Minas por Região
Agricultura

15h01min - 07 de Novembro de 2011 Atualizado em 05h23min - 30 de Junho de 2013

Epamig e instituições parceiras diversificam a agropecuária no semiárido mineiro

Com escritório regional sediado em Nova Porteirinha, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas (Epamig) está intensificando a implementação de pesquisas voltadas para a diversificação da produção agrícola no semiárido. Pesquisadores e técnicos estão trabalhando na consolidação do Norte de Minas como grande polo produtor de banana prata e nanica.

NOVA PORTEIRINHA (07/11/11) - Com escritório regional sediado no município norte-mineiro de Nova Porteirinha, no centro de uma região onde a fruticultura gera cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos e uma receita anual estimada em R$ 403 milhões, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está intensificando a implementação de pesquisas voltadas para a diversificação da produção agrícola na região do semiárido.

Aliado a projetos voltados para a viabilização do cultivo de abacaxi e maracujá, entre as novidades dos trabalhos que estão sendo executados nos últimos anos está a busca da produção de morango e oliveiras, numa região até pouco tempo considerada inapta para a produção de frutas típicas de clima frio e temperado. O cultivo de palma para alimentação de bovinos na época da seca; dendê e crambe para a produção de biodiesel e o desenvolvimento de variedades de feijão com maiores níveis de produtividade, também estão sendo alvo de estudos por parte de onze pesquisadores que constituem a equipe que atua no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. A agricultura familiar está sendo contemplada com o incremento da pecuária leiteira e a implantação de hortas agroecológicas, consorciadas à piscicultura e avicultura.

Além de buscar alternativas para a diversificação da produção agrícola regional, pesquisadores e técnicos agrícolas estão trabalhando na consolidação do Norte de Minas como grande polo produtor de banana prata e nanica. Neste segundo semestre, estão sendo iniciadas pesquisas voltadas para o desenvolvimento de cultivares de banana que consumam menor quantidade de água, produto considerado nobre na região do semiárido. O principal desafio é aliar a redução do consumo de água com a manutenção de altos índices de produtividade dos bananais, a fim de que a atividade se mantenha economicamente viável.

Atualmente, dados da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) revelam que a área mineira do Nordeste concentra 12 mil hectares de banana, o que torna a cultura a principal fonte geradora de emprego e renda no agronegócio regional. Por meio de pesquisas implementadas pela Epamig, a partir da década de 1970, os produtores rurais consolidaram a região norte-mineira como uma das principais fornecedoras de banana prata para os principais centros consumidores do país, notadamente para Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Recentemente, parte da produção de banana passou a ser comercializada também no Norte do país, com destaque para Belém, capital do Pará.

Banana orgânica

Paralelo a pesquisas já em andamento visando à conservação da banana prata por período de até 40 dias pós-colheita, o que permitirá a exportação do produto para grandes mercados consumidores, pesquisadores da Epamig já se preparam para, em 2012, implementar outro trabalho inovador voltado para a produção de banana orgânica. “Se conseguirmos desenvolver novas variedades capazes de proporcionar aos agricultores a colheita de um produto sem uso de agrotóxicos e que, por outro lado, também possibilite a exportação, daremos uma grande contribuição para a consolidação da fruticultura no Norte de Minas”, ressalta a pesquisadora e coordenadora da Unidade Regional da Epamig no Norte de Minas, Polyanna Mara de Oliveira.

A pesquisadora explica que com o desenvolvimento de tecnologias capazes de proporcionarem aos produtores rurais a disponibilização de um produto sem adição de agroquímicos, “a Epamig possibilitará à região dar uma relevante contribuição para a despoluição do meio ambiente, além de ofertar ao mercado um produto comercialmente mais valorizado”.

Nova variedade de banana

Por meio de parceria estabelecida com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com o Instituto Federal de Guanambi (BA), em 2012 a Epamig tem previsão de lançar uma nova variedade de banana prata, cultivada na região do semiárido norte-mineiro.

A novidade da nova cultivar, inicialmente batizada pela sigla PA 4244, é o fato de ter apresentado resultados positivos com a redução do uso de água em áreas irrigadas, sem que o desenvolvimento das plantas tenha sido afetado. Atualmente, pesquisadores do centro de pesquisas da Epamig no Norte de Minas estão avaliando os resultados da produtividade da PA 4244. Embora a nova variedade precise passar por nova fase de pesquisas para a consolidação dos resultados inicialmente alcançados, Polyanna Oliveira observa que “as perspectivas são promissoras, havendo indicação de que outras duas cultivares também estão obtendo resultados favoráveis”.

Em laboratório de biotecnologia recentemente instalado pelo Governo do Estado na unidade de Nova Porteirinha, a Epamig está desenvolvendo pesquisas com diversas culturas, entre elas pequi, abacaxi, crambe (variedade de oleaginosa), pinhão bravo, pinhão roxo, mandioca e algodão. Brevemente, o laboratório passará a prestar serviços aos produtores rurais, com produção de mudas de banana.

Para o incremento das pesquisas na região do semiárido, a Epamig tem fortalecido o estabelecimento de parcerias com várias instituições atuantes no Estado, entre elas o Banco do Nordeste do Brasil (BNB); Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Petrobras Biocombustível, CNPq, Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) e com as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), Viçosa (UFV), Uberlândia (UFU) e Lavras (Ufla).

Além do estimulo à diversificação da fruticultura, nos últimos anos a Epamig tem implementado diversos projetos de pesquisa no semiárido, contemplando a cadeia produtiva da agroenergia. Entre as culturas pesquisadas estão pinhão manso, mamona, girassol e dendê.

Já com vistas à identificação de alternativas para a manutenção da pecuária durante longos períodos de estiagem, estão sendo implementadas pesquisas voltadas para o cultivo de diversas variedades de palma. Além de unidades demonstrativas instaladas no Centro de Pesquisas sediado em Nova Porteirinha, a Epamig está orientando produtores rurais na disseminação de unidades demonstrativas. Para isso, vários agricultores têm sido beneficiados com o recebimento de mudas, que são multiplicadas e redistribuídas anualmente.

Infraestrutura de pesquisas

Através de plano de sustentabilidade lançado em 2008, contemplando todas as unidades regionais da Epamig no Estado, o Centro Regional de Pesquisas do Norte de Minas conseguiu captar R$ 881,5 mil que estão sendo investidos na melhoria da infraestrutura de pesquisas em Nova Porteirinha e na fazenda experimental sediada no município de Jaíba. Por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), implementado pelo governo federal em parceria com as Organizações Estaduais de Pesquisas Agropecuárias (Oepas), a Epamig está investindo R$ 951 mil na reforma e ampliação de áreas físicas, além da compra de máquinas e equipamentos para laboratórios.

Atualmente, a unidade regional da Epamig no Norte de Minas conta com cinco fazendas experimentais sediadas nos municípios de Jaíba, Montes Claros, Leme do Prado (Vale do Jequitinhonha), Nova Porteirinha e no distrito de Mocambinho, sede do perímetro irrigado do Jaíba.

Em parceria com o Instituto de Laticínios Cândido Tostes, sediado em Juiz de Fora, para 2012 a Epamig está programando iniciar a realização de dias de campo no Vale do Jequitinhonha, objetivando difundir tecnologias voltadas para o incremento da pecuária de leite. Os agricultores também passarão por treinamentos voltados para o processamento do excedente da produção leiteira, levando-se em conta a importância socioeconômica da atividade para região do semiárido.

Hortas agroecológicas

Contemplando a agricultura familiar, a Epamig já instalou sete unidades demonstrativas de hortas agroecológicas nos municípios de Janaúba, Nova Porteirinha, Leme do Prado, Montes Claros e no distrito de Mocambinho, em Jaíba. O objetivo é difundir junto a pequenos produtores rurais a produção diversificada de alimentos sem utilização de agrotóxicos que, além de garantir a subsistência, poderá se constituir em nova fonte de geração de renda com a comercialização do excedente.

Uma das novidades do projeto de hortas agroecológicas é o cultivo de hortaliças e legumes em áreas circulares, o que viabiliza consorciar as culturas com a criação de peixes ou frangos. No caso da criação de peixes, a água utilizada para irrigar as plantas contribui para melhor fertilização das lavouras e possibilita às famílias a manutenção de uma fonte alimentar rica em proteínas.

Já os produtores que optarem pela criação de frangos, podem utilizar o esterco para a formação e manutenção de canteiros, além de garantirem a produção de ovos e de carne para subsistência e comercialização do excedente.   

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