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Agricultura

06h00min - 03 de Novembro de 2012 Atualizado em 21h43min - 30 de Junho de 2013

Fruticultura do Norte de Minas investe em marca própria e na busca por novos mercados

Parceria oficializa a criação de uma “marca Jaíba”, que vai atestar a qualidade e o local de origem dos produtos e estimular a exportação

Contando atualmente com uma área cultivada de 24 mil hectares de frutas, onde são gerados cerca de 60 mil empregos diretos, a cadeia produtiva da fruticultura no Norte de Minas vai ganhar, a partir deste mês, um reforço bem-vindo com o lançamento da estratégia de “place branding” da região do Jaíba. Trata-se de um sistema que certifica o produto quanto à sua qualidade e local de origem, que é tratado como uma marca comercial.

A iniciativa é do Programa de Apoio à Competitividade dos Arranjos Produtivos Locais do Estado de Minas Gerais (APLs), que tem a participação do Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte).

O “place branding” é uma recente área do marketing que tem por objetivo a construção e a divulgação das localidades como marcas, sejam elas cidades, regiões ou países. As ferramentas desta estratégia trabalham a serviço da competitividade dos produtos destas localidades. Os lugares são tratados como empresas. Nesse caso, o trabalho do branding é construir a marca e gerenciar a imagem dos lugares a fim de atrair investimentos externos, turistas, fama e até mesmo eventos internacionais.

Por meio desta estratégia, a região do Jaíba ganhará status de marca e os produtos originários desta localidade serão identificados com um selo que atesta sua origem e qualidade. Além de banana, os produtos de destaque da fruticultura norte-mineira são limão, manga, mamão, maracujá, abacaxi, goiaba e atemóia. Os principais mercados consumidores dos produtos são: Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador.

O lançamento da estratégia acontecerá dia 28 de novembro, às 18h, no Centro de Eventos de Jaíba. “Trata-se de uma iniciativa que vem sendo trabalhada nos últimos sete anos e que, entre outros benefícios, tem proporcionado a inserção do Norte de Minas na pauta de exportações de frutas e vem garantindo a melhoria da qualidade dos produtos, bem como a profissionalização de pequenos produtores rurais e empresários”, ressalta o gestor do Projeto Fruticultura, por parte do Sebrae Minas, Jadilson Ferreira Borges.

Segundo levantamento do Sebrae, juntas, as entidades parceiras do arranjo produtivo da fruticultura na região já investiram mais de R$ 2 milhões no projeto. Com o lançamento da marca Jaíba, que está sendo trabalhada por uma empresa de consultoria de São Paulo especializada na construção de identidade regional, Borges entende que a iniciativa traz novas perspectivas para a fruticultura regional.

A gestão do uso da marca será conduzida por um conselho gestor, que estabelecerá os critérios a serem seguidos por parte de produtores rurais e empresários. “A ideia é trabalharmos o conceito de região”, explica o gestor, lembrando que, para isso, nos últimos sete anos, as entidades parceiras investiram na organização das associações e cooperativas de agricultores.

Outra ação implementada neste sentido foi a participação de produtores rurais e lideranças em missões internacionais, a fim de abrir novas perspectivas para a exportação de produtos norte-mineiros, além de trazer aos produtores um conhecimento prático sobre as exigências do mercado importador de frutas. A certificação de produtos pela marca Jaíba será um estímulo importante à abertura de novas portas no mercado externo.

Nos últimos anos, vários empresários e produtores rurais participaram de missões internacionais. Só no ano passado, 42 agricultores foram a Berlim, na Alemanha, onde participaram da Fruit Logística, a maior feira internacional de frutas. Outro grupo de lideranças esteve em Portugal, onde estabeleceu intercâmbio com empresários europeus e parcerias para comercialização de frutas no continente.

Para garantir a exportação de manga e limão para a Europa, cerca de 30 produtores rurais da região já possuem a certificação internacional Global Gap, o principal certificado internacional para o setor de alimentos, que atesta não só a qualidade do produto final, mas também questões sanitárias e de sustentabilidade.

Outras 17 propriedades rurais também estão passando por processo de certificação, o que poderá resultar, a partir de 2013, na exportação de banana prata norte-mineira para a Europa. Trata-se de um produto considerado exótico no mercado internacional, que é dominado pelo consumo de banana nanica.

Otimismo compartilhado

“Com a criação de uma marca própria, estamos dando um grande passo para consolidar a produção agrícola do Norte de Minas, que já é conhecida pelos mais exigentes mercados consumidores do Brasil e da Europa como produtora de frutas de excelente qualidade. Com o lançamento da marca Jaíba, Minas Gerais se mostrará de vez no mercado mundial de exportação de frutas”, observa o coordenador regional do Sebrae no Norte de Minas, Cláudio Luiz de Souza Oliveira.

Para o presidente da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Jorge Luiz de Souza, a criação da marca Jaíba traz excelentes perspectivas para os produtores rurais e empresários envolvidos na atividade.

“Estamos seguindo um exemplo de sucesso já adotado em outras regiões do mundo, que tem a fruticultura como carro chefe e que se consolidou no mercado internacional pela qualidade dos produtos comercializados”, frisa Jorge de Souza. Para ele, a organização da fruticultura regional envolvendo o Governo de Minas e entidades empresariais é fator de fundamental importância para a ampliação do mercado exportador de produtos mineiros.

Segundo a Abanorte, o Norte de Minas exporta cerca de 8.140 toneladas de limão e manga para a Europa por ano. Portugal e Holanda são os principais importadores, mas a Associação dos Fruticultores, que congrega cerca de 2,5 mil produtores rurais por meio de cooperativas e associações, está trabalhando para abrir mercados também na Alemanha, Reino Unido e no Oriente Médio. “Se continuarmos investindo na organização da cadeia produtiva, na melhoria da qualidade e na gestão eficiente da produção agrícola, teremos boas perspectivas pela frente”, ressalta Jorge de Souza.

O empresário e presidente da Associação dos Produtores de Limão do Projeto Jaíba (Aslim), Cláudio Dykstra também mostra otimismo com a iniciativa que irá qualificar os produtos do Jaíba. “Além de estimular os produtores rurais a investir cada vez mais na melhoria da qualidade dos produtos, isto ajudará a incrementar a produção agrícola regional”, prevê o empresário. Só por meio da Aslim, a região comercializa, mensalmente, cerca de 500 toneladas de limão. Os principais mercados consumidores são Belo Horizonte, Brasília e a Europa.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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