sua propriedade aquelas três novas cultivares, ainda é preciso investir em cultivares adaptadas à colheita mecanizada. “Além de resistência a doenças e pragas, também precisamos de plantas com porte mais ereto, que adapte à mecanização”, diz o produtor. Segundo ele, a Majestoso apontou condições favoráveis para a mecanização em sua propriedade.

Para o pesquisador da área de melhoramento e professor da Ufla, Magno Ramalho, essa é uma preocupação do programa. “A pesquisa já está preocupada em desenvolver cultivar favorável à mecanização, visto que é uma necessidade do produtor. Estamos estudando linhagens com essas características”, afirma.

Atualmente, o programa conduz ensaios de: 26 tipos de cariocas, 16 pretos e 20 grãos especiais. A cada dois anos é feita uma comparação final e, então, selecionadas as linhagens mais bem avaliadas. No campo, são realizados testes de resistência a doenças, resistência à seca, colheita, porte, adaptabilidade; no laboratório,  teste de cozimento, teor de proteína, qualidade e culinária.

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