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Agricultura

14h12min - 07 de Janeiro de 2009 Atualizado em 01h56min - 01 de Julho de 2013

Epamig destaca importância da tecnologia na cafeicultura

BELO HORIZONTE (07/01/09) - Em época de preços pouco remuneradores para o cafeicultor é fundamental que o produtor racionalize o uso de insumos sem diminuir o nível tecnológico. Desta forma, as lavouras estarão preparadas para o período em que os preços estiverem mais compensadores, como em 1986, quando os preços do café atingiram uma das menores cotações (US$ 42) e, que rapidamente, evoluiu de maneira surpreendente para US$ 356, com o dólar na época muito valorizado em relação ao real.

Estas são as duas principais recomendações dos pesquisadores da Epamig, Júlio César de Souza, Rogério Antônio Silva, Vicente Luiz de Carvalho e Rodrigo Luz da Cunha. Eles alertam sobre a relação direta entre o uso de novas tecnologias e a permanência no competitivo mercado nacional e mundial.

Em solos pobres, como os da região do Cerrado, não deve haver redução do uso de adubos e corretivos. Caso contrário, levará a lavoura ao definhamento irreversível. Uma alternativa, para solos pobres, é mudar do plantio convencional para o orgânico, pois nessas regiões as pragas (cigarras, bicho-mineiro, cochonilhas, entre outras) se manifestam de forma explosiva, além das doenças limitantes como cercosporiose, ferrugem e phoma. A substituição de variedades consagradas de café, mais suscetíveis à ferrugem, por variedades mais resistentes a esta doença deve ser feita aos poucos.

Todas essas recomendações estão contidas na Circular Técnica nº 43 - Cafeicultor: jamais restrinja o uso de tecnologia nas lavouras de café visando reduzir despesas – da Epamig e pode ser acessada no site da empresa (www.epamig.br). O texto orienta como gerenciar as lavouras, racionalizar gastos e reduzir custos, sem abrir mão do padrão de qualidade nos processos de pré e pós-colheita. Uma sugestão feita pelos pesquisadores é a diversificação da propriedade com outras culturas rentáveis, como milho, por exemplo, que hoje é uma realidade em termos de lucro para o produtor, seja para a produção de grão ou no preparo de silagem.

Lavouras tecnificadas

O Brasil possui a maior e a mais moderna cafeicultura do mundo, com lavouras altamente tecnificadas e de altas produtividades. Essa cafeicultura foi conquistada graças a um incansável trabalho dos governos federal e estaduais, da pesquisa agropecuária governamental, da assistência técnica, das indústrias de máquinas, fertilizantes e corretivos e de produtos fitossanitários, desde 1970, ano da constatação, no país, da ferrugem, Hemileia vastatrix, principal doença do cafeeiro.

Até aquela data, o Brasil possuía uma cafeicultura arcaica, extrativista e de baixa produtividade. Com a constatação da ferrugem em território brasileiro, o governo federal criou o Grupo Executivo de Racionalização da Cafeicultura (Gerca), ligado ao extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), que elaborou o Plano de Renovação e Revigoramento de Cafezais, colocando-o em prática. Assim, foi graças à ferrugem que o Brasil mudou sua cafeicultura de arcaica para a mais moderna do mundo, inclusive implantando-a em espaçamentos mecanizados, visando controlar essa doença nas lavouras, com pulverizadores tratorizados.

Mercado

O Brasil, com sua moderna cafeicultura, representada por pequenos, médios e grandes produtores, está pronto para atender à grande demanda mundial de café, sempre crescente, garantem os pesquisadores. No mercado consumidor brasileiro, graças ao trabalho da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), o consumo de café, até então estagnado em 13 milhões de sacas, evoluiu para 17 milhões, com previsão de consumo de 21 milhões até 2010.

Para o mercado externo, as exportações brasileiras de café somam 24 milhões de sacas, num mercado também em grande expansão, representado pelo grande potencial de consumo de países populosos como China, Índia e outros, que apresentam os maiores índices de crescimento econômico em todo o mundo, após a abertura de suas economias.

Na safra de 2008, o Brasil produziu 45,5 milhões de sacas de 60 quilos, segundo levantamentos realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sendo a segunda maior safra dos últimos 10 anos. A primeira foi a safra recorde e histórica de 2003, que chegou a 48,5 milhões de sacas. Para a safra de 2009, pelo grande vigor das lavouras brasileiras e, conseqüentemente, pelo potencial produtivo, são estimadas 51 milhões de sacas, safra essa recorde na cafeicultura brasileira. Essas duas grandes safras são o resultado da aplicação nas lavouras de café, pelos cafeicultores, de toda uma tecnologia desenvolvida pela pesquisa brasileira em todas as áreas da cafeicultura.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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