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Saúde

17h43min - 08 de Fevereiro de 2012 Atualizado em 08h02min - 01 de Julho de 2013

Funed lança atlas com orientações para análise da qualidade do café

Publicação reúne informações sobre o processo produtivo do café, plantio, colheita, processamento e armazenamento, como também a morfologia e histologia do fruto e identificação de fraudes usuais

Laboratórios de todo o Brasil que realizam análises de vigilância sanitária de controle da qualidade do café consumido no país terão, a partir de agora, uma nova fonte de consulta, orientação e apoio técnico. É que a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou, nesta quarta-feira (08), o “Atlas de Microscopia de café torrado e moído (Coffea sp)”.

A publicação reúne informações sobre o processo produtivo do café, plantio, colheita, processamento e armazenamento, como também a morfologia e histologia do fruto e identificação de fraudes usuais. De acordo com a chefe do Serviço de Microscopia da Funed, Virgínia Del Carmen, para um trabalho de vigilância sanitária eficaz, muitas vezes é necessário apontar a origem da contaminação de um produto.

Ou seja, não basta identificar, é preciso apontar em que momento do processo de fabricação o problema aconteceu. “Daí a importância do Atlas que, de forma ilustrativa e didática, apresenta a metodologia de análise para avaliação da qualidade deste produto tão comum na casa dos brasileiros”, afirmou Virgínia.

As previsões de safra divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no dia 10 de janeiro deste ano, indicam que Minas Gerais deverá ter uma produção recorde de café e de grãos em 2012. No caso do café, a produção mineira deverá ficar entre 25,5 milhões e 27,1 milhões de sacas (60kg). Os números superam os recordes de 2002 e 2010, quando o Estado produziu 25,1 milhões de sacas. Um motivo a mais para ressaltar a relevância do documento para garantia da qualidade do produto brasileiro.

Durante o lançamento do Atlas, o deputado e presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Carlos Mosconi, lembrou a importância do café para os avanços na economia de Minas e do Brasil. “Somos os maiores produtores e estamos caminhando para ser também os maiores consumidores. O café é a grande riqueza de Minas Gerais, que é responsável por 50% de toda produção nacional. Quanto mais garantirmos a excelência e qualidade do produto mineiro, ainda mais contribuiremos para impulsionar a economia”, disse.

De acordo com o presidente da Funed, Augusto Monteiro Guimarães, esse trabalho representa o importante papel de Minas não só como pólo produtor de café, como também de referência nas ações de promoção da saúde da população. “Isso confirma a seriedade e o grau de capacidade técnica dos profissionais da Fundação”, concluiu.

Representantes do Sindicato da Indústria do Café de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Seapa), de outros laboratórios que realizam análises de qualidade do produto e de empresas produtoras estiveram presentes.

Análises de qualidade

Na Funed, o controle de qualidade do café torrado e moído envolve três tipos de análises, realizadas em diferentes laboratórios: o de microscopia avalia as impurezas; o de micologia realiza a contagem e identificação dos fungos; e o de micotoxinas analisa a quantidade presente de substâncias produzida por fungos nas amostras do fruto, do grão, do café torrado e moído.

Em 2011, por exemplo, a Funed fez as análises de microscopia de 136 amostras de café. De acordo com Virgínia, 16% (22) delas apresentaram impurezas acima da taxa permitida, que é de 2%. “Em algumas identificamos até mesmo presença de outros grãos, como milho”, afirmou a chefe do serviço.

Segundo a chefe da Vigilância Sanitária da Funed, Rita Lopes Naveira, com a experiência dos profissionais da Funed, que realizam análises de microscopia do café e de outros produtos de interesse da vigilância sanitária há mais de 20 anos, foi possível acumular dados relativos às impurezas usualmente encontradas neste produto. Elas foram armazenadas em banco de imagens e agora disponibilizadas no Atlas. “Esse material será de grande valia para orientação do trabalho de outros laboratórios”, destacou Rita.

A chefe da Vigilância Sanitária da Funed lembrou que, até então, não existiam no Brasil compêndios similares com produtos da agricultura. O Atlas será distribuído gratuitamente para toda a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, laboratórios parceiros em análise de café e instituições de ensino e pesquisa.

Monitoramento da qualidade de alimentos

As análises realizadas pela Funed fazem parte do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Alimentos em Minas Gerais (Progvisa), com participação da Anvisa, da Gerência de Vigilância de Alimentos da Secretaria Estado de Saúde (SES-MG) e das vigilâncias sanitárias municipais. 

Para realizar os ensaios, a Funed recebe as amostras coletadas pelas vigilâncias sanitárias municipais e realiza análises microbiológicas, físico-químicas, microscópicas e de rotulagem em diversos produtos.

Quando o resultado é insatisfatório, a Gerência de Vigilância de Alimentos da SES toma as providências cabíveis, como interdição do lote e multa. “O monitoramento é essencial para prevenir que o produto disponibilizado no mercado não seja consumido em condições inadequadas”, afirmou Kléber Eduardo Silva Batista, responsável pelo Serviço de Gerenciamento de Amostras da Funed.

SEGOV - Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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