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Educação

13h59min - 05 de Agosto de 2011 Atualizado em 12h44min - 26 de Junho de 2013

Estudantes da rede estadual se destacam na prática do xadrez

BELO HORIZONTE (05/08/11) - Na história de Monique e Mênique Rocha Cardoso a coincidência vai além da genética. Como se não bastassem serem gêmeas, as adolescentes de 13 anos possuem uma paixão em comum: o xadrez. O interesse pelo jogo, que exige concentração e habilidade, vem desde cedo, quando tinham seis anos. “Começamos observando o nosso pai, que é treinador de xadrez. Nós éramos pequenas e como viu que a gente estava interessada resolveu nos ensinar a jogar”, lembra Monique.

Com o tempo, a curiosidade deu lugar à dedicação, o que trouxe benefícios também na sala de aula. “A gente presta mais a atenção nas aulas, nossa capacidade de memorização melhorou. O raciocínio lógico é mais rápido”, avalia Mênique. Hoje, as irmãs se destacam no município de Taiobeiras, no Norte de Minas, quando o assunto é o jogo do famoso xeque mate. Elas estão entre os 58 estudantes da rede estadual classificados para a última etapa dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg), que acontece entre os dias 8 e 13 de agosto. Considerando todas as redes, são 110 participantes na modalidade.

Além do apoio familiar, as estudantes que cursam o 9º ano do Ensino Fundamental, contam com um importante reforço na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves. Lá é desenvolvido o ‘Clube do Xadrez’, projeto que atende aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. O trabalho, que começou em 2009, veio a partir de um projeto de intervenção pedagógica da escola. Desenvolvido pelos professores de Educação Física, Cleyton Anderson Custódio de Aragão e Elisângela Ruas Barbosa, o ‘Clube do Xadrez’ é utilizado para ajudar os estudantes nos cálculos matemáticos. “Pesquisamos e vimos que o xadrez auxiliava na concentração e raciocínio lógico das disciplinas. Ele é um jogo em que os participantes precisam pensar bastante nas jogadas. O aluno que quiser se sobressair nas aulas também precisa de muita disciplina e treinamento”, avalia o professor Cleyton Anderson Custódio de Aragão. 

Além do resultado esperado na área pedagógica, o projeto tem ajudado a escola a ter representantes na fase estadual dos Jemg, há três anos consecutivos. Além das gêmeas, o estudante Elias de Souza Dias Júnio também está entre os classificados para a última etapa da competição. 

A atual campeã na categoria de xadrez dos Jemg no modulo II é a estudante Ayana Hama. A estudante da Escola Estadual Professora Geralda Eugênia da Silva, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), também busca compartilhar suas habilidades com os colegas de turma. “Nas aulas de Educação Física procuro ensinar o jogo para os colegas interessados. Eu e meus irmãos aprendemos com nosso pai. Acho que todo estudante deveria saber jogar”, acredita a aluna do 1º ano do Ensino Médio. 

Na escola de Ayana Hama, o uso do xadrez como uma atividade pedagógica traz reflexos em várias áreas do conhecimento. “O jogo é utilizado nas aulas de Educação Física, mas nos conselhos de classe, eu converso com os outros professores e vejo que tem contribuído em suas aulas, como Língua Portuguesa e Matemática. Outro ponto apontado por eles é a disciplina”, ressalta a professora de Educação Física, Eunice de Fátima Cordeiro. 

Lição de estratégia 

No Norte de Minas, no município de Januária, uma das escolas que trabalha o xadrez é a Escola Estadual Caio Martins. Nas aulas de Educação Física e no projeto Escola de Tempo Integral, o professor Luis Gustavo dos Santos Rosa usa o jogo como estratégia para o desenvolvimento de habilidades entre os alunos. Porém, antes da prática, o trabalho começa com as curiosidades históricas do jogo, uma medida utilizada para atrair a atenção dos alunos. “O jogo começou na era medieval. Era uma espécie de estratégia de combate utilizada pelos reis e grandes conquistadores. Eles montavam seus soldados para o ataque, mas também pensavam em estratégias de defesa. Tinham que pensar porque o oponente fez aquele tipo de jogada. Entre os conquistadores estava Napoleão Bonaparte que traçava suas estratégias de conquistas em um xadrez com humanos”, explica o professor. 

Outra possibilidade que o jogo favorece é fazer com que os participantes aprendam a lidar com a derrota e com os oponentes. “O xadrez reflete nossa vida cotidiana. A todo o momento estamos cheios de opções, assim como as várias estratégias de ação que o jogo possibilita. Porém, se a nossa escolha não nos tornou vencedores, é preciso respeitar o oponente que teve mais cautela e sucesso ao fazer sua escolha”, justifica a presidente da Federação Mineira de Xadrez, Luciane Sepúlveda Viana. 

Os jogos de xadrez na etapa estadual dos Jogos acontecem nos dias 9 e 10 de agosto. Os melhores jogadores na modalidade se classificam para a etapa nacional dos Jogos Escolares, que vão acontecer entre os dias 9 e 18 de setembro, na cidade de João Pessoa, na Paraíba.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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