Hábitos saudáveis de alimentação se tornaram rotineiros no dia a dia dos estudantes de Belo Horizonte. Levantamento divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que os adolescentes da capital mineira preferem alimentos ricos em proteínas e minerais do que os doces ou refrigerantes. Segundo a pesquisa, 75,6% dos alunos de escolas públicas e privadas da cidade têm hábitos saudáveis.

Mais de 69% dos estudantes com idade entre 13 e 15 anos de Belo Horizonte ingerem feijão regularmente, enquanto 34,8% têm o hábito de comer frutas em suas refeições, conforme os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar. Nestes dois critérios, os adolescentes belo-horizontinos lideram o ranking nacional da alimentação saudável, na comparação com outras capitais brasileiras, segundo apontou o levantamento do IBGE.

A pesquisa mostrou, ainda, que os quitutes de menor composição nutritiva não estão na preferência dos estudantes da capital mineira. Em relação ao consumo de doces, os adolescentes de Belo Horizonte ficaram na quarta posição do ranking apontado pela Pesquisa Nacional de Saúde Escolar do IBGE, atrás do Distrito Federal, Goiânia e a cidade de São Paulo.

Além de optarem pela ingestão de alimentos saudáveis, os estudantes belo-horizontinos também são adeptos aos exercícios físicos. De acordo com o levantamento, cerca de 37% dos adolescentes da capital praticam atividades físicas regularmente, em um período de pelo menos cinco horas por semana. Ao mesmo tempo, apenas 3,8% dos estudantes da cidade não praticam exercícios esportivos.

Cardápio de políticas públicas

A alimentação saudável é um hábito que integra todas as políticas públicas de segurança alimentar e os programas nutricionais doGoverno de Minas. As ações incluem a adoção de critérios rigorosos para assegurar a qualidade da alimentação escolar nas unidades de ensino do Estado, campanhas rotineiras sobre a importância de hábitos saudáveis na área da saúde pública e a gestão de projetos e programas na área da valorização nutricional sustentável.

A maior parte das ações de conscientização sobre hábitos saudáveis é desenvolvida pelo Núcleo de Alimentação e Nutrição da Secretaria de Estado de Saúde. As orientações difundidas pelo núcleo enfatizam a importância do consumo de alimentos nutritivos. Segundo a nutricionista e referência técnica do núcleo, Joyce Xavier de Lima, “uma alimentação saudável deve conter proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e água” na quantidade necessária para o bom funcionamento do organismo.

“A alimentação saudável ajuda a prevenir doenças, como o infarto, hipertensão, acidente vascular cerebral, diabetes, obesidade e câncer, principalmente aqueles que atingem o estômago, intestino e cólon”, esclarece. Segundo a especialista, a chegada do inverno requer cuidados especiais. “Com as temperaturas baixas, as pessoas tendem a praticar menos exercícios físicos, o que pode se tornar um convite à ingestão de alimentos calóricos. Isso deve ser evitado, já que o resultado pode ser um aumento de peso indesejado”, alerta Joyce.

A nutricionista destaca, ainda, a importância da ingestão de água. “A água desempenha papel essencial em quase todas as funções do corpo. É utilizada para a digestão, para a absorção e para o transporte de nutrientes. Serve de meio para uma série de processos químicos, assume papel de solvente para resíduos do corpo e também os dilui para reduzir sua toxicidade, ajudando no processo de excreção do corpo”, afirma Joyce de Lima, lembrando que, contudo, excessos devem ser evitados. “Água em excesso pode distender o estômago”, conclui.

Segurança Alimentar

Na estrutura administrativa do Estado, o tema também está sob gestão do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea-MG), um órgão colegiado de interação do Governo de Minas com a sociedade civil, vinculado diretamente ao gabinete do governador Antonio Anastasia. Segundo o presidente do Consea-MG, dom Mauro Morelli, que também é promotor do Comitê Permanente de Nutrição das Nações Unidas, a alimentação saudável entre os jovens é um dos pilares essenciais da cidadania.

“O crescimento da consciência do direito humano básico ao alimento e à nutrição vai fundamentar um movimento forte que fará surgir uma Lei Orgânica de Segurança Alimentar Nutricional Sustentável. As prioridades e a metodologia dos planos, com seus programas e projetos, devem corresponder à dignidade humana e às exigências da cidadania. Em Minas Gerais, o Consea-MG, através de comissões regionais e parcerias, vem realizando programas com esse objetivo e com essas características”, afirmou dom Mauro Morelli.