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Meio Ambiente

15h51min - 18 de Maio de 2009 Atualizado em 01h35min - 28 de Junho de 2013

Expedição mobiliza estudantes e prefeitos em Funilândia

BELO HORIZONTE (18/05/09) - A chegada da Expedição Rio das Velhas 2009 ao município de Funilândia (Região Central), no dia 19 de maio, vai ser marcada por várias atividades. A praça principal da cidade será palco de palestras sobre educação ambiental para estudantes, debate sobre recuperação de micro bacias rurais e até uma exposição de produtos regionais da agroindústria e de artesanato.

A Emater-MG, uma das organizadoras do evento junto com a Prefeitura Municipal e o Projeto Manuelzão, estará com um estande no local divulgando o Meta 2010, programa do Governo de Minas para a revitalização da Bacia do Rio das Velhas, e fazendo um trabalho de conscientização ambiental. Na parte da noite, prefeitos, vereadores e outras lideranças da região participam da apresentação dos resultados de um novo projeto de monitoramento de conservação de solo e água.

Os caiaqueiros, que estão fazendo uma expedição pelo Rio das Velhas desde o dia 8 de maio, chegam ao município por volta das 15h30, no local conhecido como Pau de Cheiro. Já as atividades da noite serão realizadas, a partir das 18h, na quadra poliesportiva da Escola Estadual Aluísio Ferreira de Souza e, além de palestras sobre monitoramento de águas, terá apresentação de banda de música, estudantes, folia de reis e grupo da terceira idade.

Vantagens da preservação

O município de Funilândia é exemplo de um dos mais bem-sucedidos projetos ambientais do Estado. Em 2003, foi iniciado no local o Programa de Manejo do Jequitibá, ribeirão de grande importância regional que deságua no rio das Velhas. O programa está ligado ao projeto de Recuperação e Preservação de Sub-bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes Mineiros do rio São Francisco (convênio da Agência Nacional de Águas/ANA e Emater-MG, em parceria com os municípios) e ao Projeto de Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares (convênio do IEF e Ibama, que tem a Emater-MG como parceira).

O trabalho teve a construção de 18 quilômetros de cerca em torno das nascentes, o plantio de 42 mil mudas de árvores nativas, a proteção de 21 nascentes e o plantio de matas de topo em área de recarga. O projeto incluiu ainda a construção de barragens de contenção e de 440 bacias de captação de enxurradas, terraços, manutenção de estradas rurais e um trabalho de educação ambiental com produtores. Atualmente, o técnico local da Emater-MG, Adenílson de Freitas, faz um trabalho de monitoramento do projeto em parceria com um grupo de estudo do professor Fernando Cruz, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). “Senão houver acompanhamento dos projetos ambientais realizados e sua manutenção, eles vão se deteriorar com o tempo”, argumenta o extensionista rural.

Em novembro de 2008, Adenílson instalou 30 aparelhos (pertencentes da UFV) em bacias de captação e terraços para medir o nível de infiltração da água no solo. “Sabemos dos benefícios ambientais dessas ações, mas não existem estudos com dados quantitativos. Essa pesquisa com a UFV quer justamente suprir essa deficiência”, conta o engenheiro agrônomo. O resultado desse estudo, realizado de novembro a maio (época de chuvas na região), será tema da palestra para os prefeitos e lideranças da região, que acontece às 19h45, na quadra da Escola Estadual Aluísio Ferreira de Souza. “O objetivo dessa palestra é mostrar aos prefeitos e autoridades da região, o quanto é importante e vantajoso cuidar das bacias de captação”, ressalta Adenílson.

Entre essas vantagens, o extensionista destaca a redução nos custos de manutenção das estradas rurais. “O projeto foi feito no ano passado e esse ano a prefeitura de Funilândia não teve despesas com a manutenção dessas estradas e no próximo ano só vai gastar para abaular a estrada”, explica. Outro aspecto positivo é a recarga do lençol freático. De acordo com os dados coletados, no período estudado, foram infiltrados no solo cerca de 114 milhões de litros de água. “Em condições normais, essa água seria escoada, levando a terra da estrada e iniciando um processo de erosão e de assoreamento dos cursos d água”, conta o técnico. O técnico estima que ao evitar esse escoamento superficial, as obras evitaram que uma quantidade referente a cerca de 1.500 caminhões de terra deixou de ser carreada para os cursos d água da área atendida pelo projeto.

No dia 20 de maio, o técnico da Emater-MG também estará falando sobre o assunto para lideranças locais no município de Jequitibá (Região Central), também dentro da programação do Expedição pelo Velhas 2009. “Quando só falamos dos benefícios dessas ações as pessoas não ficam muito convencidas, mas se você apresenta dados as vantagens desses trabalhos ambientais ficam muito evidentes”, salienta Adenílson.

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