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13h34min - 01 de Setembro de 2011 Atualizado em 00h20min - 30 de Junho de 2013

Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, comemora 46 anos nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (5) é aniversário de 46 anos do Mineirão. Um dos personagens dessa construção é o engenheiro Ferdinando Leitão, 78 anos, chefe da equipe dos cerca de 1.200 operários que ergueram o estádio. Seu Leitão, como é conhecido, se emociona ao lembrar daquela época em que poucos acreditavam naquele sonho de BH abrigar um estádio tão grande.

BELO HORIZONTE (01/09/11) - Nesta segunda-feira (5) é aniversário de 46 anos do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão. Um dos personagens mais históricos dessa construção é o engenheiro Ferdinando Leitão, 78 anos, chefe da equipe dos cerca de 1.200 operários que ergueram tamanho espaço para 130 mil pessoas. Ele hoje divide seu tempo entre o escritório de engenharia do filho e a plantação de café em Manhuaçu. Seu Leitão, como é conhecido, se emociona ao lembrar daquela época em que poucos acreditavam naquele sonho de Belo Horizonte abrigar um estádio tão monumental. 

Muitos temiam, inclusive, que o estádio fosse desabar a qualquer momento, uma vez que um futurólogo da época havia dado uma entrevista bombástica para um jornal local com seu prognóstico apocalíptico, dia antes de sua inauguração. “Só o Gil (Gil Moreira de Abreu, engenheiro responsável pela obra) acreditava no Mineirão. A vida dele era conseguir dinheiro para o projeto. O governador Magalhães Pinto também não tinha fé de que a obra fosse para frente. Havia muita dificuldade financeira, mas não tínhamos nenhum problema com a técnica. No dia da inauguração, muita gente não foi assistir ao jogo da Seleção Mineira contra o River Plate porque acharam que a arquibancada fosse despencar. Mesmo assim, o estádio lotou. Me emocionei muito quando me deparei com aquele mar de gente. Chorei”, lembra Leitão.

O engenheiro recorda, por exemplo, do teste de vibração da arquibancada. “Como não dispúnhamos de qualquer tipo de equipamento moderno, colocamos todos os operários, no dia do pagamento, num setor da arquibancada e pedimos que pulassem. Eu tive que pular também”, conta.

Quando o senhor Leitão se juntou ao projeto, em 1963, já estavam prontas cerca de 90% das fundações da parte interna e a geral debaixo da arquibancada. Nenhuma estrutura havia sido levantada até então. Em maio de 1964, lembra, foi construído o primeiro de um total de 28 setores do estádio. “Fizemos os outros 27 setores, praticamente, em um ano. Éramos eu e o Francisco Abel”, conta Leitão, referindo-se a seu companheiro de trabalho.

No dia da inauguração, o senhor Leitão vestiu seu terno e gravata para participar da cerimônia, mas foi obrigado a se ausentar na hora da festa. “Naquele momento, houve uma explosão de uma bomba hidráulica e eu tive que sair correndo. Tirei paletó e gravata e fui consertar a bomba. Não pude participar do evento porque éramos nós que fazíamos tudo no estádio”.

Após resolver o problema, correu para a parte mais alta. “Subi as escadas para ver o estádio cheio. Cheguei bem na hora em que o público aplaudia uma equipe de ginastas que fazia apresentação antes da partida inaugural. Aquele ruído das pessoas batendo palma me emocionou”, conta.

São inumeráveis as histórias do Mineirão de 46 anos atrás. A da avenida Catalão é mais uma delas. O engenheiro andava preocupado com as vias de acesso ao estádio. Queria uma alternativa à avenida Antônio Carlos e à estrada Engenho Nogueira. Leitão procura assim o então reitor da UFMG e o empresário Antônio Luciano Pereira Filho. Propõe aos dois a abertura da Catalão. “Quinze dias depois, as máquinas começaram a abrir a Catalão”, orgulha-se.

Novo Mineirão

O secretário Extraordinário da Copa, Sergio Barroso, adianta que um dos locais a abrigar o vasto acervo histórico do estádio será o futuro Museu do Futebol. “Esse espaço vai preservar a memória do Mineirão com todos os capítulos que marcaram a história do futebol mineiro e, claro, também brasileiro”, diz. Por outro lado, Barroso reforça a relevância do atual processo de modernização do estádio. “Será um Mineirão mais confortável, com equipamentos modernos que vão oferecer toda segurança ao torcedor. Para a festa de abertura do estádio, o senhor Ferdinando Leitão já está convidado, faço questão”, diz.

Para o presidente do consórcio Minas Arena, responsável pelas obras de modernização do estádio, é um orgulho fazer parte do novo capítulo da história do estádio. “Vamos participar da vida do estádio com muito orgulho. Aos 46 anos, no auge de sua maturidade, o Mineirão se renova para oferecer a todos um dos melhores estádios do mundo”, conclui Barra.

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