Minas por Região
Ciência e Tecnologia

08h58min - 26 de Maio de 2013 Atualizado em 10h04min - 01 de Julho de 2013

Fapemig é referência internacional em pesquisas na área de robótica

Projetos de inovação, ligados à nova economia, agregam valor e conhecimento à formação acadêmico-científica dos estudantes

Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) é a grande responsável pelos bons resultados conquistados pelas universidades mineiras em competições nacionais e internacionais de robótica. Por meio do Edital Santos Dumont, a Fapemig fomenta projetos de iniciação tecnológica que permitem aos alunos testar o conhecimento acadêmico-científico em competições de caráter educacional e reafirma a vocação para a tecnologia e a inovação presente no estado.

Embora as recentes conquistas sejam notórias, o foco da iniciativa vai além de vencer as competições. A ideia é proporcionar aos alunos a experiência de desenvolver projetos com tecnologia de ponta e empregar a robótica educacional como ferramenta de desenvolvimento científico-tecnológico, social e humano, capacitando-os para atuar em setores da nova economia, como a tecnologia da informação, a microeletrônica e a indústria aeroespacial.

Da mesma forma, os robôs não se restringem à atuação em campeonatos. As tecnologias desenvolvidas podem ser aperfeiçoadas em benefício da sociedade e da indústria. Elas podem, por exemplo, serem adaptadas para auxiliar em atividades relacionadas à exploração de lugares de difícil acesso, à localização e salvamento de vítimas de catástrofes e a ajudar idosos e pessoas com dificuldade de locomoção.

“A iniciativa surgiu da ideia de motivar os alunos na graduação ao focar nas questões de inovação e criatividade. Dar a eles a oportunidade de participar do processo educacional, por a mão na massa. Isto é importante para o aprendizado”, enaltece o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges.

O Edital Santos Dumont foi publicado pela primeira vez em 2008 e envolvia apenas três instituições de ensino superior. Com a aprovação das universidades e a repercussão positiva, o projeto expandiu. Atualmente, o edital é aberto a todas as universidades do estado – as inscrições para a edição de 2013 foram encerradas neste mês.

Os projetos inscritos são avaliados por uma comissão especial de julgamento, formada por pesquisadores e consultores de Minas Gerais e, sobretudo, de outros estados – o que garante a imparcialidade na avaliação, de acordo com a qualidade, relevância, viabilidade, orçamento e equipe envolvida.

A comissão é quem dá o veredicto, se o projeto receberá ou não o incentivo da Fapemig. Em 2012, 30 projetos foram aprovados e receberam aporte total R$ 509 mil. “Somos pioneiros. Quando chamamos consultores de outros estados eles ficam entusiasmados. Não falta competência aos nossos alunos. Quando há recurso, eles chegam nos primeiros lugares”, destaca Mario Borges.

Novas fronteiras da ciência

Um dos projetos aprovados na edição 2012 do edital pertence à equipe de futebol de robôs Rodetas Robô Clube, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), composta por alunos dos cursos de Engenharia de Controle e Automação e Ciência da Computação.

No ano passado, a Rodetas Robô Clube classificou-se em segundo lugar na categoria Very Small Size, na Latin American Robotics Competition (Larc). Nesta modalidade, dois times com três robôs, que não podem ultrapassar as medidas de 7,5cm por 7,5cm, disputam uma partida de futebol. Não existe intervenção humana e os robôs são controlados por um computador.

“Os alunos aprendem o espírito da competição e a conviver em grupo. Ficamos estimulados e estamos trabalhando para melhorar a performance na competição deste ano”, revela a pesquisadora e coordenadora da equipe, Karla Boaventura Pimenta Palmieri.

Em outubro de 2013, a Larc será realizada em Arequipa, no Peru. “A boa atuação tem me motivado a continuar com as pesquisas na área de robótica e inteligência artificial. Pude notar a grande demanda por profissionais com conhecimento no mercado de trabalho. Isto me incentiva a qualificar ainda mais para poder atuar na área”, vislumbra o capitão da equipe e graduando em Engenharia de Controle e Automação, João Paulo Gonçalves Simim.

“A tecnologia aplicada nestes projetos são as mesmas usadas em diversos setores da indústria, como na área de segurança”, acrescenta João Paulo, ao exemplificar como as tecnologias que são desenvolvidas nas competições de robótica e cibernética podem ser aplicadas no mercado de trabalho.

Robótica educacional

Com o financiamento do Edital Santos Dumount, a Universidade Federal de São Del Rei (UFSJ) tornou-se uma das referências em robótica. A instituição de ensino superior localizada na região do Campo das Vertentes encontra-se no seleto grupo de universidades brasileiras que possuem um projeto próprio de robô.

O projeto foi iniciado em 2008, contando com alunos dos cursos de Engenharia Elétrica, Mecânica, Produção, Ciência da Computação e Administração, que desenvolveram a estrutura mecânica, eletrônica e a inteligência artificial das máquinas.

O primeiro protótipo foi testado no início de 2013 e os demais robôs estão sendo finalizados. “Somos uma das poucas universidades brasileiras que têm um robô totalmente construído e que está sendo preparado para as competições deste ano”, conta o pesquisador da UFSJ, Eduardo Bento Pereira.

O pesquisador coordena projetos de robótica que envolvem desde crianças de seis anos até alunos de pós-graduação. Eduardo está a frente da equipe de competição UaiSoccer – quarto lugar na categoria Simulação 2D na Larc 2012 – e do projeto de extensão UaiRobots, que tem o objetivo de levar a robótica educacional às escolas da região e promover o aumento na qualidade da educação e o interesse dos alunos em áreas tecnológicas e disciplinas como Matemática e Física.

O projeto UaiRobots é formado por várias equipes, cada uma com um foco específico. Além da competição, há grupos focados em treinamento de alunos e professores de escolas públicas estaduais e na utilização de lixo tecnológico para a construção de robôs. Também estão sendo iniciados os projetos de pesquisa focados no desenvolvimento de veículos aéreos autônomos e para a construção de robôs inspirados na natureza.

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