BELO HORIZONTE (17/09/08) - O crescimento do Produto Interno Bruto de Minas Gerais (PIB), no segundo trimestre do ano, foi comemorado pelo governador Aécio Neves, nesta quarta-feira (17), durante cerimônia de inauguração da nova sede do Sistema Ocemg/Sescoop-MG, em Belo Horizonte. Números divulgados pela Fundação João Pinheiro, apontam um crescimento da economia mineira, medida pelo PIB, de 9,6% no primeiro trimestre do ano. Nesse mesmo período, a média do Brasil foi de 6,1%.

“Minas lidera, portanto, o crescimento da economia nacional. Nosso crescimento foi ainda mais robusto no segundo trimestre do ano, quando alcançamos 9,6% de crescimento, enquanto no Brasil a evolução da economia foi de 6% entre abril e junho. Estamos vendo nesses números excepcionais os resultados da nova filosofia da administração pública implantada em Minas”, afirmou Aécio Neves, em seu pronunciamento.

O governador também ressaltou a importância do associativismo no desempenho da economia do Estado e do Brasil. “Vemos nesses resultados positivos, os esforços e a competência de todos os cooperativistas de Minas, reunidos aqui, na Organização das Cooperativas no Estado de Minas Gerais”, disse o governador.

A Ocemg foi criada em 1970, em uma assembléia de 145 representantes das mais diversas e diferentes cooperativas existentes no Estado. Em 1983, foi inaugurada a primeira sede própria da Organização, situada na avenida do Contorno. A entidade investiu R$ 10 milhões na construção e implantação da nova sede, que tem sete andares dispostos em 3,4 mil metros quadrados de área construída.

“Não existe nenhum caminho mais adequado para o crescimento da economia e de diversos setores do que a organização cooperativa. A lei do cooperativismo de Minas Gerais é exemplo para todo o Brasil. Portanto, esta sede é mais um espaço para ampliação do cooperativismo em diversos níveis, em diversas áreas”, afirmou Aécio Neves, em entrevista.

Cooperativas

No Brasil, existem mais de 7 mil cooperativas, responsáveis por 220 mil empregos. Em Minas Gerais, são 830 cooperativas e quase 1 milhão de cooperados filiados ao sistema Ocemg. O setor gera 30 mil empregos no Estado.

A participação do cooperativismo no Produto Interno Bruto (PIB) mineiro é de 6,5% – o que representa uma movimentação econômica de mais de R$ 13,3 bilhões. Além disso, os investimentos diretos em meio-ambiente, comunidades, cultura e lazer somam R$ 776 milhões por ano. O segmento reúne ao todo 13 ramos: agropecuário, consumo, saúde, habitacional, produção, crédito, especial, infra-estrutura, turismo e lazer, trabalho, educacional, transporte e mineral.

Exportações

No primeiro semestre de 2008, as exportações diretas das cooperativas mineiras tiveram um crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O Estado foi responsável por 10% das exportações de cooperativas brasileiras. Aproximadamente US$ 180 milhões já foram registrados neste ano com as vendas externas, valor que em 2007 foi de US$ 155 milhões.

Os segmentos café e lácteos se mantiveram como grandes destaques. O setor lácteo teve um crescimento surpreendente na comparação com o primeiro semestre de 2007, saltando de US$ 7,6 milhões para US$ 38,4 milhões, um incremento de 400%. O café permaneceu no mesmo patamar de 2007 com US$ 137,2 milhões. Os principais destinos dos produtos cooperativistas mineiros foram Bélgica, Alemanha, Japão, Itália, Venezuela e Sudão.

Já as exportações diretas das cooperativas brasileiras registraram um crescimento de 28,4% no primeiro semestre de 2008, na comparação com o mesmo período de 2007. As vendas do setor ao exterior somaram US$ 1,86 bilhão. O volume exportado foi de 3,5 milhões de toneladas, frente aos 3,8 milhões de toneladas em 2007.

Ações

A política estadual de apoio ao cooperativismo foi instituída por lei sancionada pelo governador, que foi regulamentada em 2005, também por decreto de Aécio Neves. A nova legislação criou regras importantes para o fortalecimento das cooperativas no Estado, consideradas importantes instrumentos para o desenvolvimento da economia.

Com a nova lei, todas as cooperativas passaram a participar, em igualdade de condições, de contratos e licitações da administração direta e indireta do Estado. Com as novas regras, foi estabelecida a presença de um representante do movimento cooperativista na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, com a função de ajudar na análise dos pedidos de inscrição de novas cooperativas.

Minas Gerais foi o segundo estado a instituir uma política de apoio ao cooperativismo. A lei mineira foi inspirada na experiência da legislação do Rio Grande do Sul. Em março de 2008, foi instituído o Conselho Estadual do Cooperativismo, presidido pela subsecretária de Indústria, Comércio e Serviços, Marilena Chaves. É um órgão normativo, consultivo e deliberativo, subordinado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.

O conselho é responsável pela formulação das políticas a serem adotadas para o desenvolvimento do setor cooperativista, pelo acompanhamento da elaboração da proposta orçamentária do Estado para o cooperativismo e pela programação, alocação e fiscalização dos recursos do Fundo de Apoio ao Cooperativismo do Estado de Minas Gerais, que será criado.