BELO HORIZONTE (03/06/08) - O comércio exterior de Minas Gerais, em maio de 2008, caracterizou-se pela quebra de vários recordes. As exportações mensais superaram, pela primeira vez, a casa dos US$ 2,01 bilhões, registrando valor 35,1% superior ao exportado no mesmo mês do ano anterior. O período foi marcado também pelo maior aumento do saldo comercial em 2008, que atingiu US$ 1,2 bilhão, com crescimento de 26,2%.

Os dados, divulgados pela Central Exportaminas, com base em levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), revelam que, embora a média de exportações por dia útil tenha registrado um aumento de 48,8% com relação ao equivalente no ano anterior, as importações também apresentaram um expressivo crescimento de 51,1%, somando US$ 806 milhões, valor, no entanto, inferior ao verificado em abril de 2008.

O diretor da Central Exportaminas, Jorge Oliveira, explicou que no acumulado de 2008, o cenário é de aceleração do crescimento das exportações e de estabilização das importações, “o que possibilitará a recuperação do saldo comercial”.

Jorge Oliveira destacou que além do bom momento econômico do Estado, o resultado do comércio exterior reflete em parte “a regularização de exportações e importações no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), em razão da suspensão da paralisação dos fiscais aduaneiros a partir de 12 de maio”. Segundo ele, é preciso considerar também que maio apresenta tradicionalmente movimentos de exportação e importação acima da média dos primeiros quatro meses do ano.

Nos cinco primeiros meses de 2008 as exportações foram de US$ 8,24 bilhões, equivalente a 11,4% das exportações do Brasil. As importações somaram US$ 3,51 bilhões, equivalentes a 5,5% das importações brasileiras. Já o saldo comercial do Estado foi equivalente a 29,7% do saldo brasileiro. No acumulado dos últimos 12 meses, as exportações somam US$ 19,5 bilhões, ainda inferior ao valor esperado de US$ 20,1 bilhões no fechamento dos 12 meses do ano de 2008.

Seguindo a tendência até abril, os grupos que mais contribuíram para o crescimento das exportações compõem-se de commodities e seus derivados diretos, como minérios e produtos metalúrgicos, café e outros. Dentre as 10 maiores contribuições ao crescimento, destacam-se as participações de novos grupos como “cereais” e “ovos e seus derivados”.

O diretor da Central Exportaminas assinalou ainda que o aspecto negativo foi a perda da segunda posição no ranking dos estados exportadores em maio, uma vez que o Rio de Janeiro contabilizou US$ 2,25 bilhões no mês. Esse desempenho pode ser creditado às constantes altas dos preços do petróleo e derivados. Nesta terça-feira, o barril de petróleo fechou a US$ 124,31, em Nova Iorque, e US$ 124,58, em Londres, registrando a primeira queda desde 15 de maio.São Paulo, com US$ 4,74 bilhões, continuou na primeira posição. Acrescentou que apesar do recorde histórico mensal em maio, o aumento das exportações de Minas continua abaixo da média nacional (+19,9%), enquanto a participação do Estado no total exportado pelo país diminuiu ligeiramente de 11,8% para 11,4%.

Jorge Oliveira destaca, no entanto, que a corrente de comércio mineira obteve recordes tanto no mês de maio – US$ 2,81 bilhões – quanto nos últimos 12 meses – US$ 27,16 bilhões. No acumulado do ano o valor soma US$ 11,45 bilhões, com crescimento de 24,4%.