PRUDENDE DE MORAIS (19/08/11) - A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) realizou, nessa quinta-feira (18), dia de campo sobre manejo de plantas daninhas em girassol, mamona, nabo-forrageiro e pinhão-manso para produção de biodiesel, na Fazenda Experimental da empresa, em Prudente de Morais, Centro-Oeste do Estado.

Durante o evento, realizado em parceria com Emater-MG e Embrapa Milho e Sorgo, foram apresentados resultados de controle de plantas daninhas em oleaginosas naquela região.“Os estudos realizados permitirão o manejo das plantas invasoras de modo eficiente, técnico, econômico e ecológico, mantendo-se, assim, o equilíbrio biodinâmico do meio ambiente”, garantiu a pesquisadora da Epamig, Maria Helena Tabim Mascarenhas.

O pesquisador da Epamig Norte de Minas, Nivio Poubel, relatou experiências com cultivo de oleaginosas destinadas à produção de biocombustíveis na região, além de apresentar as pesquisas nessa área. Ele falou também sobre o cultivo consorciado de mamona com amendoim, gergelim e feijão-caupi, entre outros.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira Duarte, que trabalha com economia agrícola, as instituições de pesquisa têm buscado tecnologias de cultivo de oleaginosas para produção de biocombustível que possam ser utilizadas pelos agricultores familiares. 

Para Jason, dentre as quatro culturas estudadas, o girassol é a com melhor perspectiva de produção no Centro-Oeste mineiro. Por ser uma região produtora de leite e de silagem, o produtor, além de extrair o óleo, poderá também vender para cooperativas silagem e torta de girassol para alimentação animal.

Maria Helena explicou que, na avaliação realizada na Fazenda Experimental, foram testados 11 tipos de herbicidas para controle de plantas daninhas no nabo-forrageiro (comum), no girassol (Embrapa 122), mamona (Paraguaçu) e pinhão-manso (Jatropha curcas L.).

Das culturas estudadas, há registro de herbicidas apenas para o girassol. O estudo apontou mais um produto com potencial para registro. “Em outros países já existem produtos herbicidas registrados para culturas oleaginosas”, informou a pesquisadora.

Segundo Maria Helena, o nabo-forrageiro foi a única cultura que demonstrou ser desnecessário o tratamento com herbicida. “As plantas não competiram entre si como nas demais culturas”, disse. 

O evento é uma das ações do projeto "Manejo de plantas daninhas em oleaginosas destinadas à produção de biocombustíveis", financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que teve início em julho de 2009.

Agroenergia no Norte de Minas

A Epamig já desenvolve pesquisas destinadas à agroenergia no Norte do Estado. São realizados experimentos das culturas de pinhão-manso, algodão, mamona, girassol, macaúba e outras. O objetivo desse trabalho é incentivar investimentos em pesquisa, desenvolvimento, inovação, além de buscar desenvolver e transferir conhecimento e tecnologias que contribuam para a produção sustentável da agricultura de energia e o uso racional da energia renovável, visando a competitividade do agronegócio brasileiro e mineiro e o suporte às políticas públicas.