Através do Programa de Educação Profissional (PEP), a Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) está com inscrições abertas para o Curso Técnico em Conservação e Restauro da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, até o dia 17 de dezembro. São 60 vagas gratuitas (sem custos de inscrição e mensalidades) para os turnos da manhã, tarde e noite. No site da Faop (www.faop.mg.gov.br), há o link com o formulário de inscrição e o manual do candidato.

O exame de seleção ocorrerá no dia 13 de janeiro de 2013, com questões de Língua Portuguesa e de Matemática elaboradas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE). As aulas têm início em abril. Podem participar do processo seletivo alunos do 2° ou 3° ano do Ensino Médio da rede pública estadual, estudantes do curso de educação de jovens e adultos (EJA), na modalidade presencial, ou qualquer interessado que já tenha concluído o Ensino Médio em instituições públicas ou privadas e não esteja cursando o Ensino Superior.

Criado pelo famoso restaurador Jair Afonso Inácio, na década de 1970, o Curso Técnico em Conservação e Restauro da Faop é considerada a primeira experiência na formação de profissionais de forma regular no Brasil. É o único curso formal reconhecido pelo Ministério da Educação | MEC que trabalha nos suportes: escultura policromada, à pintura de cavaletes e ao papel.

A Faop faz o acompanhamento sistemático da inserção no mercado de trabalho dos técnicos formados. Nos últimos três anos, a taxa média de empregabilidade foi de 74,67%, com atuação em museus, arquivos, ateliês particulares, instituições públicas e privadas em todo o país. Vários desses profissionais trabalham também na formação de outros alunos, tanto nos próprios cursos promovidos pela Faop, bem como de instituições afins.

Teoria dialoga com a prática

Com uma grade curricular total de 1552 horas, o curso é distribuído em quatro módulos. O processo ensino-aprendizagem alia tanto a fundamentação teórico-conceitual quanto a vivência prática. O diferencial do processo ensino-aprendizagem, segundo a diretora da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, Gabriela Rangel, é que o curso une teoria e prática. Simulações são usadas somente nos primeiros módulos. Depois, os alunos contam com peças reais como material didático do curso para trabalhar nos três suportes (escultura policromada, pintura de cavalete e papel).

Para concluir a capacitação, os discentes são responsáveis por todo o processo de restauração de uma peça oriunda da comunidade, sob a orientação dos professores de ateliê e apoio da equipe técnica e pedagógica do Núcleo de Conservação e Restauração.

A estratégia de ensino-aprendizagem oferece aos alunos uma formação consistente, com segurança para atuação no mercado de trabalho, e, às comunidades guardiãs, garante o tratamento necessário e adequado aos seus acervos, propiciando longevidade à preservação dos bens.

Parte do aprendizado incluso vem de diálogos sobre a conscientização dos valores patrimoniais. Para a monitora do atelier de papel e ex-aluna do curso, Camila Pereira, a comunicação com os moradores sobre a preservação de suas histórias abre caminho para novos olhares entre os estudantes e os próprios cidadãos. “O nosso estudo não fica só entre a obra e o restaurador. Nós dialogamos com os donos dos patrimônios, ou seja, a comunidade. Antes de fazermos qualquer tratamento técnico, descobrimos o que as obras significam para as pessoas”, ressalta.

Parceria com o PEP

Desde 2008, a Faop é credenciada junto ao Programa de Educação Profissional (PEP), da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. O convênio possibilita a oferta anual de 60 vagas gratuitas para o Curso Técnico em Conservação e Restauro. No PEP, a Secretaria de Educação assume o pagamento integral do curso o aluno, o que inclui o material didático.

A presidente da Faop, Ana Pacheco, enaltece que essa parceria com o PEP contribui de forma significativa para a ampliação do acesso da comunidade ao curso. “Apesar de não ser um curso caro para os estudantes, muitas pessoas tinham dificuldade de ingressar devido aos custos das mensalidades, materiais e equipamentos necessários. Agora, democratizamos ainda mais essa capacitação, pois esse convênio recebe alunos bolsistas, além da abertura de turma no período da noite o que possibilita que trabalhadores também possam participar”, explica.

Em sua 7ª edição, o PEP oferece mais de 50 cursos, em 82 municípios mineiros. Os cursos atendem a doze eixos tecnológicos, sendo eles: Turismo, Hospitalidade e Lazer; Segurança; Recursos Naturais; Produção Industrial; Produção Cultural e Design; Produção Alimentícia; Infraestrutura; Informação e Comunicação; Gestão e Negócios; Desenvolvimento Educacional e Social; Controle e Processos Industriais; Ambiente Saúde e Segurança. Mais informações sobre os cursos do PEP estão no sitewww.educacao.mg.gov.br.