JUIZ DE FORA (11/05/09) - Durante solenidade realizada no Museu de Arte Murilo Mendes, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, na última sexta-feira (8), foi apresentado o estudo de viabilidade do Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e região. O evento, que também marcou o lançamento do Instituto Nacional de Energia Elétrica (Inerge) e a apresentação do relatório final do Programa de Incentivo à Inovação (PII), teve a presença do Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) Alberto Duque Portugal , do reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), professor Henrique Duque, e outras autoridades.

Para o estudo de viabilidade do Parque Tecnológico, realizado pela empresa InvestPark, o Estado investiu R$150.000,00. O documento levou em consideração o potencial de Juiz de Fora no que se refere ao ensino, pesquisa, extensão, tecnologia e economia, além da relação entre a UFJF, centros de pesquisa e empresas das quatro microrregiões incluídas no projeto: Cataguases, Juiz de Fora, Muriaé e Ubá.

Os estudos indicaram uma localização geoeconômica privilegiada de Juiz de Fora levando em consideração aspectos de logística e infra-estrutura que favorecem a criação de um ambiente de inovação. A conclusão do estudo é que o Parque Tecnológico de Juiz de Fora e região seja preparado para as áreas de eletroeletrônica, biotecnologia, leite e derivados.

O secretário Alberto Portugal falou em nome do governador Aécio Neves ao reafirmar a disposição do Estado em trabalhar pela inovação, citando os parques tecnológicos como fundamentais para atração de investimentos de alto conteúdo tecnológico. Aproveitou para reconhecer as parcerias com as universidades, Sebrae, Embrapa, Fiemg, entre outras instituições, como imprescindíveis aos projetos e programas da Sectes.

Estão em construção, com recursos do Governo mineiro, os parques tecnológicos de Belo Horizonte, Viçosa e Itajubá. Além de Juiz de Fora, outros municípios mineiros também se preparam para receber o apoio do Estado na construção de seus parques tecnológicos, entre eles Uberaba e Lavras.

Ineditismo faz parte do Inerge

O Inerge é o resultado de um trabalho em rede liderado pela UFJF, com a parceria da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Segundo o vice-reitor da UFJF e coordenador do Inerge, José Luiz Rezende Pereira, dos mais de 100 INCTs, o Inerge será o único voltado para a pesquisa em energia e receberá recursos da ordem de R$4 milhões, sendo a metade do CNPq e a outra metade da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Minas Gerais foi o primeiro estado a se manifestar favorável à criação dos INCTs, quando se dispôs a financiar 50% dos recursos que serão destinados.

Rezende Pereira ressaltou que o Inerge vai trabalhar em novas tecnologias de fontes alternativas, visando à confiabilidade e à qualidade da energia. A sede do Inerge será na UFJF, mas contará com pesquisadores das instituições parceiras do Brasil e do exterior. O instituto vai trabalhar também na formação de mão-de-obra qualificada com curso de média duração e também com pós-graduação “stricto sensu”.

Incentivo à Inovação

O gerente de Acesso à Tecnologia do Sebrae Minas, Anísio Viana, apresentou conquistas do Programa de Incentivo à Inovação (PII) na UFJF. O programa, que tem a parceria do Sebrae, é financiado pelo Projeto Estruturador Rede de Inovação Tecnológica (RIT), que tem o secretário-adjunto Evaldo Vilela como gerente e Anna Flávia Bakô, como gerente-adjunta.

O PII está presente também nas universidades federais de Itajubá, Minas Gerais, Viçosa e Lavras. Em todos eles 266 projetos foram apresentados, sendo que 24 patentes foram depositadas.

Resultados das pesquisas foram mostradas em vídeo e na publicação de um livro, inclusive com depoimentos de pesquisadores. Entre os trabalhos destacados estão: pesquisa que aperfeiçoa a técnica que diagnostica o câncer de mama; equipamento que detecta adulteração no leite; tecnologia inédita para a gestão de recursos hídricos; acesso à internet pela rede elétrica e cana-de-açúcar com qualidade superior.