Minas por Região
Agricultura

12h28min - 24 de Novembro de 2008 Atualizado em 05h44min - 29 de Junho de 2013

Floricultura em Minas é tema de seminário da Epamig

BELO HORIZONTE (24/11/08) - A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com o Sebrae-Minas, promoveu o 3º. Seminário Mineiro de Floricultura, nessa quinta (20) e sexta-feiras (21), em Belo Horizonte. Participaram produtores e interessados de Manhuaçu, Barbacena, Rio Casca, além das regiões Norte de Minas e Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo a coordenadora do Seminário, Thyara Ribeiro (Epamig), que também falou sobre a produção de flores tropicais, o evento fortalece a atividade em Minas, pois o mercado de flores melhora a cada ano, principalmente para as flores tropicais: “Estas têm a preferência do mercado internacional e também grande procura no mercado interno, pois têm custo de produção bem mais baixo do que as flores mais sofisticadas. Por isto, demos mais ênfase a esse tipo de flor. Nós falamos sobre produção, técnicas de cultivo, pós-colheita, tiramos as dúvidas dos participantes”, explica.

A principal novidade neste ano foram as clínicas tecnológicas, momento em que os participantes foram divididos em grupos coordenados por especialistas. “Nas duas últimas edições do Seminário Mineiro de Floricultura mostramos aos produtores que a floricultura é uma atividade rentável. Nesta 3ª edição, visamos ao produtor que já conhece ou já desenvolve esta atividade. Preparamos oito clínicas: Produção de mudas para jardins; Floricultura: Como começar?; Principais doenças em floricultura; Produção de flores tropicais; Tecnologias para produção de plantas em vasos; Nutrição mineral em floricultura; Técnicas de cultivo de orquídeas; Principais pragas em floricultura. O contato direto entre produtores, interessados e os especialistas deixou todos bem à vontade para as perguntas e respostas, com participações entusiasmadas. A idéia das apresentações em grupos surtiu efeito muito positivo e manteremos esta estratégia para o seminário do ano que vem”, explica Thyara.

Do público total, 80% já produzem flores e o restante pretende iniciar na atividade. Por isto, segundo a coordenadora, foi dada muita ênfase às exigências do mercado, os cuidados necessários antes e durante a produção, a pós-colheita, as tendências do mercado. “Também deixamos claro para os participantes que a tendência é o crescimento da demanda por flores tropicais, plantas de grande porte para paisagismo, a utilização de flores e jardins em pequenos espaços como em apartamentos. A procura é enorme para esse público. Mesmo em pequenos espaços, as pessoas buscam cada vez mais o verde dentro de suas casas”, justifica.

O seminário foi encerrado com um curso de arranjos florais, que contou com participação de vários decoradores.

Como iniciar

Este foi o tema apresentado em palestra pela gerente do programa de pesquisa Floricultura da Epamig, Elka Fabiana, que conversou com os participantes sobre como iniciar na floricultura. Ela frisou muito a importância de o produtor se informar o máximo possível sobre a atividade: “Principalmente quem quer iniciar nessa área tem que estudar bastante para conhecer bem as oportunidades que a floricultura oferece. Os produtores e interessados podem se informar, em Minas Gerais, na própria Epamig, onde temos um núcleo de pesquisas em floricultura na Fazenda Experimental Risoleta Neves (FERN), em São João del-Rei, com consultorias, palestras, cursos, seminários, visitas técnicas, etc”, diz. Segundo a pesquisadora, o produtor tem que encarar a produção de flores como um negócio. Por isto, precisa preparar um plano de negócios, um estudo de mercado, pois as plantas são perecíveis e devem ser comercializadas rapidamente.

Investimento

O investimento na floricultura vai depender do que a pessoa vai produzir. “Se o produtor optar pelas flores tropicais, investirá bem menos, pois esse tipo de flor necessita de estrutura menor. Mas, se optar por flores mais sofisticadas, como por exemplo, rosas, crisântemo, gérbera, lírio, ele terá que investir mais alto, pois precisará de estufa com muito mais recursos. A Epamig, que visa mais ao pequeno produtor, trabalha com as flores tropicais, indicada para a agricultura familiar: helicônia, bastão do imperador, alpínea, folhas de corte (papiro, fórmio, avencão, etc.), dentre outros. O mercado é propício para as flores tropicais, segundo a pesquisadora, principalmente para a exportação. Em Minas, produz-se mais flores tropicais em Manhuaçu, Rio Casca e Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Associação

A presidente da Associação dos Produtores de Plantas Ornamentais e Exóticas de Manhuaçu e Região (Appoex), Lúcia Braks, há cinco anos deu início à produção de flores tropicais em sua propriedade. “Comecei plantando em uma pequena área, em fazenda de café, com o objetivo de diversificar a produção. Um grupo de amigas também iniciou a atividade dessa forma. Reunimos um grupo, procuramos o Sebrae para consultorias; participamos de cursos, seminários e palestras da Epamig e de outras instituições. Nossos principais clientes são hotéis, restaurantes e consultórios médicos de Manhuaçu e região. Atualmente, estamos com uma produção em 100 hectares. Nos últimos dois anos dobramos nossa produção”, diz.

Segundo a produtora, é necessário que a atividade seja mais divulgada e haja o aumento da produção para que o mercado mineiro seja todo coberto. O faturamento de cada produtor da Appoex é em média R$ 5 mil por mês. A meta, segundo Lúcia, é alcançar a comercialização em 20% do mercado até dezembro de 2009.

Exportação

A responsável técnica do setor de floricultura do Sebrae Minas, Thaís Araújo, diz que para o produtor atingir o mercado exterior falta melhorar qualidade e ter uma produção regular. Mas, antes disto, é preciso atender ao mercado interno brasileiro e mineiro. “Existe um projeto de reabertura do mercado de flores em Belo Horizonte, numa parceria entre Ceasa-Minas, Sebrae, Epamig e Governo de Minas. De acordo com o diagnóstico (citado acima), foi constatado que maior parte das floriculturas mineiras compram seus produtos em São Paulo. Minas precisa se afirmar no mercado de flores”, destaca a técnica. Falando pelo Sebrae Nacional, Lea Lagares acrescentou que o setor precisa ter maior organização, planejamento da produção em função do mercado, profissionalização de todos os elos da cadeia, diversificar ainda mais seus produtos e melhorar a qualidade destes e ter uma postura mais empresarial, dentre outras ações.

Incremento da floricultura

O programa de pesquisa Floricultura é recente na Epamig. Foi criado há três anos com o objetivo de dar suporte tecnológico ao segmento de floricultura, por meio de pesquisas. Este programa abrange o desenvolvimento e a difusão de tecnologias para o cultivo de flores e plantas ornamentais de qualidade, com custo de produção competitivo. De acordo com Thyara Ribeiro, além das consultorias, palestras, cursos, seminários, visitas técnicas, a Epamig também fornece mudas que, a partir de 2009, terão alta qualidade fitossanitária, sem doenças, pois será inaugurado o Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas.

A floricultura é uma atividade agrícola caracterizada pelo cultivo intensivo, necessita de grande demanda de mão-de-obra por área cultivada e conseqüente geração de emprego e renda para a região produtora. Minas Gerais é destaque no Brasil como um dos estados que mais produzem flores e plantas ornamentais. Mas, muitos aspectos relacionados à floricultura ainda são desconhecidos, por isto a necessidade de pesquisas para geração de novas tecnologias que proporcionem o fortalecimento desse importante segmento para a economia do Estado. De acordo com Elka Fabiana, as pesquisas da Epamig possibilitam ao produtor uma produção com mais qualidade e menor custo. A empresa tem, hoje, três pesquisadoras mais uma bolsista, da Paraíba, todas lotadas na FERN.

O cultivo e a comercialização de flores e plantas ornamentais, em Minas Gerais, apresentam-se com expressiva vocação do agronegócio regional. Segundo um diagnóstico da floricultura mineira, realizado em parceria entre a Ufla, Epamig, Câmara Técnica Setorial de Floricultura, Emater e Ruralminas, divulgado este ano, em todo o Estado de Minas o maior produtor de plantas ornamentais é a Zona da Mata (35,4%), em seqüência vêm Região Central (16,2%) e Sul de Minas (14,5%).

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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